quarta-feira, dezembro 18, 2013

Meu José


Se meu coração tivesse uma caneta em suas mãos sairia por aí fofocando e desnudando os sentimentos que me invadem neste momento. Meu José. O José. Ele tem o sorriso que me desarma quando eu tento reprová-lo por alguma ação. Não há como manter o rosto rígido “furioso” quando ele olha nos meus olhos e repete com a voz doce aquilo que eu acabara de dizer. Ele tem o dom de desenhar os meus melhores sorrisos, como um escultor que – cuidadosamente -, esculpi a sua obra. Ele arranca a felicidade dos meus lábios.

Há dias eu penso em discorrê-lo nas minhas linhas, mas achava que poderia roubar um pouco da beleza disso tudo. Bobagem. Eu que há muito falava sobre amores platônicos, hoje vivo um recíproco e meio que não sei como lidar. Como recebê-lo. É doce. É impressionante. É assustador – a maioria das vezes, mas é confortável.

Escolhi me dar uma chance ao receber o seu primeiro abraço, porque envolvida em seus braços me senti como se ali fosse minha casa. E, embora houvesse uma pequena relutância eu me deixei levar pelos abraços, pela fala mansa e macia que ele tem, pelo abraço caloroso e pelos sonhos que ele tece ao pé do ouvido. É assustador: eu repito.

Eu me apaixono todos os dias – irremediavelmente – quando ele me olha nos olhos e responde aos meus questionamentos. Quando ele me abraça e diz que há medo no sentir, mas que ele está disposto a correr o risco. Ele me apavora e me devora. Devora o meu coração e todas as borboletas que ali, por anos, se mantiveram instaladas.

Quando saio por aí e as suas mãos se entrelaçam às minhas sinto que meu coração facilmente poderá explodir. É esquisito. É como se não estivesse em meu corpo, como se não fosse eu ali. E mesmo que tantas vezes eu sinta vontade de soltá-lo, meu coração diz que as nossas mãos sempre formaram um laço.

Eu me vejo em seus olhos e a sensação que me dá é que posso derreter a qualquer momento. Ele me apaixona em todas as suas formas de ser. Quando observo o meu reflexo em sua íris me dá vontade de chorar, porque eu me desconheço e sinto que estamos dentro um do outro. É absurdo. Sei que é. É tão novo. Tão novo esse sentir. Ele me tem e acho que não sabe o quanto. Talvez nem eu saiba.