terça-feira, agosto 30, 2016

Escolha sempre a melhor parte




A gente não precisa ter razão o tempo todo. Precisamos apenas entender que concessões são necessárias para que os relacionamentos durem. Não é ser tolo ou dar sempre o braço a torcer. É saber que as relações só funcionam a base do diálogo e companheirismo. Muito perdemos nesta vida por querermos – em determinados momentos – medir força com o outro. Amor não é cabo de guerra e ninguém deve entrar em uma relação com a intenção de duelar e provar força a todo custo.

Escolha sempre a melhor parte. Aquela em que ambos conseguem abrir seus corações e reconhecer as falhas, aquela em que a rotina é deixada de lado, aquela em que as cortinas nos caem dos olhos e nos mostram porque, verdadeiramente, escolhemos estar e permanecer na vida do outro. A falta de diálogo gera em nós não somente um desconforto, mas é o responsável por causar ruídos e desencontros irreversíveis. Queira sempre ouvir o que o outro tem a dizer, tenha calma ao ouvi-lo e compreensão para entendê-lo.

Nem todos os dias são bonitos ou feitos de primaveras. Haverá dias em que o inverno invadirá nossas vidas e precisaremos estar munidos, alimentados, o suficiente para atravessarmos a sua dolorosa passagem por nossas vidas. Queira abraçar as dores do outro. Estender a mão para ajudar a atravessar a vida e levantar o outro das quedas que levaremos no meio do caminho. Que saibamos entender que somos falhos e que erramos e erraremos muitas vezes mais.

Para hoje eu te digo: amor não é só declaração, café na cama e flores no final de um expediente. Ele é aquilo que os nossos olhos não vêem. É a preocupação diária, é o martelar de pensamentos buscando soluções, é a vontade de fazer dar certo. Amar é reconhecer-se pequeno diante do sentimento que trazemos no peito. É contar demonstrar o que se sente, é expressar abertamente e mostrar – em gestos – que o amor é aquilo que já não precisamos dizer. Amar é o que sentimos. O que mostramos. E o que faz as nossas vidas. Escolha sempre a melhor parte. Escolha amar.

fotografia: maud chalard.


segunda-feira, agosto 29, 2016

Nosso destino


Minha vida cruzou com a sua para eu não ter a paz de esquecer.
Para eu enxergar sem ver e ver sem poder falar.
Era bonito o rabisco no papel, o poema da madrugada, a melodia inspirada e os suspiros ofegantes.
Era bonito o ciúme, a saudade e o sentir.
O brilho nos olhos e o sorriso no canto da boca, era a entrega para qualquer disfarce torto.
Era tão tanto, que de tanto ser chegava a doer.
Era muito além de um simples gostar. E como era!
Era, talvez, um oceano de sentimentos múltiplos, de desejos à flor da pele, sem maldade alguma.
Eram duas vidas envolvidas por um destino maluco e com sua total razão de ser.
Mas o tempo, o senhor do destino, teve a força de tudo modificar.
O que será que ficou?
O que será que será?
Por está no tempo a pegadinha que a gente não espera e o risco sábio que a gente corre.
Quando eu quiser lembrar, olharei na direção das estrelas para fazer os versos que nunca me encorajei a escreve-los.
Quando eu quiser lembrar, observarei a lua, ouvindo o barulho da saudade estúpida sussurrando em meu ouvido.
Quando eu quiser te ter, fecharei os olhos, para em pensamentos te sentir.
Quando eu me arrepender, vou perceber que minha vida não teria o mesmo sentido se não existisse você.
Em destinos opostos, fomos história em algum sentido da vida.
Tivemos sentido nos encontros e nos tantos desencontros outros.
E seguimos. Sim, seguimos!
A vida só nos permite ter o que realmente for para ser nosso.
Aceitar o que a vida desenha sem deixar de colorir é um aprendizado constante.
Cada destino com sua sorte.
Assim como as canções, que mesmo falando de amor, cada uma tem sua letra e melodia.


fotografia: maud chalard.

sexta-feira, agosto 26, 2016

O que ele te oferece são migalhas, moça!



