sexta-feira, dezembro 29, 2017

Você merece o amor


Abrace os seus ideais e não se preocupe se as pessoas acharão que é loucura. Faça uma aula de dança, de mergulho, de patinação ou de violão. Dance na chuva de terno e gravata ou vá até o Jalapão curtir o calor de Tocantins. Beije o seu amor de forma inesperada e com os olhos diga o quanto ele é especial. Abandone seu emprego se ele não te fizer feliz, agarre novos sonhos e não tenha medo de recomeçar. A maioria das pessoas só percebem que estão infelizes quando não há mais tempo para mudar; mude.

Viaje sempre que quiser.
Conheça novos lugares, pessoas e culturas. Desbrave o mundo e construa a sua história em cima daquilo que você acredita. Colecione bilhetes de ônibus, carimbos no passaporte, check in's em suas redes sociais. Vá atrás daquilo que move o teu coração e não se importe com o apelido de andarilho. Acumule experiências. Seja rico de memórias.

Ame sempre. 
Não tenha receio de se doar por medo de que não haja reciprocidade. A maioria das pessoas fecham seus corações por experiências mal sucedidas; não tome para si o mesmo destino. Abrace o amor que bater à sua porta e não se esqueça de retirar os entulhos do relacionamento anterior. Todo mundo é um ser único, é um universo inteiro de possibilidades, não defina o seu futuro baseado em uma experiência ruim. 

Planeje-se.
Há um velho ditado que nos diz que quem muito quer acaba ficando sem. Anote em um caderninho suas prioridades e tente separar apego de necessidade. Carregamos muitas coisas desnecessárias conosco: amores antigos, caos interno, problemas não resolvidos. Olhe para dentro de si, analise o seu interior e pergunte ao seu coração quais os seus sonhos. A nossa vida começa a andar quando paramos, por um instante, para nos indagar se estamos no caminho corre.

 Ame-se.
Tenha carinho pela pessoa que você é. Saiba se olhar com mais gentileza e perceber que até as tuas imperfeições te fazem um ser único. O nosso primeiro amor deve ser aquele que nos encara todos os dias no espelho. Não tenha medo de se amar do jeitinho que você é. Você é, escute com muito amor o que irei dizer, alguém que merece o amor.

quinta-feira, dezembro 21, 2017

Eu superei você



Gozado olhar para trás e perceber que aquele medo de te perder não fazia tanto sentido. Às vezes eu olho para a nossa antiga relação com um certo pesar. Fico lembrando da minha insistência e esforço para te manter confortável em minha vida, das horas conversando sobre um futuro, do incentivo diário e da fé que tinha em você; lembro das tuas causas que abracei e das vitórias que aplaudi. Tudo isso me causa um certo desconforto, uma espécie de dormência. Não porque não deveria ter amado, apoiado ou estado ao teu lado, mas por olhar para nós e não reconhecer quem éramos. Por constatar que me dediquei a alguém que vivia com o pé na porta e que nunca havia desfeito as malas na intenção de permanecer em minha vida.

Não sinto saudades.

E isso sai tão facilmente da minha boca que me assusta. Esses dias me perguntaram sobre você e, por incrível que pareça, não me doeu dizer que não sabia. É estranho como as coisas se acalmaram dentro de mim e como o seu nome já não me causa arrepios. Aqui dentro tudo dorme. Há poucos vestígios da tua presença e os dias parecem tão distantes que me pergunto se eles realmente existiram. Tempos atrás a possibilidade de viver sem você me assustava e me causava calafrios. Hoje vejo que tudo na vida tem jeito. É como dizem por aí: só não há jeito para a morte.

Olhar para dentro de mim e perceber que você não me dói mais é libertador. Sinto que as amarras já não existem e que o elo que nos mantinha conectados se rompeu. A vida é realmente um interruptor e eu desliguei você. Desliguei de mim. Dos meus dias. Da minha vida. E aos poucos vou desligando dos meus pensamentos. Confesso que sua lembrança vez ou outra povoa a minha mente, mas logo em seguida se esvai. Ela sempre vem acompanhada de suas palavras falaciosas e de mentiras que vou interligando. Tudo isso me deu e me dá forças para curar o meu coração.

Não dói mais.

