segunda-feira, novembro 14, 2011

Brevidade.

É um brevíssimo segundo, eu sei.A vida que há muito me escorre entre os dedos, os dias que se passam sem ao menos dizer: “olá!”. O tiquetaquear do relógio que se torna inaudível e, incrivelmente, me parece roubar horas, minutos, segundo. E essa brevidade não me apetece como aquele bolo docinho que derrete na boca, ela me apavora. Porque eu sinto não ser, por vezes, capaz de concretizar tudo aquilo que desejo. Percebo que estacionei em alguns lugares e por mais que eu tente engatar a marcha, ela não vai.

Só que Tu me vens maciamente e ao pé do ouvido dizes: “há tempo para tudo.” E então eu compreendo que tens razão. Que não há como colocar o carro na frente dos bois, que o Teu tempo é diferente do meu e que eu devo esperar Tuas demoras. É difícil, Senhor. Mas desde que comecei a dar graças por tudo a minha vida é fruta-cor, os meus dias mesmo que breves são felizes.

E esse vento doce que me vem beijar a face nessa segunda-feira fria, é apenas o prenúncio de que Tu estás a caminho, que andas ao meu lado e que me ergues. E não importa o quanto a dor possa me alcançar, se a minha mente estiver em Ti, ela não me ferirá. E eu creio que o Teu abraço que me embala continuará até os fins dos tempos.

Entendi que a felicidade está ao nosso alcance.
Ao meu.

quarta-feira, novembro 09, 2011

Amor, felicidade e livros.



Eu aprendi com os livros que a felicidade é algo tangível. Quando eu me vi mergulhada em Camões e apaixonada por Caio Fernando Abreu, descobri que o amor também poderia ser sentido com os olhos, com as mãos. E então, eu descobri que poderia criar o meu mundo, que ele poderia ser cor de rosa ou azul sempre. Eu descobri que posso ser autora de finais felizes, que posso fazer alguém feliz com um simples olhar, que tenho o poder em minhas mãos com os meus caracteres.


A verdade é que o amor só te traz dor quando se ama errado. E nesse mundo de livros aprendi como amar certo, mesmo que seja só ilusão, amar é sempre bom. Pelo simples fato de ter alguém para se admirar e mesmo com defeitos acha-lo perfeito. Aprendi que não preciso aceitar as dores que o mundo traz. Eu posso muito bem tornar o meu mundo melhor, mostrando como a felicidade é, para alcança-la não precisa de muito, só apenas da sua imaginação e dos seus sentimentos.


Em parceria com a doce Priscila Orlando.

quinta-feira, novembro 03, 2011

Da saudade.

Involuntária foi a forma que nasceu dentro dela o sentimento. Da maneira mais insuspeitada possível. Por que ela não poderia simplesmente ter ignorado a presença dele naqueles dias? Por que ela simplesmente não podia ter tapado os ouvidos aos seus elogios doces e apetecíveis aos diabéticos? Por quê? Porque ela se achava perspicaz o suficiente para entrar ali e sair sem olhar para trás. Ledo engano. Ela que sempre fora dominada pelas emoções, se achou esperta demais por ter mandado o amor para a caixa prego, eliminando-o de suas necessidades “fisiológicas”. Sim, fisiológicas, porque ela acreditava que o amor se enquadrava nessa necessidade e ria de Maslow que colocava o sexo antecedendo “matando-a” de ódio.


Ela não poderia simplesmente ignorar o painel que piscava em neon a palavra: perigo. Não, ela não poderia. Porque todos sabem que ela é teimosa, que ela queria provar para si mesma que conseguiria entrar e sair daquele campo minado sem nenhum arranhou. Mas que tola! Ela não ouviu a voz que gritava em seu interior para que ela não atravessasse a ponte, para que ela não estendesse a mão, para que ela não conversasse com ele tão de perto, para que ela não deixasse tocar a sua mão, para que ela não (...)


E hoje ela espera ansiosamente os seus sms, as suas mensagens que lhe trazem felicidade e afastam qualquer tristeza, os seus apelidos que ela detestaria ouvir repetidamente, mas como é dito por ele: ela ADORA. Os planos impossíveis que vezenquando eles fazem, a forma de como ele lembra cada detalhe que viveram, a voz dele quando repete as coisas que ela falou deixando-a abismada como ele guarda até as vírgulas que ela “dissera”, o olhar dele dentro do dela, o coração no ouvido, o primeiro beijo.


Tudo isso ela ainda espera.
Na sua desesperança.