Sinto ser a portadora dessa notícia, mas o que ele te oferece são migalhas. Sei que é horrível ler isso, mas alguém precisava te avisar, então que seja eu. Sei bem esse caminho que você está trilhando. A gente acredita, acha que vai melhorar com o tempo, acredita no que ele diz e se engana achando que ele vai mudar, vai nos assumir. Não vai assumir, moça. Não vai mudar, moça. Ele é cafajeste. Pega todas, se faz de coitadinho, que sofreu por amor e assim, leva todas no papo. 

Se você tem sangue frio para apenas usá-lo e curtir os momentos com ele, vendo-o apenas como alguém que pode te proporcionar alguns momentos felizes, continue. Se já está pensando em futuro, em fazer parte da vida dele, em querer ele ao seu lado todas as manhãs ao acordar, cuidado. É um caminho perigoso demais esse que você está trilhando.

Cafas são até legais, mas devem apenas ser usados. Usar um homem é se lambuzar do que ele pode te oferecer. É aproveitar cada sorriso, cada beijo, aproveitar os momentos a sós. E só. Precisa ser fria o bastante para não fantasiar nada além disso. Não esperar nada dele. Nem sequer, ser a romântica apaixonada que está sempre disponível.

Guarde esse amor fofo, pra quando sua vida for virada do avesso por um príncipe. Eles estão em extinção mas existem. E sem essa de que seu cafa atual vira príncipe. Ele pode até ser fofo em algumas situações. Mas acredite, ele realmente sofreu muito no amor e só vai deixar de ser cafa quando quiser. E não são as suas fofices que farão ele mudar. Será a consciência dele quando gritar dizendo “chega de fazer tanta mulher sofrer! Volte a ser gente!”. 

E olha, experiência própria, moça: seu amor fofo e sua parceria não farão a consciência dele gritar isso. Por mais que ele te chame de apelidinhos carinhosos e até deixe você fazer selfies e postar, ele não está a fim de coisa séria com você, de dividir a vida com você. E nada que você faça fará ele mudar. 

De novo, te falo: ele te oferece migalhas. E são muitas as que estão na vida dele. Ele pode te dizer que você é a única, mas não é. Se estar com ele é bom, apenas avalie se você terá o sangue frio necessário para fazer ele apenas um casinho e levar isso numa boa. Se confundir as coisas com amor de verdade, será destrutivo demais e você definitivamente, merece mais que isso.

Não caia no engano das suas ilusões com ele. Nunca se esqueça: ele é cafa. Joga o mesmo papinho pra todas. Exatamente: todas. Você não é a única. E olha, nessa leva de várias mulheres ao mesmo tempo, ele acaba usando os mesmos apelidinhos e talvez nem fale seu nome. Normal. É complicado mesmo gravar muitos nomes. Não espere muito dele. E tente não fantasiar demais. Ao menor sinal de sofrimento, saia da vida dele. 

Tenha a certeza que esse amor todo que você quer entregar a alguém, será entregue. No momento certo. A um cara legal, que te mereça e não te ofereça migalhas. Como saber quando o cara legal chegou em sua vida? Fácil! Ele te assume na primeira oportunidade! E assumir, não é comentar na sua foto algo fofo. É postar na própria rede social uma foto de vocês. É não ter vergonha nem medo de te assumir pra todos.


Boa sorte nessa caminhada aí, moça! Fica bem!



quinta-feira, agosto 25, 2016

Eu não queria


Eu queria ouvir a nossa canção e não sentir vontade de chorar compulsivamente. Queria chegar em casa, deixar o celular sobre a cômoda e colocar a minha série preferida em dia. Queria não ter esse desejo absurdo de te contar os meus dias e te fazer participar da minha vida. Queria não sentir essa vontade de te marcar em cada meme idiota que desliza em minha timeline ou te mandar gifs de casais em seu inbox. Eu queria não desejar ser a primeira a dar bom dia por não saber se mando um emoji de coração ou apenas um ponto de exclamação. Queria não sentir que estou sozinha neste sentimento que era tão nosso e hoje parece ser tão meu.

