terça-feira, maio 25, 2010

O coração dela.

(...) eu não vou deixar passar.
Talvez ela não notasse o quão nervoso eu ficava a cada aproximação, não sentisse o meu coração martelar a cada abraço caloroso que ela insistia em me dar e a cagueira aparente todas as vezes que risonha ela dizia: - sei não, mas acho que você é apaixonado por mim. Acontece que mesmo diante das evidências as nossas mãos se davam apenas em apertos de mão amigáveis, sempre lhe fui o ombro, pernas e deseja ardentemente ser mais que isso: ser o coração. Contudo, nada ela via em mim e eu me perguntava altas horas da noite o motivo dela não me notar. Por que ela fala dos amores dela para mim?
E por que eu insisto em lhe dar atenção quando fala para mim? Será que ela não vê que falar sobre ele me magoa? Acontece, porém, que percebi que na verdade era eu que deixava que ela me usasse como estepe, que fosse o ombro, desejando ser seu coração. Sem saber que o coração dela era ele.
Mas ela me disse algo que acendeu esperança e mim: - existem algumas pessoas que não podemos deixar passar. E no intímo, juro. Desejei que a mim ela tivesse notado.

quinta-feira, maio 13, 2010

Amigos (...)

Só me escute, por favor. Talvez algum dia eu consiga encostar a cabeça na janela do ônibus e não pensar em você. Acontece que esquecer você é difícil, porque o sentimento não é uma frase escrita em uma lousa que a qualquer momento você pode pegar um apagador ou algo escrito em um papel a lápis. É impossível esquecer o que te faz bem, é impossível principalmente porque eu te amo e mais ainda, porque eu não desejo te esquecer. É tão engraçado alimentar um amor sem esperanças, unilateral. Cansa.


Sabe, bonito, eu entrego as pontas. Desisto. Sabe que escrever isso é tão dolorido, tal qual uma bofetada, que há dias venho pensando em como eu me sinto, e como eu me sentiria ao tentar arrancar esse sentimento que está enraizado aqui dentro. Mas, sabe, é tão necessário. Porque o meu pensamento fica sintonizado em você 24 horas e tudo o que eu penso e faço você está, indiretamente ligado. Eu só penso, respiro e vivo você e se eu soubesse que haveria possibilidades eu continuaria. Mas hoje, sabe...eu vejo que não.

E para preservar o que eu tenho, ou imagino que tenho, eu paro aqui. Sem atravessar a ponte, ou melhor, sem chegar ao final dela. Porque há tempos eu fiquei parada lá, chegando, chegando. E escrever isso me dói tão profundamente que eu paro aqui.



É amigos. Só.

segunda-feira, maio 03, 2010

Ninguém tem culpa.
Talvez eu tenha.

Mas acontece que meu coração parece ter sido jogado num moedor de carne.
E eu não tenho vontade nenhuma de voltar a escrever aqui.
Sabe, perdeu o sentido. De verdade.