quarta-feira, dezembro 22, 2010

Letícia, feliz aniversário.

Letícia recordava-se de seu último aniversário onde recebera gérberas amarelas. E sentada em frente ao seu computador devaneava sobre o ano que passara rapidamente. Usava ainda roupa social mesmo odiando, mas o seu salto quinze fora substituindo por um scarpin um pouco mais baixo. estava cansada hoje, queria mesmo era aproveitar o sol dessa quarta-feira ardente, sonhava com seu biquini e suas sandálias havaianas que estavam debaixo de sua cama, mas infelizmente teria que cumprir o expediente normal.

Pensava: - Por que não é decretado feriados em nossos aniversários? Sorriu em seguida. E pensou que poderia ser pior, no anterior tivera uma reunião em que sua vida profissional estava em jogo e como presente de aniversário alcançou sua meta e teve seu projeto aprovado. Lembrou-se de toda a tensão que sofrera durante semanas elaborando seus resumos e apresentação. Tudo compensado. Respirou com alegria.

Deixando sua caneta cair no chão fixou seus olhos sobre o antigo porta-retrato onde eles estiveram por vários anos. Seus olhos encheram de lágrimas, não de tristeza, mas sim de saudade. Uma saudade macia e doce. O lugar fora substituido por uma nova foto, Letícia e Janis Joplin - sua gatinha persa. Embora não houvesse mais diante dos seus olhos sua imagem, ela podia vê-lo perfeitamente todas as vezes em que fechava seus olhos. Essas lembranças massageavam seu coração ela adorava cultivá-las.

Antes de levantar-se viu que sua caixa de e-mails estava piscara. Sentiu o seu coração subir até a boca e suas pernas trêmula. Sim. Ele era o destinatário. No título da mensagem dizia: Oi boneca.
Pensou duas vezes antes de abrir, mas corajosamente clicou sobre o título. O e-mail abriu em seguida as letras por um instante embararalhou-se tamanha a sua angústia.

"Menina,
Tu não sabes como essa semana arrastou-se, queria muito que chegasse logo o teu dia para te presentear. Contudo, fiquei cismado se tu me aceitarias novamente. Então, reservei-me a enviar-te um e-mail. Então. Lá vai. Não conseguirei expressar tudo o que há aqui dentro. Mas posso dizer-te que és especial deveras, mas isso somente não basta. Desculpa as falhas, os erros. É que talvez eu não esteja pronto para dizer o que realmente sinto por ti. Mas saiba que é doce. É intenso. É vivo. E queria dizer que apesar de ter me omitido no ano anterior, tu estivera cá dentro. Tu és alguém cujo nascimento vale comemorar todos os dias. Parabéns pela pessoa que és.
Obrigado por me fazer sentir humano e amado.

João Henrique.

Letícia, após ter lido deletou o e-mail, sim, ela gostou. Mas preferiu deletar e deixar somente gravado em seu coração e com toda certeza estará para sempre. Gravado tão qual uma tatuagem.
Para Quel, uma doce amiga. Feliz aniversário!

segunda-feira, dezembro 20, 2010

A flor.

“Existe uma flor que me desperta desejos. Ela tem a sua face quando eu a
observo. Consigo enxergar além do pólen e suas pétalas. As cores lilás e branca me remetem a um vestido seu de renda.”


Eu via seus pés sujos de terra branca. Aquela que está ao redor do parquinho. O seu vestido de renda parecia dançar com a brisa de um jeito tão sereno, que me lembrava uma criança. Lembro-me que dissera quando criança havia ganhado de sua mãe um vestido de crochê rodado e que fica por horas dançando. Como se fosse realmente uma dançarina, o ritmo da lambada fazia com que as suas rodadas fossem tão incríveis e perfeitas, sei que apesar da pouca idade você já via poesia ao dançar.

É engraçado como consigo projetar essa imagem da cabeça, mesmo não estando lá. Vejo você dançando e ao redor várias pessoas batendo palma no ritmo da música, encorajando-a, dando forças para continuar. E em seus lábios o sorriso infantil e a cinturinha requebrando sem maldade, dançando apenas sonhos. Tudo é tão preciso até mesmo aquela flor enorme de maracujá que você insistia colocar no cabelo. Dizia que precisava ficar tão exuberante quanto às dançarinas profissionais. Ora, moça quanto anos tinha?

Fico rindo imaginando você com toda sua doçura tentando ser mulher. Então, crio situações em que “você-criança” veste as roupas de sua mãe, calça os sapatos, usa seus colares e pinta seu rosto com maquiagem. Até olhar para o espelho e fazer o trejeitos de sua mãe, como a cara de zangada que ela sempre faz ou de piedade quando você se machuca. Moça, não estive na sua vida por muito tempo, mas a minha imaginação faz-me te conhecer tão bem. Perfeitamente.

terça-feira, dezembro 14, 2010

Olá.

Acho que está na hora de voltar. Não há como não sentir saudades dos meus pedaços. Em breve de volta a ativa.