sexta-feira, maio 31, 2013

2.190 dias

Eu disse sem pretensão alguma: “são apenas 2.190 dias. Apenas dias sem importância”. E ele não pôde ler as minhas entrelinhas. Talvez as minhas metáforas sejam tão enfadonhas quanto a programação de domingo da Tv aberta. Ou então ele não queira ler o que está evidente. Ou então [...]

Acontece que as interrogações já foram respondidas, mas a minha cabeça insiste em abrir brechas e exceções. Tolice! Eu repito diversas vezes, mas os meus ouvidos não fazem questão de ouvir. De que adianta, me diga, você tecer vários poemas dentro de si e sonhar com uma pessoa que não quer te estender a mão? E de que adianta você se interrogar tanto em frente ao espelho se as respostas não existem?

Foram apenas 2.190 dias – inexatos. O bastante para dilacerar meu coração devido a minha falta de coragem. O suficiente para me sufocar todas as vezes que eu ouvia o nome dele e minha cabeça devaneava: “por que eu deixei ele partir?”. Então você se dá conta que não é era realmente para ser. A inexatidão de sentimentos não permitiu que o amor se cumprisse ali. Não estou dizendo que o amor de fato existiu, mas que ele poderia sim ter existido se houvesse brecha, se houvesse um terreno fértil para que ele se plantasse. Não houve.


Apenas 2.190 dias. 

quarta-feira, maio 29, 2013

A delícia de você ser quem é.

“Também acho uma delícia quando você esquece os olhos em cima dos meus.”
Chico Buarque


A confusão aconteceu quando os meus passos começaram a vacilar. Eu tentei não olhar para trás e, de alguma forma, aceitar que os nossos destinos não estavam destinados a se cruzarem. E, então, em meio ao caos e a turbulência que se instalava dentro de mim, percebi que você não era passagem. Senti que o seu olhos haviam ancorado em meu coração e presa me mantive sem nenhuma resistência. Permaneci.

Tu não sabes a explosão que me causas com esse olhar sereno que me invades, com a tua voz que de tão macia - aveludada -, torna-se tangível, com o amor que surge dos teus lábios quando você fala sobre o que há em teu coração. E eu mergulho nessa imensidão de sentimentos, nesse turbilhão de sensações que desconcerta até o meu caminhar, na tua simplicidade que me comove e apaixona a alma. 

Quando teus olhos pousam sobre os meus não há texto, verso ou prosa suficiente para definir o que sinto. É vulcão em erupção e acrescentando, doçura, apenas  te digo: que delícia você ser quem é.

terça-feira, maio 28, 2013

Do inesperado.

Em parceria com a bonita da Juliane Rodrigues.


Eu não pretendia encontrar o amor ali e, ainda assim, em meio a tantas equações e orações subordinadas ele me apareceu. E sem pretensão alguma ele se alojou em meu coração. Foi necessário apenas algumas palavras bobas de adolescentes açucaradas. E, antes mesmo que o visse, meu coração já havia escancarado as portas para que ele viesse. E veio.

Primeiro dia de aula, expectativas, ansiedade, coração acelerado, uma curiosidade aguçada por querer saber, ver e conhecer o menino, que antes mesmo de nos encontrarmos, já despertava em mim o sentimento mais bonito. Borboletas no estômago se ouriçaram no momento em que o vi entrar vindo em minha direção. Mal sabia eu que dali, daquele dia em diante o destino se encarregaria de unir os nossos caminhos.

Com o passar dos dias eu me encantava mais, ao observá-lo. Olhos escuros, sorriso largo e um jeito meio desengonçado que acabou chamando minha atenção. Definitivamente eu não me reconhecia mais, tudo em mim parecia estar mudando, sentia como se estivesse a ponto de explodir, frenética. Sabe o contato visual? Então, acho que a partir do dia que o vi, conheci o verdadeiro significado dessa expressão.

