terça-feira, fevereiro 16, 2010

Dos dias.

"Tenho dias lindos, mesmo quietinhos." Caio F.
Eu ando feliz, gargalhando, contando piadas horríveis - é claro, e tudo isso não cabe aqui. Não por enquanto. E então, eu me despeço. Por alguns dias, terei tempo para ler vocês e dedicar a atenção e o carinho que você me retribuem sempre. Irei ficar com saudadinha, mas o tempo é preciso, sabe. Porque as minhas palavras, deveras, não cabem nesse espaço. Elas querem explodir por aí e acariciar, afagar rostos e distribuir vários abraços por aí. Vou seguindo dando beijo a quem é de beijo, e cafunés àqueles que me querem bem.

Me encontrar é bem fácil.

Formspring, Msn, Orkut, Comunidade.
Até logo.

sexta-feira, fevereiro 12, 2010

És meu sol.

Antes mesmo que a data marcasse o início do verão, eu já o tinha dentro de mim. Porque tu és o meu sol nos dias de chuvas e nos outros também. E este sol que me queima a pele, que instiga os sentidos nada é parecido com o que tu me provocas. Porque se antes de ti o azul tinha minha predileção, hoje funde-se o vermelho e o amarelo em tons iguais, casados, vivos e ardentes. Porque você me é fogo, nos dias em que há gelo ao redor de mim. E essa comparação com fenônemos da natureza, seres inanimados e outros adjetivos "criados" me vem à cabeça somente para dizer o quanto você vive em mim, é bom saber que a gente mora vezenquando dentro de alguém.
Gostar de você é doce, fácil e hoje se faz tão necessário, que há muito não consigo lembrar como era quando você não existia- aqui dentro - é que minhas recordações são tão vagas, incompletas, quase inexistentes. Mas eu penso que inconscientemente você já morava em mim, de memórias antigas e esvanecidas, e se eu acreditasse em amores passados tu com certeza seria o meu, porque eu te tenho cá dentro como se outrora existissimos assim: um com ou outro.
E eu vou ouvindo Nando Reis cantar suas músicas que mais parecem poemas, daqueles que meu coração escreveriam facilmente para ti, porque as palavras me vem facéis quando tu és o destinatário e eu não preciso de nada, olhar horizonte ou imaginar rimas, porque tu me és por completo, inteiro e até quando a minha está alheia aos teus movimentos, você está dentro de mim - de alguma forma. Seja nos meus pensamentos, na música que tu gostas, no meu livro que tu insistes em criticar, nos palavrões que não saem da tua boca e que agora - incrivelmente - não saem da minha. É fácil. Eu digo.
Porque as letras do alfabeto tornam-se tão atraentes aos meus dedos quando eu penso no teu nome, assim no meio, quando te envolve até Mr. Bean poderia se tornar atraente e tu sabes o quanto detesto e acho patético ele. E eu vou acredito, bonito, que a vida torna-se mais verão quando tu estás por perto, quando tu insistes em iluminar os meus dias cinzas. Pinta-me por inteira sempre, amor. E eu não sei, deveras. O que deu para te escrever assim, demasiadamente, hoje. Mas ocorre-me que tu és bem mais do que eu possa expressar e ainda assim eu não me canso em escrever-te, descrever-te.
Sabe que o teu sorriso, um que tive há alguns meses, ele não sai do meu pensamento. Porque eu em mil anos não poderia desejar nada, além de ter aquele sorriso gravado não só em minha memória para que todos os dias eu te olhasse e com suspiro profundo te amasse ali. Com a minha visão.

Amo-te com toda doçura e calor de minh'alma. Sou-te por inteira. Sempre.

segunda-feira, fevereiro 08, 2010

Lucélia.

Diferente de todas que já vira anteriormente. Ela possuía cabelos vermelhos tão qual labaredas de uma grande fogueira. Era isso que ela me lembrava: fogueira e praia. Eu não podia desviar o meu olhar de sua mesa, acredito que todos os olhares voltavam-se para a sua direção. Sua beleza era descomunal. Em sua mesa ao lado esquerdo havia um amontoado de guardanapos que os garçons insistiam em lhe entregar, homens desejosos de sua companhia, outros lhe ofereciam bebidas, mas ela recusava com um olhar debochado cada vez que o garçom lhe apontava o interessado. A sua testa vincada em desaprovação e os seus lábios vermelhos escarlate franziam-se, ela simplesmente os ignorava, sem dó, piedade ou qualquer outro sentimento.

E eu só consiga admirá-la e pensava que se eu tivesse qualquer chance também mandaria algum bilhete lhe oferecendo uma bebida, chamando-a para sentar-se a minha mesa e conversarmos. Aquele lance de preliminares. Mas eu, Afonso, sequer tenho boa dicção, nervoso então as palavras não saem devido à minha patética gagueira. Resta-me apenas fitá-la enquanto me é possível. A moça dos olhos amendoados, cabelo cor de fogo e a pele mais perfeita que eu já vira em minha vida. Ela cruzava e descruzava as pernas e isso causava-me tremores dentro do estômago, podia sentir claramente. Um vai e vem infinito de sentimentos misturados dentro de mim.

