sexta-feira, julho 31, 2015

Em tempos assim.


Você me beija os olhos e me abraça como se a qualquer momento eu pudesse sumir dali. E eu vou compreendendo o que é amar através dos teus gestos despretensiosos e pequenos. Pelo modo em que você dedilha suas canções preferidas em minhas costelas. Não conheço muito bem essa equação que se tornou o amor e venho brincando, ultimamente, de esconde-esconde com todas essas incógnitas que são próprias dele.

Sei também que meu humor é de potencializar um bilhão de vezes mais o azedume de um limão, que as minhas palavras saem explosivas como aqueles vulcões em erupção do filme o Inferno de Dante, que eu sou a expressão numérica mais difícil que a vida te deu para resolver e ainda assim você se mantém ali, vivo e cheio de entusiamo.

Eu sei, meu amor, que as divergências são tantas e que os caminhos insistem em querer se descruzar. Que minhas manias são péssimas, minhas vontades são - muitas vezes -, apenas birras de criança. A gente sabe que a convivência é árdua, mas também sabemos que o amor é muito. E tanto. Às vezes me vejo pequeno e indefesa, outras vezes grande e monstruosa. Sei que você aprendeu a ler as fases da lua para me compreender e sei que todos os luares são nossos desde então.

Em tempos assim eu me recolho.
Em tempos assim eu me mostro (te mostro tua).

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