terça-feira, outubro 31, 2017

Você é meu lar


Existem momentos que nos roubam o ar. São pequenos espaços de tempo onde o impossível acontece, onde a imaginação não supera a realidade em nada. Como aqueles instantes que você passa olhando para o nada, pensando, sei lá, na conta que tem que pagar semana que vem ou tentando se lembrar onde foram parar as suas chaves. Sabe? Num desses dias em que a cabeça vive nas nuvens e a memória nos prega peças. A intuição te diz que alguém te observa, mas você paga pra ver. E sente que ganhou na loteria.

Bastou um meio giro do pescoço para cruzar o meu olhar com eles, os olhos mais doces que já vi na vida. Sorrindo, só para mim. Me admiravam como se eu fosse a oitava maravilha, como se nenhum ruído fosse capaz de desviar a atenção, como se no mundo não existisse nada além de nós. Me olhavam como se pudessem me virar do avesso e me olhar pela alma. Sorri, um pouco tímida, confesso. Até me atrevo a dizer que um pingo de medo percorreu meu corpo, então questionei:

O que foi? Por que tá me olhando assim?
Nada. Tô só olhando, ué. Não pode?

Quis berrar que não, não pode me olhar assim. Não pode me enxergar pelo lado de dentro, de forma tão descarada, sem nem pedir licença, mas fiquei calada. E você... Você apenas sorri e pisca devagar. Agora seus olhos também brilham. O mundo, mais uma vez, se apequena diante da imensidão do teu sorriso e sinto como se meu corpo afundasse cada vez mais no mar de amor que se formou ao nosso redor.

A essa altura eu já tinha esquecido completamente da data do vencimento da conta e onde deixei as chaves. Desconfio que mal lembrasse qual o meu nome e telefone, mas tenho absoluta certeza de que depois daquele momento nunca mais esquecerei meu endereço.

Senti que, em algum momento dos segundos que se passaram, uma marca foi feita a ferro e fogo, em letras garrafais, onde se lia: LAR. Então eu soube que ali, naquele exato minuto, havia deixado de me pertencer. Não da forma pejorativa, dessa que caiu na boca do povo e se perdeu entre futilidades, mas da forma mais bela e pura que um ser humano pode se doar: sem perceber, por amor, por amar.

Nenhum outro abraço seria tão quente quanto aquele. Nenhum outro abrigo seria tão seguro quanto aquele. Nenhuma outra respiração me acalmaria, como canção de ninar, da mesma forma que a sua. Suspirei. Não haveria, no mundo, outro lugar para morar.

Minha casa é ao alcance dos teus olhos, meu bem.

Tu és o meu lar.


segunda-feira, outubro 30, 2017

Uma carta para te agradecer

► Leia ao som de Cor de Marte, Anavitória ◄

Você me toca os lábios e me diz que não se agradece o amor. Eu te olho nos olhos e ainda assim rendo gratidão através do meu olhar. Obrigada por me estender a mão, me levantar do chão e limpar as minhas feridas. Obrigada por caminhar comigo me apontando o norte. Obrigada por não me encher de perguntas e por me fazer enxergar o daqui pra frente. Obrigada por me fazer sorrir nos momentos em que eu desejava apenas chorar. Obrigada por me enxugar as minhas lágrimas no momento de dor. Obrigada, mas muito obrigada, por me fazer reacreditar no amor.

A vida não é uma matemática exata, eu bem sei. E isso se prova a cada dia. Olhando para trás eu jamais imaginaria como a vida se modificaria nos últimos tempos. Obrigada por ter me devolvido o coração. Obrigada por ter me provado que há pessoas que acreditam e vivem o amor. Obrigada por me cantar canções de esperança. Obrigada por me sustentar quando me falta um pouco de fé. Obrigada por me elevar, me mostrar o meu valor e se orgulhar das minhas conquistas. Obrigada por me proporcionar sentimentos bons.

Você me olha nos olhos e eu esqueço que um dia estive triste. Esqueço que algum dia meus olhos se encheram de lágrimas. Tudo o que vem de você me abraça de uma forma tão consoladora que não consigo lembrar – nenhum minuto sequer – o que é sofrer por alguém. Obrigada por me mostrar que não devemos sofrer, independente do que trazemos no coração. Obrigada por me mostrar que o amor vale a pena. Obrigada por encher minha vida de momentos únicos. Obrigada pelo teu sorriso largo e bonito que me leva ao Senhor.

Obrigada.
Muito obrigada.
Por ser você.




sexta-feira, outubro 27, 2017

Você merece perdoar



Tocar com sinceridade o olhar nos olhos do outro é acumular um universo mágico de gratidão e compreensão de enredos que nos despertam para a Vida. Mas pense comigo, se você e esta outra pessoa, se permitem que esta porta do partilhar um capítulo da Vida seja tecida em conjunto e que existe uma história, porque sentir ressentimento e procurar buscar razões para julgar o outro, por ventura, ter usado as vestes de dor e angústia sobre você? Somos diferentes, com tantas e incríveis particularidades, mas nos amarramos em meio a sofrimentos com as mesmas lágrimas.