Enquanto eu a olhava alisar suavemente o copo de whisky que tomava mordendo seus lábios - ela devia saber que isso é cruel para homens - um garçom aproximou-se de mim e disse que a moça da mesa 44 estava me oferecendo uma bebida. Não dei atenção. Olhava para aqueles lábios carnudos que me chamavam, assim eu queria acreditar, e mal ouvia o que o garçom insistia em dizer. Ele, por sua vez, disse que eu deveria aceitar a bebida uma vez que podia notar que a devorava com os olhos. Voltei-me a atenção completa a fim de entender o que ele dissera.

- A moça dos cabelos vermelhos? - Disse com um olhar desconfiado.
- Sim. Ela mesma. Posso dizer que não aceita?
Levantei-me de súbito e sem responder aproximei-me da mesa. Ela sorriu e disse:
- Pensei que não aceitaria meu convite.

Sentei ao seu lado tentando manter uma pose indiferente. Eu a comia com os olhos e ela se deliciava ao notar isso. Tomei-a pela mão, beijando-a demoradamente. Seus dedos já souberam escrever meus lábios daí então.

- Preciso de alguém que acenda o meu cigarro. Ou a mim. - ela falava enquanto passava distraidamente o indicador nas bordas do copo.

A impressão que tive foi a de que cada nó de veia existente em meu corpo soluçou ao mesmo tempo. A música ambiente me auxiliava a imaginá-la sendo minha. Eu precisava prová-la. Resolvi investir sem nenhuma preocupação com os seguros.

- Coleciono isqueiros, bonita.

Estabelecimentos como esse não trazem anéis. O destino não era comum. Conhecemos a doçura de comungar com o nada enquanto nossos gestos passaram a ser controlados por vontades indiscretas e dominadoras. Céus, como ela me tira do sério! Cochichos alheios, tragos, goles, o garçom comemorando minha vitória. Intimidades ridículas. Rodeios desnecessários. Minha visão ia sendo maltratada e eu já imaginava nossa cama bagunçada no dia seguinte. A noite ia amanhecendo nos olhos dela e eu não deixava de fazer poesias escrotas com tudo o que eu via rimar ali dentro. Suas pupilas dilatadas retratavam a imensidão do meu vício mais recente: fazer dela minha morada. Por instantes, que fossem. O tempo de uma canção. Um embrenhar de acordes e notas desafinadas. Toque de todas as cordas.

- Mais uma dose? - ela me perguntava. E eu bebia para que acontecesse qualquer coisa. Me protegia da loucura. Inventava uma desculpa para não ser quem eu era.

Ela levantou-se e foi ao banheiro. Olhei milimetricamente o desenho do seu corpo esguio passeando por entre as mesas. Voltou-se para mim e lançou um sem fim de sacanagens no ar. Eu já havia vacilado, infelizmente. Em cinco minutos o garçom chega até mim e entrega um bilhete:
"Você tem a vida inteira, baby
Pra me devorar.

Lucélia."
Ela não voltou. Lucélia. Saí dali inalando putas e fumos. O coração fodia todo o meu trabalho.
Em companhia da doce Jaya.

domingo, fevereiro 07, 2010

Sei lá.

Existe uma ponte imensa que eu não consigo atravessar.
Existe um amor aqui que eu não consigo medir.
Existe uma vontade aqui dentro, calada.
Existe duas opções: seguir ou desistir.
E eu optei por deixar rolar.
Sei que não é certo estipular prazos.
Mas sei lá...
(...) vou me mandar.

sexta-feira, fevereiro 05, 2010

Senta aqui.

Senta aqui. Vou te contar algumas coisas que não se dizem costumeiramente - é que normalmente ficam aprisionadas, debatendo-se nas paredes de meu estômago e martelam vezenquando em minha mente cansada. Vem cá. Se eu te olhar nos olhos você irá entender melhor? Por favor não me peça que os olhos fiquem encontrados, mirados, enquanto eu estiver falando. Não há mentira no que eu vou dizer, mas se você me obrigar a continuar olhando em teus olhos creio que as palavras não sairão facilmente. É que você me intimida.
Olhe. Eu irei usar de palavras sinceras e sem muito enfeite, porque preciso esvaziar-me um pouco. Porque eu estava ouvindo uma baladinha antiga e imaginei que a gente podia curtir juntos sem preocupações ou mesmo obrigações. É que você me vem a mente com tanta frequência que eu já imaginei diversas possibilidades de nos ficarmos juntos e todas elas me assustam. Porque eu estou insegura - eu sou insegura. Eu tenho medo de te magoar, porque eu sou muito boa nisso.
E então. É que eu queria dizer que eu vez ou outra sinto vontade de pegar a tua mão e andar por aí, de deitar sobre a grama em algum parque e ficar olhando o céu azul, de pegar em teus cabelos e cheirá-los, de beijar os teus olhos e dizer que são meus. Na verdade, eu queria mesmo dizer sem reservas o quanto há de você em mim. Eu queria que você soubesse assim, pela minha boca, que eu te sou e que você me é. Dá para entender?
É tão complicado dizer essas coisas abertamente e mesmo que eu tente, diversas vezes, sempre haverá uma falha, algo que não será dito, porque as palavras deixam os sentimentos mais bonitos, embora eu acredite que verbalizados tenha efeito maior. E eu fico pensando até quando? Porque eu juro que todas as noites antes de dormir eu faço a mesma pergunta a Deus:"onde vai parar esse sentimento? Até quando ele existirár?" E, sabe, não há resposta. Só um grilinho que insiste em embalar o meu sono e pode acreditar: este já virou meu amigo.