E perceber isso me traz um alívio tremendo, porque pela primeira vez - de todos os relacionamentos que tive - eu consegui me recuperar rapidamente. Não houve tanto choro e lamentações. Houve apenas a constatação de que não era para ser. De que você não quis ou se esforçou para ser. Às vezes a gente só precisa se olhar com mais amor e perceber que vale muito. Às vezes a gente só precisa concordar com as decisões do outro. Olhar para você, para todas as tuas dúvidas, todas as tuas desculpas e para todas as tuas invenções só me deram forças para seguir em frente sem olhar para trás.

Aqui dentro está tudo okay e está tudo definido dentro de mim. Tenho procurado me permitir mais e conhecer novas pessoas. Tenho aprendido a receber elogios, reaprendi a flertar e tenho amado todo esse começo de paixões. Venho estendendo as mãos novamente e me permitido caminhar ao lado de quem sabe onde está andando. Dúvidas demais não me comovem e entendi que não tenho e, nem preciso ensinar ao outro seus caminhos. A vida tem me presenteado com boas gargalhadas e com amores recíprocos. 

Tempos atrás a possibilidade de viver sem você me assustava.
Hoje olho para nós e percebo que superei você.



sexta-feira, dezembro 08, 2017

O coração é de mocinha


Há quem confundisse minha personalidade forte com braveza. Nunca fui daquelas mocinhas que acreditava em tudo que diziam, que se calava para qualquer um colocando o rabinho entre as pernas e de cabeça baixa ia embora. Sempre fui mulher de gênio forte, mulher que quebra o pau mesmo quando precisa, que dá soco na mesa, que grita mais alto e que encara o desacato com olho no olho.

Sou daquelas que se precisar pega boi à unha com sangue nos olhos. Mas no fundo, no fundo, o coração é de mocinha, viu? Não é que eu mudei. É que eu cansei de bater de frente, cansei de tentar administrar os vários tipos de mulheres que tenho aqui dentro e decidi ser mais gentil comigo mesma. Chega uma hora em que o amor-próprio grita mais alto e a maturidade nos ensina que trabalhar para ser alguém melhor faz um bem danado, sabe?

Não desejo ser melhor para ninguém, quero ser melhor pra mim, quero poder olhar no espelho e dizer "PQP"! Nunca imaginei que esse tão famoso mulherão da porra estivesse escondida em algum lugar aqui dentro". Tô querendo conectar meu coração com a minha mente a ponto de poder dominar a fera, entende? Acalmar meus demônios que querem passear sempre fora de mim, mesmo quando eu não permito. Tô querendo entrar em uma discussão, vencer no olhar e em pensamentos dizer: "não, isso não vale a pena, porque sou muito melhor que qualquer desprazer que queira tirar a minha paz" Mas tudo isso por mim. Por ter entendido que o que realmente importa nesse momento é a minha paz de espírito. 

Quero ter cada vez mais certeza que a felicidade consiste também em fazer o outro feliz, sem maldade e sem máscaras aparentes. Ando mesmo é querendo cada vez mais dar férias à minha alma, e rezo para que nada e nem ninguém nesse mundo consiga roubar esse estado de paz e de graça em que eu me encontro agora. Hoje me visto de camaleão e mudo minhas cores, hoje bato de frente com o que vier, só que com elegância e maturidade. Muitas coisas continuam iguais, outras mudaram muito por aqui. Só não se esqueça: de boba não tenho nada, o coração é de mocinha, mas ainda existe o tic tac de uma bomba relógio aqui dentro. 



quinta-feira, dezembro 07, 2017

Não farei esforço nenhum para te conquistar.


Não por ser machista, não é por não estar interessada. Nenhum dos motivos aparentes. Então vou te contar, ok? No começo muitas vezes as pessoas mostram algo que elas não são, eu também fazia isso. Porque talvez elas acreditam que existe um padrão de comportamento considerado certo para “conquistar alguém”. Como se existissem atitudes, frases ensaiadas para os primeiros encontros. Existem tantos jogos hoje em dia e eu simplesmente não quero fazer parte disso. 

Talvez eu esteja jogando, não sei, porém cansei do outro tabuleiro. Não quero mostrar algo que não sou, confio muito mais no meu jeito. Porque na verdade aquilo que sai da mesmice é muito mais encantador. E se eu tiver que ser outra pessoa para alguém gostar de mim, então algo está errado. Mas calma, gafanhoto. Também não significa que vou me jogar sem saber voar dentro de um abismo. Confio na minha espontaneidade, mas também na minha precaução. Eu cuido de mim, entende? Vamos percorrendo o caminho com muita serenidade. Não quero correr. Porque a graça está em viver os momentos que a vida nos proporciona no incrível e fugaz “agora”.