Julgar as ações do outro, é não escutar o tilintar do próprio coração, e acabar por dar permissão a se findar na própria culpa, se escondendo em feridas e passado. E aí, você procura respostas a tudo: no outro, em sua zona de conforto, em livros, em consumos e tantas outras coisas que acabam por não preencher este vazio, que você está a sentir pulsar forte. E o segredo para encontrar esta resposta que você procura está dentro de você: o perdão!

Perdoar é uma escolha em recolher todas as mágoas, angústias e as dores da esperança do que não aconteceu e lançar fora. Perdoar é libertar-se. Não significa concordar ou aceitar, mas é soltar este controle de um passado que o deixa acorrentado em amarras da infelicidade. É renascer para um coração livre.

O perdão é a maior manifestação de Amor que temos em nossa vida. Permita deixar que o coração fale por você e jogue fora todos os pensamentos e sentimentos negativos que amargam a alma. Mas para iniciar este movimento do perdoar é necessário ir além, num ciclo em: limpar, curar, encerrar, (re)começar, salvar. É preciso sair do ego que nos veste e entrar na alma do outro e entender que há uma razão para que aquela pessoa funcione daquela maneira, que a leva a agir de uma forma diferente da sua. 

Transforme a sua dor neste Amor. Somente dessa maneira, passamos a ter gratidão por aquela pessoa que nos ensinou o mais difícil que é aprender a ser capaz de perdoar. E quando acontecer, de uma forma genuína, o amanhã estará logo ali, de braços abertos, te esperando e cheio de folhas em branco para você começar a colorir. No seu tempo, com as suas escolhas, comece.




quinta-feira, outubro 26, 2017

Dona de mim mesma!



Por muito tempo fui uma consequência, fui aquilo que a vida fez de mim: um pássaro na gaiola. Muitas vezes as pessoas foram minha gaiola. E eu? Eu só queria ser uma garota como todas as outras. Eu repeti durante anos que queria ser “normal”. O mundo caótico vomitava nos meus olhos todos os dias, mesmo assim preferia fingir que estava tudo bem e continuar com minha vontade de ser só mais uma garota.

O meu caráter fiz sozinha. Sozinha, assim me sentia. Errei, cai inúmeras vezes, tentei mil vezes até estar onde estou hoje. Consegui sobreviver, outros no meu lugar arrancam o pescoço. E na verdade acho que ainda não tenho muita noção de tudo. Busquei em outros abraços a contenção que me faltava, o resultado foi um coração partido.

Quis ser rebelde, porque esse era meu adjetivo quando me entender era mais difícil. A falta de atenção que grita, ninguém escuta, mas vários julgam. Queria ser “normal” e queria paz. Paz era algo que parecia impossível. E a minha ideia errada de que amar exige sacrifícios, que estava tudo bem me deixar para depois. Me convenci de que ficar quietinha era melhor, porque assim era aceita.

Quis ser rebelde e independente, então fui morar sozinha. Minha necessidade de me libertar. E saí todas as noites, conheci pessoas, joguei corridas de carro, festas. Era tudo tão inseguro, e o que eu precisava mesmo era de um porto seguro. Tantas contradições. Trabalhei, saí do emprego, voltei e saí de novo. Mil falhas, milhões de julgamentos. Queria mesmo que alguém acreditasse em mim. Se alguém tivesse acreditado, minha vida teria sido completamente diferente.

Os adultos fazem suas escolhas e quem paga por elas são as crianças. Eu paguei, até os juros. Anos passaram e mesmo assim todos querem tampar a caixa, porque abrir machuca. E foi depois de extrapolar, de bater a cabeça, fazer meus próprios conceitos. Depois de muito caminho andado. Depois de tudo, finalmente senti que sou uma boa construção.

Parei de esperar retorno, eu vou por minha conta mesmo. Parei de fantasiar com aqueles amores de filme, não sou amarga, mas esse não é mais meu ideal de felicidade. Não acredito mais em meias verdades, mas enxergo as atitudes bonitas. Não deixo minhas vontades para depois, não busco ser aceita. Hoje me encontro muito mais mulher do que menina. Dona de mim mesma, segura no meu agir, em harmonia com tudo aquilo que sinto.

Sei onde quero chegar e vou chegar. Sou tudo o que por tanto tempo procurei em outra pessoa. Determinação, adoro essa palavra.

Quando cheguei na minha psicóloga, lembro que disse algo assim: “meu corpo não é um lugar confortável agora”. Me sentia alma que queria escapar, sentia que algo me sufocava. Nas últimas sessões tenho repetido que gosto de estar comigo mesma. Me aceito. Me reconheço. Sabe o amor-próprio? Pois é. Agora acho lindas minhas tantas definições, meu gosto pela arte, meus escritos, meu jeitinho. Em 2017 começou uma vida muito mais vida. E eu agradeço.