A nossa vida se desenhou apressada demais. Éramos um, passamos a ser dois, não soubemos o que fazer com a intensidade daquilo que abrigávamos no peito. A gente se teve ferozmente e, talvez, tenhamos descido ladeira abaixo com nosso sentimento. Batemos de frente com um muro de concreto. Quebramos o que era bonito e tentamos consertar aquilo que quebramos. A cola foi pouco, o remendo muito mal feito, passamos a ser um novamente. Você sendo você. Eu sendo eu. Abríamos espaço para o outro entrar e mal passávamos pela porta. O espaço ficou pequeno demais ou será que agora há espaço em excesso? 

Eu não queria sentir saudades do que éramos ou ter meu coração partido em mil pedaços. Não queria brincar dizendo: "você jogou meu coração no moedor de carne". Escondendo, atrás de minhas gargalhadas, uma verdade tão dolorida e cruel. Eu queria olhar para dentro de mim e dizer que está tudo bem. Não como alguém que consola só para o outro não chorar, mas como quem tem a certeza de que a tempestade realmente está indo embora. Como alguém que de binóculo vê, grita e celebra a chegada de um barco a terra firme.

Eu não queria.

quarta-feira, agosto 24, 2016

Resenha - O diário de Anne Frank



LIVRO: O Diário de Anne Frank.
AUTOR:  Anne Frank – Texto definitivo Otto H. Frank e Mirjam Pressler.  
ANO: 201.
EDITORA: BestBolso.
PÁGINAS: 378.
SINOPSE:  12 de junho de 1942 – 1º de agosto de 1944. Ao longo deste período, a jovem Anne Frank escreveu em seu diário toda a tensão que a família Frank sofreu durante a Segunda Guerra Mundial. Ao fim de longos dias de silêncio e medo aterrorizante, eles foram descobertos pelos nazistas e deportados para campos de concentração. Anne inicialmente foi para Auschwitz, e mais tarde para Bergen-Belsen. A força da narrativa de Anne, com impressionantes relatos das atrocidades e horrores cometidos contra os judeus, faz deste livro um precioso documento. Seu diário já foi traduzido para 67 línguas, e é um dos livros mais lidos do mundo. Ele destaca sentimentos, aflições e pequenas alegrias de uma vida incomum, problemas da transformação da menina em mulher, o despertar do amor, a fé inabalável na religião e, principalmente, revela a rara nobreza de um espírito amadurecido no sofrimento. Um retrato da menina por trás do mito.


Anne Frank teve que se esconder com sua família em um anexo no escritório que o pai dela trabalhava para fugir dos nazistas. Durante quase dois anos eles viveram escondidos juntamente com outra família e um dentista. Alguns dias antes de irem para o anexo Anne ganhou um diário e foi nele que relatou toda a tensão que viveram enquanto estavam escondidos. No anexo eles sofrem com a possibilidade de serem descobertos, a comida era racionada, eles não podiam fazer barulho porque corriam o risco de escutarem, não podiam olhar pela janela, sem contar as crises de pânico que alguns dos moradores do anexo tinham sempre que pensavam na possibilidade de serem levados pelos nazistas.
Que livro maravilhoso! É engraçado usar esse adjetivo quando falamos de uma época de tanto sofrimento e medo. Mas a forma como Anne descreve os fatos, a fé e esperança que ela tem de que um dia tudo vai ficar bem novamente, e eles voltarão a ter uma vida normal, é simplesmente incrível.


Mesmo com tanta tragédia que eles sempre escutavam pelo rádio, ou até mesmo vivenciavam quando ouviam os aviões sobrevoando a cidade, as sirenes de alerta, sem saber ao certo o que realmente estava acontecendo fora do anexo, ela acreditava que um dia iriam acordar e tudo voltaria a ser como  antes, ela voltaria para a escola, reencontraria seus amigos e viveria como se aquilo tivesse sido um grande pesadelo.

Como toda história que se passa durante a guerra essa também mexeu bastante comigo, livros com essa temática me deixam angustiada e um pouco revoltada com tanta crueldade. O Diário de Anne Frank entrou para o hall de livros favoritos da vida. Se você gosta dessa temática recomendo bastante a leitura, inclusive por ser um livro com fatos reais.

