quinta-feira, abril 25, 2013

Sorteio: livro Mel & Pimenta.




Quase não falo aqui no blog, mas escrevi um livro. É, escrevi. O Mel & Pimenta é a materialização de um sonho. O sonho de uma criança que aprendeu a amar as letras a partir dos gibis da Turma da Mônica. Não me considero uma escritora, me considero uma eterna aprendiz e amante das palavras. Costumo dizer que as palavras me traem quando resolvo falar - penso muito rápido e consequentemente faço besteira -, por isso despejo tudo o que sinto nas minhas linhas (dá tempo de pensar, rs). Agora um pouco de mim poderá fazer parte da sua vida, enfeitar a sua estante ou cabeceira da cama. Você poderá sentir um pouco da poesia que eu sinto ao meu redor. Talvez eu tenha me inspirado em você. Porque todos que vivem comigo me inspiram. É isso. O meu livro não é só meu. É seu. É nosso.

Como havia dito há algum tempo eu irei sortear um exemplar do meu livro. O sorteio será realizado dia 07/06/2013, às 18h e o resultado será divulgado aqui, no meu twitter: www.twitter.com/lovelyzinha e na minha página pessoal. O ganhador receberá em sua casa o meu livro devidamente dedicado e ainda confeccionarei um marcador de páginas (rs!). Para participar é bem simples.

1 – Curta a página Pedaços (http://www.facebook.com/pedacos);
2 – Compartilhe em sua página esse link com a seguinte frase: vou ganhar o livro Mel & Pimenta de Pâmela Marques;
3 – Clique https://www.sorteiefb.com.br/tab/promocao/184243  e em seguida: "Quero participar".

Boa sorte!

quarta-feira, abril 17, 2013

Um trem chamado saudade.



Ela se materializa nas fotos e em cadernos de poesia guardados debaixo de minha cama. Enquanto eu te vejo pequeno e com sardas, os meus olhos se enchem de lágrimas, tudo é salgado em mim. Sonho há tempos e, para ser mais exata desde que você se foi, com o sabor de tê-lo novamente ao meu lado. Saudade de comprar pirulito de coca-cola e sentarmos em frente a calçada da escola, de quando você estendia as mãos para que eu pudesse atravessar a rua e até mesmo de você me enchendo a paciência por eu não gostar de pagode. Era tudo tão feliz, sabe? Aquela cumplicidade que tínhamos só de olhar o outro, nossos olhos pareciam janelas e podíamos, com toda a certeza, enxergar através do outro. Saudade de quando você me abraçava de manhã, da sua implicância com o meu cigarro e até mesmo com a ameaça de contar aos meus pais. Que vontade de te dizer: "você salvou meu pulmão". Talvez um dia eu diga, enquanto isso queria só que soubesse, onde você estiver: ninguém jamais terá um terço do amor que dei a você.

sábado, abril 13, 2013

Vestígios

Texto em parceria com o bonito Alexandre L. Fernandes,
escritor em Elos do Horizonte.



Ao abrir a gaveta da minha escrivaninha encontrei aquele colar contendo um pingente com a inicial do seu nome. Me deste naquele nosso encontro no terraço do seu prédio. Lembra-se do pôr do sol? Do vento morno que acariciava nosso abraço? Uma das coisas mais bonitas que ganhei de ti em um dos momentos mais felizes da minha vida. E agora estava ali, tamanho tesouro, misturado aos papéis sem relevância espalhados pela gaveta. Perdoe-me. Eu errei em querer escondê-la, em tentar ludibriar os olhos do meu coração. Perambulei absorto sem querer racionar. Abrir a gaveta me permitiu acender novamente o coração. O suficiente pra te ver bela e radiante. Ainda.

Acordei ainda sonolenta, com a cabeça pesando quilos e ao esticar o braço derrubei sem querer a caixinha de música: aquela que você ganhou no “tiro ao alvo” na última vez em que o circo esteve em nossa cidade. Ouvir “Für Elise”, de Beethoven, me transportava até você. Eu podia sentir os teus dedos gelados sobre as minhas mãos, tua respiração quente sobre o meu ombro, o cheiro doce de madeira que vinha do seu corpo... Doía-me saber que nós nos resumimos a lembranças e objetos inanimados. Segurei a lágrima e respirei fundo. Eu não posso chorar, não devo e não vou.

Seu perfume ainda impregnava o colar. Ao acariciá-lo com a mão, senti desnudar-me com a inflamada lembrança da sua pele macia e cheirosa. Suspirei. Você rimava em meu coração feito poesia de Vinícius. Cambaleei inebriado no quarto enquanto você me penetrava à distância. Por um momento senti falta do teu calor, da tua presença febril que aninhava meu olhar e causava frisson em meu sorriso. Transportei-me até o gosto doce do teu beijo, aquele devagarinho e cheio de mordidas leves. Senti que já não raciocinava direito. Percebi-me incapaz de te encobrir do coração. Fui tolo demais. Teus vestígios eram fortes e intensos. Lágrimas nasceram... Não tive forças pra segurá-las...

Eu não tinha domínio sobre mim e as lágrimas, involuntárias, traíam-me descaradamente. Sentia-me, apesar de tudo, feliz por estar sozinha naquele quarto. Por não ter de dar explicações a ninguém e sentir os olhos piedosos de quem quer que fosse sobre mim. Os meus olhos chorosos assemelhavam-se as cascatas que outrora visitamos e, até isso, me fazia chorar. Desaguei. Não compreendia como todo o universo conspirava a nosso desfavor e não entendia como tudo ao meu redor me conectava a você. Guardei a caixinha de música e tentava preservar ali dentro o meu coração, ou que sobrara dele, numa tentativa quase que vã de mascarar o que realmente sentia por você e a falta evidente que você causava aos meus dias.

Tentei me recuperar e espairecer. Fui até a biblioteca ler um livro para ocupar a cabeça. Mal conseguia intercalar os pensamentos. Peguei o primeiro por impulso. Por obra do destino foi “O Caminho pra distância” de Vinícius. Um dos que mais gosto. Mas a minha surpresa maior foi quando encontrei, dentro dele, um pedaço de papel com a sua letra. Tive um sobressalto. Meu coração acelerou. Não sabia dele. Li com emoção... Havia trechos de uma música muito especial, da sua banda favorita: “You don't understand me, my baby, You don't see to know that I need you so much. You don't understand me, my feelings,”. Senti você ali sussurrando no meu ouvido aquelas letras tão significativas. O coração se rendeu de vez... Talvez agora eu seja capaz de te entender...

Enxuguei os meus olhos e ao olhar para o espelho pude perceber o leve inchaço que havia recebido de brinde. Não podia ser tão fraca, eu não queria ser. Olhando para a cabeceira vi aquele cd do Roxette que você me deu no nosso primeiro natal juntos, coloquei-o no pc e procurei minha faixa preferida: “You don't understand me”. Queria poder dizer a você que ouvisse aquela música, que soubesse que realmente é o único, que estou aqui caso queira me encontrar, que eu aceito as suas desculpas e posso confiar que as coisas serão diferentes, que você mudou e que nossa história será bonita. Porque assim como a canção diz, quando minha boca encontra a sua já não tenho certeza de onde começo e termino. Só queria que tudo fizesse sentido, que você viesse, que mostrasse e me ajudasse a vencer o meu orgulho. Mas você não me entende, meu bem. Não entende.