Só não quero todos esses artifícios que me dão sono. Gosto de viver com verdade, de forma objetiva. Fico onde quero estar, mudanças não me assustam. E é isso que espero de volta. Receber verdade. Gosto de quem mostra aquilo que é. Por mais estranho que pareça. Eu gosto do que pode ser considerado raro. Não vou disputar nada, se tivesse que fazer isso é porque algo não está legal. E cada um fica porque quer, não é? Ninguém prende ninguém. Não te dou motivos para ficar, você está aqui porque quer. Eu estou porque quero.

Vou mandar mensagem quando lembrar. Vou te convidar para sair. Vou ser do jeitinho que sou. Fazer piadas. Ser irônica. Te abraçar forte quando te encontrar. Falar que quero te ver. Vou rir até a barriga doer das tuas palhaçadas. E ir vendo tuas reações. Porque até as mínimas coisas precisam ser recíprocas.

Até onde nós vamos, marujo? Não sei. E sinceramente? Não estou preocupada com isso. Não estou pensando demais no futuro não. Tô vivendo aqui, agora, hoje. Que tá bom, não tá? Tá sim. Tá gostoso, tá alegre. Tá leve, despreocupado. Tá bonito. Então vamos viver e enrolar nos nossos braços esse momento.

E agora já pode me beijar, porque já falamos muito. Porque cê sabe, conversamos tanto, nosso silêncio é um dos meus silêncios favoritos. É o silêncio do beijo.


quarta-feira, dezembro 06, 2017

Vim te libertar da "felicidade inabalável" das redes sociais


Quem inventou essa “felicidade inabalável” estava bêbado. Sabe aquele pessoal que bebe e fica felizão?! Então, foi um deles. Tenho certeza! Lembro que na época do Orkut tinha muitos posts ao estilo “estou péssimo (a)” e o pessoal dava apoio. Hoje, no facebook e no instagram, é o contrário. Vejo um pessoal mais novo criticando os mais velhos por postarem selfie com a cara séria. Dia desses, surgiu esse assunto na faculdade e apaixonada pelo comportamento humano que sou, aproveitei. Questionei sobre o porquê de “termos” que fazer selfies sempre sorrindo.

Pra minha surpresa, a colega que disse que tínhamos sempre que sorrir, não tinha resposta. Tentei fazê-la pensar dizendo “existe algum motivo pra estar sempre sorrindo nas selfies?” e ela disse “não, é que é mais aceitável”. De fato, a felicidade é mais aceitável e desejada. Mas quem inventou essa tal “felicidade inabalável” nas redes sociais não estava em sã consciência. Sou da turma que prefere tomar decisões sobre a vida pessoal na tristeza. A alegria é péssima conselheira a meu ver.

Se na vida não estamos sempre sorrindo, eu te liberto dessa “felicidade inabalável” em suas redes sociais. Temos todo o direito de estar mal. De querer chorar. De querer dormir por dias e dias. De sair correndo e voltar quando tudo estiver resolvido. A vida tem momentos bons e ruins. Se mostramos sorriso e alegria sempre nas redes sociais, não somos verdadeiros. Quando era mais nova, achava que o pessoal mais abastado de grana, era mais feliz que eu. Então conheci na adolescência, uma mulher rica que não dormia nem com remédio.


E eu, onde encosto e me sinto segura, durmo. Essa mulher frequentava festas da alta sociedade da cidade. Era conhecida. Tinha muita gente ao seu redor. E champanhe pra ela era água. A mesma garrafa de Sheldon que eu esperava o ano todo, pra usar meu décimo terceiro e comprar uma, ela bebia como água. Quando me contou que estava há 4 dias sem dormir. Que tomava remédio. Vi que a vida dela não era assim, tão boa.