Poxa, me demostra só um pouquinho que o que sinto não é assim de todo errado, não é em vão. Me faz feliz um pouco.

quarta-feira, fevereiro 03, 2010

As cartas que eu não mando;

"Guardo para te dar/ As cartas que eu não mando/ Conto por contar/ E deixo em algum canto"

Tais palavras ardem a garganta e insistem em não sair, bonito. Então, escrevo em papéis os sentimentos que me moram, doem vezenquando. Porque são palavras bonitas que não são ditas, estão caladas, desejando-te ardentemente. Há várias delas espalhadas por aqui, tão perto de ti em alguns momentos e tão longe em outros. Penso que o amor é sempre assim: descontentamento. Mas, por hora, penso que o amor é sentimento vacilante, medo – sim, o meu é -, é ficar na dúvida. Não saber qual será a reação, o que vem depois, se haverá uma mudança, se as palavras serão as mesmas, se pisaremos em “ovos” dali em diante. Por isso me calo, porque não há sentimento pior para mim do que a contenção – sei, isso não é sentimento, mas deixe-me adjetivá-lo assim – é que eu não quero falar dos meus sentimentos abertamente e ter a limitação das palavras. Você dizer:”oi, tudo bem?” e o papo encerrar ali. Porque somos tão falantes não é mesmo? Que me dói.

Bonito, esses dias eu pensei que o sentimento não seria escrito novamente. Porque me angustia a possibilidade do não ter eterno e de tuas palavras simplesmente sumirem da minha vida. A gente é só isso, palavras contidas, palavrões-brincalhões e eu não quero perder isso. Não agora. Então, ocorre-me hoje, dizer-te o que há nas cartas é o mais puro amor, aquele que Nando Reis canta na música “Pra você guardei o amor...” e tantos outros sentimentos, há também a amizade que eu acredito que seja o nosso maior laço, porque eu sei que a gente se gosta, que este sentimento é recíproco. Esse sim. Mas são tantos outros sentimentos que me impedem de dizer o que sinto por ti, então eu vou escrevendo, te escrevendo, me escrevendo, nos escrevendo e eu, sinceramente, não sei até quando continuarei com esse círculo vicioso. Talvez, até você se cansar de mim. Se é que não cansou.
Eles também não mandam: postagem coletiva.

segunda-feira, fevereiro 01, 2010

Be happy.

Eu disse que mudaria de endereço e que deixaria algumas caixas que há muito havia empacotado. Eu havia decidido há tempos, demorei fazendo as malas e os meus produtos de beleza ocuparam uma mala e pequenas necessaires, desnecessário tu dirias com a tua boca gozadora. Mas, enfim, já não me importas as tuas críticas, opiniões e desmandos. Eu guardei no porão as tuas lembranças, está será a única bagagem que deixarei por aqui. Entreguei as tuas coisas para a tua mãe, já que decidiste não voltar a me ver. Por quê? Será que te dói me ver ainda? Olhe. Escute bem, por favor, não desvie o olhar. As coisas serão mais facéis de agora em diante, meu bem. Terás tudo que me deste afinal de contas e podes queimar caso queira, não o fiz porque é teu. Não sabia se há algo aqui que te interessa. Ei. Não me toque novamente, porque senão de dou um murro no nariz.

Eu sei que te ocorre que minha agressividade é engraçada, não pense dessa maneira, porque não é apenas proteção. Eu prefiro esse sentimento que nasceu aqui em mim, nada de abraços ou apertos de mão. Você não me dói ao contrário do que tu pensas, mas eu prefiro que sejamos desconhecidos de agora em diante. Impiedosa, eu? Não me venha com teus reclames, porque não tens direito em mais nada. Sequer de erguer tua sobrancelha para mim. Eu não te amo. Certo. A minha cabeça diz isso, mas quer saber o que o coração diz? Nada. Ele é puro silêncio. E por coincidência, doce, eu usei aquele pingente. Combinou com a minha pulseira e os brincos, apenas por isso o usei. Não sei o porquê de tanta euforia. Acabou, sabe. Faz 4 anos. Lembra de quando eu tentei reatar e você disse:"supera, já tem quase 1 ano." Agora eu te repito isso: desencana. Não há mais sentimento meu para você, tu não cabes no meu coração.

E pare com essa cara de deboche. Eu não estou falando nenhum absurdo, é verdade, da mais pura. Demorei a desvencilhar-me, mas consegui. Não me chame de cruel. Acredito que tenho o direito de ser feliz, já que há 4 anos tu me podaste dela.

Be happy, sugar.