quarta-feira, março 23, 2011

Debaixo da mesa.

"Toda pessoa sempre é as marcas das lições diárias de outras tantas pessoas" (Gonzaguinha)

A vida escorregou por debaixo da mesa e enroscou-se em seus tornozelos. E mesmo que eu queira me redimir dos meus pecados, não consigo confessá-los. Talvez eu fique aqui durante algumas horas mais ou até esvaziar essa garrafa de vodka. Eu já não tenho certeza de quase nada e pouca coisa me comove. Não levante a sobrancelha dessa forma em tom de reprovação. Sou apenas aquela garota do interior que você roubou a inocência. Eu não usava esse batom escarlate, minhas pálpebras jamais haviam sido pintadas dessa forma, meu rosto nunca esteve tão borrado como hoje. E o que você me diz? Nada.

Eu que não gostava de você e ainda assim permanecia. Percebi que pior que o amor é o sentimento de apego, aquele costume e a rotina diária. Eu que já não me importava em ter o seu carinho, hoje vejo que todas as portas estão trancadas e já não vejo saída. É engraçado como todos os caminhos são tortuosos e íngremes e meu salto agulha não consegue andar sobre eles sem tropeçar. O mais gozado de tudo isso é saber que a minha auto-suficiência se desintegrou, o que era de se esperar cedo ou tarde.

Não gosto dessa sua cara de piedade, dos seus sermões repetitivos e que me arrastam ao chão. O problema de tudo isso é baixar a guarda sempre, porque você nunca coube em meus excessos. O arrependimento vai queimando aqui dentro, cara. E não é a mistura de bebida que está me deixando amarga. São os sentimentos que se misturaram formando uma enorme bola de neve. Não sei o motivo de dizer todas essas besteiras aqui, nesse lugar sórdido, não sei a razão de ainda me importar com você. A única coisa que sei é que você e toda essa sua sobriedade me dá repulsa.

"Magda, uma personagem amarga e ressentida. Um novo 'estudo de caso'. Que caso."

segunda-feira, março 21, 2011

Sobre ser poetisa.



Sobre ser poetisa é algo que venho tentando desenvolver durante os anos. É que o amor é algo tão complexo que não dá muito para definir, concorda? Mas, de qualquer forma, a gente tenta reiventar o amor de diversas formas como na poesia, por exemplo. Há coisa mais sublime que o amor redigido? Eu não consigo enxergar forma tão perfeita de amar. Porque podemos inserir em nossos escritos a quantidade de emoção que quisermos e não há como alguém interferir, enchê-lo de mácula. Porque é nosso, apenas nosso. Vem do âmago. E quando sai de dentro de nossos coração não há como alguém, atrever-se a sujá-lo.


Mas é claro, Léo, que não amo apenas em folhas de fichários ou em teclas de computador. Seria até um pecado guardar tamanho amor somente para mim, para encher vezenquando os olhos dos outros. Amo também com gestos, com abraços, com beijos e essa sim é a mais pura forma de amar. Embora, até o presente momento esteja impedida de amar assim. Não por falta de vontade, mas por diversas outras circunstâncias que te direi logo mais. É preciso de tempo ainda para eu me abrir totalmente, apesar de ter encontrado em você a paz necessária para dividir minhas angústias.


Ah, quase esqueci de responder suas indagações. Eu não trabalho por enquanto, apenas estudo cinema e sou apaixonada por roteiro. O meu coração como você deve ter visto é quase um terreno arenoso, por enquanto está passando por uma tempestade no deserto. Sozinho. Mas em relação a família e amigos ele é imenso e sempre cabe mais um. E já que perguntou não há distinção entre a minha família e meus amigos eles são um só.
Me conta da vida, dos amores, dos desejos.



Beijos doce,
Aline.




Esse texto é uma parceira com a escritora Gabriela Diehl. Leia o início da história em seu site.

segunda-feira, março 14, 2011

Melhor post.


Gostaria de agradecer ao blog Sentimento Padrão pelo prêmio na categoria de melhor post em Fevereiro. O meu texto Sê Feliz foi aprovado por eles.
Muito obrigado, Luan e Juliane. E vocês estão certos realmente eu tenho muito carinho em cada palavra que escrevo aqui.