Ela me disse “trocaria a minha riqueza pelo seu sono, Gabi. Já te vi dormindo na igreja, enquanto esperava a sua avó. Senti inveja disso”. Esse dia, me lembro como fosse ontem. Me sentei numa cadeira enquanto minha avó conversava com umas amigas. E quando vi, ela estava me sacudindo. Pra mim, aquela mulher, de “felicidade inabalável”, era a mais feliz do mundo. Cada foto com sorriso forçado hoje no instagram me faz pensar sobre as dores que a pessoa carrega. Cada momento feliz compartilhado no face, me faz pensar em quantas questões pessoais cada um tem que os afligem.


Você não precisa estar feliz o tempo todo nas redes sociais. A sua realidade de vida não é essa. A sua face séria, em tom natural é mais linda que com aquele sorriso forçado. Aquele mesmo sorriso das outras mil fotos. Esse sorriso nem rende mais likes. As pessoas já se cansaram. Você decorou ele e sempre o usa nas selfies. Aprendeu sobre a “felicidade inabalável” né?! Sei como é.

Pois bem. Eu te liberto agora dessa felicidade falsa. E te digo: faça selfie como bem entender. Esteja feliz ou triste em seus posts. Tudo bem! Tudo bem em se sentir uma derrota. Em se sentir mal. Em se sentir no fundo do poço. Aliás, falando nele, o fundo do poço, é o melhor lugar pra se estar. É a partir dele que a sua vida anda pra frente! É nele que as melhores decisões são tomadas. Com choros, sofrimento e muita reflexão.


Acredite. Daqui uns anos, você vai lembrar do poço e sentir orgulho de si. E você, daqui pra frente, está livre de ter que estar sempre bem nas redes sociais.

Por nada!


terça-feira, dezembro 05, 2017

Só por hoje vou me permitir ser feliz


Acordei com uma sensação estranha. Tudo bem, isso não é novidade, acordo cada dia de um jeito e não consigo entender o porquê e de onde, às vezes, vem tanto tipo de sentimento. Mas ao levantar, me olhei no espelho, reparei em alguns defeitos, e lavei o rosto.

Comecei a prestar mais atenção no que eu tava sentindo. Tentava descrever pra mim mesma que tipo de sentimento era esse e não conseguia. Então, continuei meu dia como deveria, sem me preocupar tanto, mas ao longo dele eu sentia cada vez mais aquela sensação estranha que acordou comigo.

Trabalhei o dia todo, fiquei no meio de tanta gente, falei com várias pessoas, tudo conforme o normal; senti mais um dia do meu cotidiano se esvair quando cheguei em casa e joguei minhas pastas sobre a mesa.

Entrei no chuveiro e pensei em tudo que havia acontecido naquele dia, e no anterior, e na semana passada. Percebi que esse sentimento estranho era algo lá de dentro de mim tentando me mostrar que os dias estavam passando, escorrendo, como a água que caía em mim, e muitos deles eu nem sequer lembrava, porque parecia não haver nada de diferente que tivesse acontecido pra que me marcasse o suficiente.

Eu percebi que estava acordando e me deitando todos os dias de maneira robotizada, meus dias eram catalogados, maquinados, cronometrados pelo relógio do tempo que funcionava com os ponteiros da minha rotina. Rotina é essencial pra vida, pelo menos eu acho; a gente necessita de um pouco de organização dentro dessa ampulheta dos dias.

Mas mesmo todo mundo tendo uma certa rotina, algo acontece diante dos nossos olhos todos os dias e a gente não vê. Milhares de sons, músicas tocando, pássaros cantando, o tom da risada de alguém que ri de maneira tão extravagante e sincera, uma criança chorando e se acalmando logo em seguida quando sente o colo macio e seguro de sua mãe.

Tanta coisa acontecendo em nossa volta, e a gente preso em nosso próprio mundo, sem observar, sem apreciar, os detalhes mais singelos que a vida tem nos proporcionado. Pode parecer “pequenice”, coisa boba, mas enquanto a gente fica vidrado em uma tela em nossas mãos, reclamando daquele dia quente e ensolarado, a gente não percebe aquela gostosa e refrescante brisa que do nada aparece, que foi suficiente pra bagunçar levemente seus cabelos e derrubar algumas flores de cerejeira em seus pés, as mesmas que você passou por cima e nem notou.

