quinta-feira, março 04, 2021

O que não te contam sobre o amor-próprio.


A teoria é sempre muito fácil, mas a prática do amor-próprio é dolorosa. Amar-se demanda de nós autoconhecimento e visitar o nosso interior, esbarrar em cicatrizes e feridas ainda abertas, exige de nós autocompaixão. O problema é que nós aprendemos a perdoar os outros, a cuidar dos outros e dificilmente somos gentis com nós mesmos.

A prática do amor-próprio é um processo contínuo. Infelizmente muitos de nós não aprendemos a nos amar. Crescemos servindo aos desejos alheios, nos dedicando à felicidade do outro. Quantas vezes nós já ouvimos ou até mesmo dissemos que a felicidade do outro era a nossa? Precisamos aprender a separar a vida de quem amamos da nossa. Ver quem amamos felizes não é errado, obviamente, mas anular as nossas vontades em prol disso é. O verdadeiro amor não nos impõe tantos sacrifícios.

A prática do amor-próprio não se trata de estar sempre armada, em posição de ataque, para bater de frente com o outro. Trata-se de olhar para seu interior e conhecer seus medos, seus sonhos, cada pedacinho seu e colocar limites em suas relações. Nós temos o poder de dar e negar acesso às nossas vidas e ao fazer essa triagem conseguimos manter ao nosso redor quem, de fato, deve caminhar ao nosso lado. Amar a si mesmo exige de nós enxergarmos quem somos, onde estamos e se esse lugar é bom o bastante para nos abrigar.

terça-feira, março 02, 2021

Permita-se silenciar.

Às vezes é preciso parar um pouco para analisar a estrada que estamos seguindo. Olhar para o horizonte, voltar para dentro de si mesmo e revisitar velhos sonhos. Muitas vezes nós esquecemos quem somos e o que buscamos, porque estamos ligados no automático. A vida não pode e nem deve ser mecânica. Nessa máxima eu te questiono: você está vivendo o melhor da sua vida?

A vida é efêmera e a sua brevidade nos convida a aproveitá-la ao máximo. Contudo, deixamos que problemas cotidianos e assuntos irrelevantes sejam mais importantes que ela. Viver bem deveria estar em nossa checklist diária. E viver bem não se restringe a conquistar bens materiais, mas, a saber, desfrutar momentos e celebrar nossas vitórias.

Fazer uma autoanálise nos ajuda a entender o nosso lugar no mundo. Nos permite a aperfeiçoarmos o que temos de melhor e a compreender a nossa humanidade. Desligar-se do mundo faz-se necessário vez em quando. O silêncio nos permite ouvir o nosso interior. Às vezes o barulho a nossa volta é tão grande que não conseguimos ouvir a voz do nosso coração que implora por atenção e cuidado.

Algumas pausas são necessárias.
Sobretudo, aquelas que servem para nos impulsionar.
Permita-se silenciar.

segunda-feira, março 01, 2021

A vida nem sempre segue em linha reta.


Eu sempre tive a necessidade de ter tudo sob controle. Nunca gostei de andar sem destino e sempre torço o nariz para convites inesperados. Eu gosto de ordem, de saber por onde os meus pés andarão e gosto da segurança de saber que a ponte que atravesso é firme. Na adolescência sabia o que queria cursar, sabia que iria formar aos vinte um anos e em seguida buscaria outras titulações acadêmicas. Formei, pós-graduei e então parei, porque não achava estar pronta para seguir e outras prioridades nasceram. Escrever era o que me dava prazer, então passei a me dedicar à escrita e ‘otras cositas más’.

Quando adolescente tinha em mente que aos vinte e poucos já teria formado uma família. Depois de três décadas e meia a cabeça mudou tanto. Ainda tenho o sonho de formar, quem sabe, uma família de comercial de margarina. Contudo, isso não é prioridade e até o momento não me sinto (ou sentia) pronta para embarcar nessa aventura. Com o tempo eu passei a entender que não dá para estipular metas para coisas que fogem ao nosso alcance. Não dá para programar no reloginho quando você irá esbarrar com o amor da sua vida por aí. Há coisas que simplesmente acontecem.

Nos últimos tempos tenho procurado a olhar menos para a ampulheta da minha vida. Visto que muitas vezes ela me condena, me aponta àquilo que ainda não conquistei. Tenho me dado ao luxo de andar com a cabeça nas nuvens e a plantar sonhos em meu coração. Toda hora é hora para quem tem sangue quente e pulsante nas veias. Ter tudo cronometrado é bom quando isso não se torna uma sentença. Nossos planos devem nos direcionar ao êxito e não nos indicar os nossos fracassos. Planeje a sua vida, seus passos, mas não fique refém disso. A vida nem sempre segue em linha reta.