Anne Frank no auge dos seus 13 anos nos dá uma lição de que não devemos nunca perder a fé e a esperança, por mais que estejamos passando por dificuldades é a fé nos mantém firme. Infelizmente essa história não teve um final feliz para Anne e a maioria dos moradores do anexo, somente seu pai Otto Frank sobreviveu a Guerra.  
Posso garantir com toda certeza que essa foi uma das resenhas mais difíceis de fazer, por isso peço desculpas caso a resenha ficou um pouco desconexa. 


terça-feira, agosto 23, 2016

Quero um amor bem clichê, e aí aceita?




Eu tenho pensado tanto em você, que não tenho mais a menor dúvida do quanto estou apaixonada. Desde o momento do primeiro encontro só tens me dado motivos de poder em ti finalmente confiar. E me pego querendo viver uma lua de mel em Vegas mesmo que não sejamos casados. É vontade de comer algodão doce no topo de uma roda gigante depois de um beijo roubado. É querer receber serenatas de amor à meia noite em minha janela, é desejar ouvir você declamar os poemas mais piegas na saída da faculdade.

É vontade de ir para o cinema de mãos dadas e não sentir inveja dos protagonistas apaixonados porque nós ganhamos deles sem a menor sombra de dúvidas. É de beija-lo ternamente com toda minha paixão, é encher sua timeline de recadinhos do tipo eu te amo e já estou com saudades. Eu que sempre fui 101% racional, estou querendo me perder em meio aos nossos desejos, e te jurar um amor eterno mais infinito do que o que Romeu jurou a Julieta.

Então foi quando mais eu desejei que todas as flechas do cupido me atingissem certeiramente que eu te conheci. E você olhou para mim e me disse: 

O que falta em você moça, para carregar tanta tristeza em seu olhar?  Então lhe dei aquele sorriso amarelo, respirei fundo e te respondi:
Há moço, me falta um pouco de tudo.

Você retribuiu o sorriso e soltou aquelas palavras. Exatamente as palavras que eu precisava ouvir. 

NUNCA SEREMOS COMPLETOS, SEMPRE FALTARÁ ALGUMA COISA.
Então te expliquei um pouco envergonhada e em meio a um pedido de desculpas, o motivo de minhas tristezas.

É que antes de você alguém já veio, e ao sair ele levou toda a minha essência e a pureza de meu coração. E em sua partida, me deixou assim, vazia, desacreditada, em pedaços. Para minha surpresa você rebateu, e me respondeu com outra pergunta.

Você sabia que meu jogo preferido é o quebra-cabeças? 

Meio catatônica tentando assemelhar o que um jogo tinha haver com o meu coração partido, não soube exatamente o que lhe responder. E então foi quando você pegou levemente em minha mão e me disse:

Não tenho pressa, apenas me deixe ajuntar os pedaços!
Há moço, por onde tu andavas enquanto eu desabava?  E pela primeira vez, depois da bagunça que se encontrava a minha vida, eu descobri que podia realmente acreditar naquelas palavras, e então lhe agradeci com um obrigado! E aí fora sua vez de não me entender, e prontamente me indagou o porquê do agradecimento.  
 
É simples moço, o mundo muitas vezes girou, coisas mudaram aleatoriamente, mas em fim chegamos aqui. E sinto que dessa vez tudo permanecera intacto ao invés de pedaços. 

E foi nesse exato momento que nós dois sorrimos e por dentro dissemos sim

fotografia: maud chalard.
 

segunda-feira, agosto 22, 2016

Seja gentil com o seu coração


Aprende, menina! Nem sempre você receberá o sentimento de volta na mesma proporção que dedicou. Há quem diga que sempre um amará mais que o outro; há quem diga que os amores não pesam da mesma forma. E está tudo bem. Está tudo certo aceitar que a vida não é uma balança e que sentimentos têm pesos e medidas diferentes. Você não precisa se martirizar por ser a quem ama mais ou se lamentar por achar que não está sendo valorizada.

Algumas pessoas sentem de forma diferente. Há quem ame muito e não diga. Há quem ame pouco e espalhe aos quatro ventos um falso amor. A gente precisa entender que cada pessoa é um universo de emoções e que cada um reage de uma forma com as constelações que vão se formando em seu interior. Você não precisa se doer porque o outro não notou que você cortou o cabelo ou sofrer porque o seu boa noite não foi seguido de emojis fofinhos. Você só precisa, no final das contas, viver o sentimento que há em você.