Amor à primeira vista existe? Até o presente momento não acreditava. E achava uma babaquice toda essa história de que o cupido vem e solta a flecha, de que o amor vem e nos assalta. Mas era impossível lembrar de todos os meus conceitos, ideologias, diante daquele sorriso que era capaz de derreter uma geleira. O meu coração encontrava-se em estado de liquidificação. Eu sentia que era ele, só podia ser ele.

terça-feira, maio 21, 2013

O quarto dele.





A janela não denuncia que o Sol há muito se aproxima, mas os pássaros insistem em avisar que o dia já está nascendo. Olho para o relógio sobre a cabeceira e vejo os ponteiros se movimentarem preguiçosamente e acredito, talvez, que ele seja nosso cúmplice e queira estender um pouco mais o nosso encontro. Tudo que me cerca é de alguma forma familiar, apesar de não ter objetos meus, sinto que até o travesseiro se molda ao meu desejo de ficar. A respiração dele é tão calma, tão serena que me leva a imaginar o que se passa em seus sonhos. Não desejo que ele acorde, não naquele momento, quero apenas observá-lo. E assim faço.


O dia, aos poucos, anuncia sua chegada pelas frestas da janela sem persianas do quarto dele. Estou sonolenta e perdida em meus pensamentos. Queria, de alguma forma, parar de existir para o mundo e viver somente aquele instante. Como se pudesse envolver nossas vidas em uma redoma de vidro e recriar as nossas vidas ali. Sem trânsito, sem trabalho, sem os estudos que me deixam tão distante dele. Só queria. 

Olhando-o ali tão indefeso e quieto, sinto que poderia observá-lo apenas por horas a fio. Deixar os seus braços envoltos a minha cintura, naquele abraço leve e inocente que somente ele tem a me oferecer. Não há como não amar aquele menino de sorriso largo e coração grandioso. Não há como não querer que sua mão esteja estendida para me ajudar atravessar a rua. E em meio a tantos desejos e sonhos eu só quero que ele continue ali: deitado e indefeso. À espera de um mundo ao qual somente nós pertencemos.

quarta-feira, maio 08, 2013

Feliz você ♥


Irmã,


Desejo que as pessoas te descubram, Poli. E enxerguem a pessoa maravilhosa que você é. Quero que o mundo inteiro te conheça e veja o quão valiosa tu és, que o Universo possa contemplar a mesma alegria que sinto por tê-la em minha vida. Quero que você trilhe um caminho sem pedras íngremes em direção à felicidade. Desejo assim como na música do Frejat: "que você tenha quem amar" e que essa pessoa seja digna de receber todo esse amor. 


Eu te desejo todo o bem maior do mundo. Que as pessoas enxerguem, assim como eu, o brilho que tu tens. Você é uma jóia rara, Poli. Nunca se esqueça disso, viu? Você é a poesia que o coração de Deus sonhou. Eu sou orgulhosa por tê-la em minha vida e de poder dizer aos quatro ventos que você é minha irmã. Bato no peito mesmo e digo que você é um exemplo para mim e que te admiro por infinitas razões.

Estava aqui lembrando de quando você nasceu e eu perguntei para minha mãe: "mãe, eu estou no canto?" E então ela disse que não. Que você era minha irmã e amiga, e, então, a nossa amizade nasceu ali. Eu daria a minha vida por você. Não há no mundo alguém que eu torça tanto pela felicidade e eu sei que ela está próxima, sinto que que ela já está namorando você.

O aniversário é seu, mas nós que ganhamos o presente. Obrigada por ser meu porto-seguro, por acreditar sempre em mim, por enxugar as minhas lágrimas nos momentos de tristeza, por me dar ombro quando o meu coração já não quer mais acreditar na vida. Você é a alegria dos meus dias. Você é um exemplo de sabedoria. E apesar de todos os meus defeitos, inclusive minha ansiedade que te incomoda, eu quero dizer que você me ensina cada dia ser uma pessoa melhor. O que escrevi aqui não é nem um terço daquilo que realmente você é. Eu te amo em toda a tua essência, no teu jeito doce de ser e no teu carinho em ser amiga. Obrigada por existir e me fazer tão feliz.