Os dias têm se passado tão rápido e a gente talvez não esteja apreciando os pormenores mais importantes disso tudo. Acho que a gente não tem se permitido ser feliz. Não estamos nos permitindo usufruir das “pequenices” que nos fazem sentir mais felizes e ter mais esperança nesse mundo que não cansa de ser tão maluco. São momentos, circunstâncias, sorrisos, que por mais que sejam rápidos e durem apenas segundos, vão ser suficiente pra você lembrar quando estiver pensando como viveu esses últimos dias.

Mesmo que estejamos em uma situação ou fase muito difícil, a gente tem que se permitir ser feliz dentro das nossas possibilidades, dentro da nossa realidade, independente qual seja ela, ainda sim, é mais um capítulo que vai nos acompanhar até os agradecimentos finais desse nosso livro.

Espero acordar amanhã, com essa mesma sensação, e muda-la desde o começo, vou lavar meu rosto com água bem gelada, depois olhar pro espelho; e ao invés de já reparar nos meus defeitos, vou começar me lembrando que gosto da cor dos meus olhos castanhos, e lembrar que meu sorriso pode ser uma das “pequinices” felizes que alguém se lembre quando chegar no fim do dia.

Quero sair de casa com minhas pastas na mão e pensar “Só por hoje, vou me permitir ser feliz”. Quem sabe isso também vire parte da minha rotina, e se repita todos os dias.


segunda-feira, dezembro 04, 2017

Pare de stalkear quem não mais pertence a você



►Leia ao som de Tchau, Luciana Mello◄


Confesso que demorei um pouco para cortar o vínculo. Eu ainda queria saber se ele estava bem, se ainda mantinha os mesmos hábitos e se sentia a minha falta. Religiosamente eu ia lá e dava uma checadinha, batia o velho ponto, abria a  janelinha para ver se estava online e, consequentemente, ficava arrasada. Eu sempre voltava destruída de lá. Perdi as contas de quantas vezes vomitei após ver algo que me desagradasse, de quantas lágrimas eu derramei enquanto via seu status, de quantas noites eu fiquei em claro me questionando o porquê de tudo ter chegado ao fim.

Até que um dia, após uma conversa com minha irmã ela me perguntou: como você se sente depois que vê as coisas dele? Eu, prontamente respondi: acabada. Essa pergunta foi crucial para que eu mudasse esse meu velho hábito, para que eu soltasse as amarras que ainda me mantinham presa a ele. Tem dor que a gente cuida como se fosse animal de estimação; cuidamos, alimentamos e tratamos com muito cuidado. Eu não queria voltar de lá destruída. Eu não queria mais chorar por quem não me amava. Eu não queria me manter refém de um sentimento tão doloroso. E assim o fiz.

A princípio foi doloroso. Eu pensava: o que será que ele está aprontando? Será que está se alimentando direito? Será que ele está bem? E, então eu fui me educando e mudei as perguntas: como estou me sentindo? Eu estou bem? Como eu voltarei de lá após uma espiadinha? A partir daí, após os meus questionamentos, eu entendi que uma olhadela não valia um dia péssimo ou uma noite em claro. Que não valia o almoço que eu colocaria para fora após uma gastrite nervosa. Que não valia o meu descontrole emocional após uma crise de ansiedade.

A gente precisa se cuidar assim como cuidamos dos outros. Precisamos olhar com mais gentileza para o nosso coração e reparar bem aquilo que faz mal e aquilo que faz bem. Separar o joio do trigo, se é que me entendem. A partir do momento que eu decidi por mim comecei a negar informações que terceiros traziam dele, comecei a dizer: não é por nada não, mas deixa ele ser feliz de lá e eu feliz de cá. E desde então venho sendo feliz. A minha curiosidade já não me maltrata mais, porque aprendi a colocar minha felicidade à frente dela.

No final das contas a gente só precisa entender quem somos, o que merecemos e o quanto podemos contribuir para que a vida seja a melhor possível. Alguns sofrimentos são completamente desnecessários e sofrer por quem decidiu, de livre espontânea vontade, sair de nossas vidas é um deles. A gente só mantém em nossos corações aquilo que desejamos e eu escolhi manter no meu somente aquilo que me faz bem. 

Stalkear nem sempre é estar dois passos à frente de tudo, às vezes é só mais um gatilho apontado para a sua cabeça, às vezes é só uma arma esperando o momento certo para matar você. E de tudo que espero do mundo, que peço aos céus, morrer não está na lista. E por essas e outras eu também te digo: pare de stalkear quem não mais pertence a você.