Às vezes ficamos preocupados demais em mensurar o sentimento do outro e deixamos de apreciar o que há em nós. O amor deixa de ser agradável, deixa de ser bonito de se viver, porque o colocamos em um ringue de batalha. Começamos a medir nossos passos, a calcular nossas falas, a reprimir o que sentimos, por medo de nos mostrarmos disponíveis demais ou de entregar o nosso coração de bandeja. Você deixa de contar uma conquista, de dividir seus sonhos, porque espera que o outro tenha uma reação que te satisfaça. E, por isso, eu te digo: não coloque seus sentimentos em uma balança. Seja gentil com o seu coração.

Está tudo bem, moça, em criar expectativas. Pessoas normais às criam a todo o momento. O que não está tudo bem é você deixar que sua insegurança norteie suas relações, fazer de seu amor uma barganha, de esperar que todo eu te amo seja seguido de um “eu também”. Cada pessoa é um universo – eu repito. E todos nós temos nossas particularidades. Às vezes um: “como foi o seu dia?”, “não esquece de levar o casaco”, “come direitinho”, é muito mais sincero que um “eu amo você”. O nosso mal é não saber ler o amor nas entrelinhas, moça.  E o amor é muito mais que a expressão. Acredite em mim.

fotografia: maud chalard.



quinta-feira, agosto 18, 2016

Você foi a melhor coisa que desapareceu da minha vida



O feed de memórias insiste em me mostrar o quanto você me doeu há alguns anos. Ele seria um carrasco não fosse a minha nova condição: eu estou livre. Liberta de um sentimento que me fez prisioneira por tanto tempo, desamarrada de suas mentiras e seus joguinhos vitimistas. É engraçado olhar para trás e não ter saudade daquilo que à época parecia tão essencial quanto o ar que respiramos. É gozado voltar no tempo e não compreender o motivo de eu estar lá naquele quarto pedindo para você reconsiderar. Suplicando para que você olhasse para nós e desse uma nova chance à nossa história.

Você foi a melhor coisa que desapareceu da minha vida, meu amigo. E não há como negar olhando para todos os resquícios que ainda me surgem, vez ou outra, sob os olhos em postagens lacrimosas. Não há como contestar que a vida me presenteou com a tua ida sempre que alguém vem – mesmo a meu contragosto – me contar de teus malfeitos e a forma como ainda tens, impiedosamente, maltratado o coração dos outros. Não há como não agradecer a vida pelo teu não, pelo teu é melhor sermos amigos, pelo teu adeus é melhor assim.

Graças a tua partida hoje compreendo que o amor vem de dentro para fora. Não é possível amar outra pessoa se eu me coloco debaixo de seus pés, se entrego as rédeas de minha vida sem indagar por qual caminho seguiremos, se aceito qualquer desculpa sem pestanejar por medo do término, se aceito um gostar morno e sem emoções por achar que mereço apenas isso. Eu aprendi com a tua ida que a vida é muito maior do que relacionamentos e que estar ao lado do outro é muito mais que presença física. Que as relações têm que ter a conexão da alma, coração e mente.

Você foi a melhor coisa que desapareceu da minha. E, eu troco o pesar, que outrora essa frase carregava, pelo gozo da descoberta. Pelo prazer do meu reencontro, pelas virtudes que aprendi – as duras penas – a reconhecer. Hoje eu compreendo o quanto nosso coração é traiçoeiro e como estive enganada quanto a nós. Mas, de qualquer forma, eu te agradeço por ter ido embora, por ter se trancado naquele banheiro, por ter pedido a sua mãe que me acompanhasse até a porta.

Agradeço porque hoje assimilo melhor o meu destino e percebo que a gente não merece um amor mais ou menos. Que ninguém no mundo merece estar preso ao outro por receio de recomeçar. Compreendo que a gente não deve lutar tanto por um relacionamento ou amar por dois. Hoje, graças a você, eu percebo que a vida é muito maior que meu estado civil e que o amor é conseqüência de nossos atos. Obrigada por me fazer infeliz por um tempo. Mas, muito obrigada por não me permitir ser infeliz para sempre. 

Fotografia: Maud Chalard