Amo você com a minha alma e coração.
 

terça-feira, maio 07, 2013

Amor, eu te proíbo.

"Sou sua mas não posso ser
Sou seu mas ninguém pode saber
Amor eu te proíbo
De não me querer."

— Nando Reis.


Preciso falar contigo — ela falou. O diálogo fora ensaiado por dias, ou melhor, por meses. Pensava que poderia convencê-lo que o seu lugar era ao lado dela e que os destinos realmente estavam entrelaçados. Olhava pela janela e observava a liana que envolvia majestosamente a goiabeira de folhas vívidas e frutos saborosos, e pensava — como ele pode não se comover com o que sinto. E tentava conversar com os olhos, porém achava que ele não conseguiria enxergar o que havia ali. 

Silenciou.


Seus argumentos não são válidos — dizia sistematicamente. E ela não entendia e gostaria - sinceramente -, saber o que precisa fazer para que ele acreditasse. Fechou os olhos e suspirou. Mentalmente dizia: "sou sua, mas não posso ser." E ela queria que ele entendesse o que os olhos dela lhe gritavam, mas o amor nem sempre é bem aceito. Ela tentou diversas vezes falar e quantas outras deu espaço para que houvesse uma aproximação. Todas erradas e sem jeito. 


Todas.


Acendeu um cigarro e serviu uma dose de wisky e com voz de deboche lhe indagou: "por que insiste em me procurar sem ter nada a dizer". E doeu. Talvez a resposta estivesse implícita em seus olhos que insistiam em chover. Ou talvez estivesse nas mãos inquietas que insistiam em estalar os dedos. Ou estivesse ainda no bater de pés descompassados em seu assoalho de madeira. 


Havia tantas razões explícitas e tantas outras guardadas ali dentro dela. E ele tomava despreocupadamente a sua bebida e fitava o nada. A parede pintada de branco, o gato siamês que estava deitado sobre a cama e até mesmo o carteiro que passava na rua parecia ser mais importante. E mais uma vez os olhos dela transbordaram e as chances que eles tinham escorreram pelas mãos (de ambos).

sexta-feira, maio 03, 2013

O que eu não sei dizer

Cada voz que canta o amor não diz

Tudo o que quer dizer (...)
Lulu Santos





Você é (...)
Dois dias já se passaram e a vontade de te escrever machuca o meu peito. Não há adjetivos que lhe caibam e até pensei em inventar alguma palavra para te definir. Tudo é tão estranho. Os dias passam e parece que os nossos pés caminham na mesma direção, mas quando nos aproximamos há uma abismo imenso a nos separar. Fechei os olhos por alguns minutos e busquei na cabeça o que você é para mim e, confesso, que ainda não sei. Acho que você está me doendo um bocado hoje e tudo sem pretensão. Acho que as pessoas me doem muito e a maioria das vezes a culpa é minha. Ando tentando criar alguns versos daqueles bem doces para te entregar, assim como quando alguém faz uma cesta de doces e entrega a pessoa querida, mas o meu coração parece travar e a cabeça não corresponde. 

Você é (...)
Todas as vezes que penso em te definir, a frase é completada por reticências e eu queria que desse vez tivesse um ponto final. Aquela história clichê, mas que toda menina sonha, de "felizes para sempre". E então eu vejo que anda bagunçando a minha cabeça e percebo também que eu não consigo organizá-la. Você é (...) eu não sei o que você é. Quem você é. O que você quer ser. A única coisa que sei é que minhas linhas andam bem tortas e as palavras andam bem desalinhadas. Eu queria te dar algo bem bonito, dar meu coração em um papel cor de rosa ou até mesmo na minha agendinha de papel reciclado, mas eu não posso. E eu não sei o motivo.