sexta-feira, julho 29, 2016

Nostalgia ontológica do objeto ideal.




O amor de hoje não é o mesmo de ontem. Isso por que o amor e as formas de amar se transformam aos longos dos anos.  A idealização Platônica do amor, como um valor em si mesmo, dá espaço à concepção de que amar é vivenciar o verdadeiro bem.

Certo dia li um inserto de uma crônica que fez todo sentido “Amores são como sapatos: com o tempo deixamos de almejar apenas a beleza e passamos a procurar o mais confortável e o que dure mais”.
O amor ideal não é amor, e sim uma completude narcísica, por ausência da noção de alteridade e de distinção entre si e o mundo. Apenas com a maturidade, e com predomínio da realidade, é que conseguimos entender a verdadeira essência do amor.

Com o tempo, passamos a entender que o real é o que importa. O real é alguém que vai estar ao teu lado, para dividir os prazeres e os dissabores da vida; é saber aceitar as diferenças um do outro. 

Aprende-se, com o tempo, que o amor é experimentado em suas várias formas e que ser feliz é uma questão de escolha, uma escolha em reconhecer o que de fato importa.


segunda-feira, julho 04, 2016

Eu gosto quando você



Eu gosto do jeito que tu me olha nos olhos e me faz cócegas involuntárias em meu estômago. É como se as borboletas se rebelassem dentro de mim. É como se houvesse um vulcão em meu interior. Tudo bagunça. Tudo queima. E gosto, ainda mais, quando você coloca a nossa trilha sonora pra tocar enquanto me cheira, me beija e me tem mais perto de você. E gosto, ainda, das reações que você me causa. De quando você me dá língua só para desenhar em meu rosto um sorriso ou quando você me espreme até conseguir uma gargalhada. Eu gosto quando você canta olhando pra mim, atravessando a minha alma, enquanto beija o colar de ametista que carrega no pescoço, sorrindo de canto. Eu amo quando você canta comigo ao som do violão que, mesmo sem saber direito, eu ainda insisto em tocar. Eu adoro quando você acorda cedinho e me dá bom dia com infinitas vogais ou quando se demora na despedida até eu cair no sono. Eu amo os meus apelidos, mesmo tendo dito – por um instante – que eles não combinavam comigo. Eu amo o modo que você me cuida e a forma que você me ama: “no seu bom dia", "no seu já tomou o remédio", "no seu já comeu?” Eu amo a forma que você pisca pra mim e as selfies – que mesmo bagunçado e “feio” como você diz – você me envia para me agradar. Eu amo o jeito que o meu nome sai da tua boca e a serenidade, a ternura, que você me diz: “Fica com Papai do Céu”. Eu amo ainda mais as estrelas, porque eu sei que você também as pode ver, em qualquer lugar que estiver, em qualquer canto do mundo. E porque eu te dou e você sempre me dá uma constelação de beijos. Eu gosto de descansar em teu colo todos as noites e gosto, ainda mais, de passar o dia inteiro contigo. Eu amo a forma que a vida me trouxe você e bendigo a Deus, apesar das dificuldades, o modo que você permaneceu. Você que era sementinha de feijão e hoje é como aqueles salgueiros que enraízam mesmo onde, aparentemente, não cabem. Eu amo como você me leva na adolescência e me faz amar como alguém que acabou de descobrir o amor. Eu amo a forma que você me espera curtir a música que está rolando em seu quarto, porque eu não consigo raciocinar, porque eu fico desconcentrada. E o modo como você ri dessa minha esquisitice. Eu amo tantas coisas que são – aparentemente –  pequenas e que você me diz: “eu não fiz nada demais, quem faz tudo é você”. Porque elas realmente são grandes e eu as faço por sua causa. Hoje toda vez que eu rio eu penso que meu sorriso tem realmente uma razão. E todas as vezes que eu sorrio eu sempre lembro de suas declarações. Porque eu amo tudo o que nos faz únicos, que nos faz pertencer um ao outro, que nos faz ligados. E por essas e outras que o texto não tem parágrafo. Porque não há pausa, não há espaço para vazios. E não termino, também, com pontos finais e nem reticências, apenas termino dizendo que eu amo muito, amo tanto, gosto quando você