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quarta-feira, outubro 25, 2017

Você se apaixonou por mim na hora errada



Te pedi incontáveis vezes para se permitir sentir. Você não quis. Você não quis se dar a chance de ser feliz com alguém. Você não quis encontrar em outra pessoa um motivo para sorrir. Você não quis sentir, e eu sinto muito. E senti muito por nós dois todo esse tempo. Eu senti muito por seu sorriso ter sido o motivo dos meus, enquanto eu era apenas uma diversão momentânea para seu particular parque de diversões, o qual você colecionava vários brinquedos. Não quero ser o brinquedo de alguém, quero ser o motivo para alguém deixar de brincar.

Me declarei por tantas vezes que te deu confiança para acreditar que eu nunca conseguiria ir embora. Mas eu fui. Eu fui e vivi muito bem longe, por muito tempo, até você se sentir no direito de me procurar. De me cobrar os sentimentos que tive e você não retribuiu. Se sentir no direito de dizer que eu nunca senti de verdade, quando a verdade é que você percebeu o quanto eu fazia falta e como todas as pequenas coisas que fazia por você, pra você, eram significativas agora, e agora é tarde demais. Só não conseguia dizer isso - não em voz alta.

O problema é que você esperou muito. Esperou eu ir embora e aprender a viver sem sua presença para dar falta da minha ausência.

Eu não vou voltar atrás da minha decisão, foi ficou no passado, não te cabe mais ao meu lado.

Confesso que receber suas mensagens de bom dia, todos os dias, me arrancam sorrisos. Confesso que receber os seus convites para jantar, mesmo negando sempre, me arrancam suspiros. Confesso que ver você me dar atenção me arrancam gargalhadas. Mas confesso que não há nada que me faça te deixar entrar no meu coração, porque você arrancou ele de mim uma vez e deixou-o em mil pedacinhos, que demorei para juntar. Eu não vou voltar.

Você se apaixonou por mim na hora errada e é tarde demais. Você teve sua chance e agora não há chance de voltar atrás.


terça-feira, outubro 24, 2017

Ei, psiu!



Ei, psiu!
Fala baixinho pra ninguém escutar. 
Sabe o que é? 

Deixa eu sussurrar no seu ouvido. É tanta felicidade que dá até medo de falar. Que loucura isso! Às vezes não dá pra acreditar nas voltas que a vida dá. Se me dissessem há 8 meses que hoje eu estaria assim eu daria uma gargalhada e diria que jamais seria possível. 

É que depois de tanto tempo andando, andando e andando na contra mão do amor, com a cabeça apontada para o chão você apareceu. Me aparece feito um furacão, um terremoto. Sei lá! Fazendo com que eu esqueça toda dor que havia preso aqui no dentro do peito. Não foi tua aparência ou algo do tipo que me encantou. Foi teu fino trato, esse teu jeitinho carinhoso de entender os mínimos detalhes que toda mulher gosta de ter.

Foi o teu pegar na mão com delicadeza sem segundas intenções, foi a sua preocupação no dia a dia em saber como eu estou, que me fizeram superar todos os traumas. Me senti amada, viva, entende? Mas já não quero falar do passado, quero falar do nosso futuro, quero falar das estrelas que a gente já pôs nome, quero falar de qualquer coisa que me coloque brilho nos olhos. Eu falo demais né? Risos. É que tudo isso parece um sonho.

É a tal da reciprocidade que resolveu aparecer por aqui. Tanto que eu sonhei com ela, tanto que pedi a Deus alguém que chegasse sem máscaras, sem jogos, sem data marcada para partir. E você chega assim: a pé mesmo, sem cavalo branco, sem nada. Por isso que te pedi para falar baixo, se as paredes têm ouvidos como dizem, é melhor silenciarmos a boca e deixar o coração gritar entre nós para nossa própria segurança. Me dá teus dedos, segura na minha mão e me belisca, será que isso tudo não é só um sonho? 

Eu sei que você existe! 
Sinto teu carinho que arrepia minha alma, sinto o teu coração bater no mesmo compasso que o meu. Chega me dá vontade de fazer um reality show para todo mundo ver que o amor existe sim. Risos. Mas não precisamos de câmeras, não é?  Precisamos sim um do outro. Deus é a nossa platéia. Precisamos é fazer com que esse amor floresça cada vez mais para que possamos viver tudo isso como se não houvesse amanhã. 

Quer saber de uma coisa? Ah! Vem logo, traz as malas de uma vez, que eu já separei teu cantinho no guarda-roupa pra você terminar de bagunçar tudo por aqui. Ou melhor, acaba de arrumar tudo o que você já fez. A gente não deve nada pra ninguém, a gente só tem a obrigação de ser feliz e ponto!

Nosso amanhã é incerto, eu sei. Não temos garantia de nada nessa vida, mas quem precisa de garantia de alguma coisa, não é? Somos adultos, crianças grandes na verdade. Porque quando o assunto é você, me sinto igual a um bebê manhoso querendo apenas me acalmar nos teus braços. 


segunda-feira, outubro 23, 2017

Obrigado por me deixar em paz


► Leia ao som de Let her go, Passenger  ◄

Deitei e fiquei observando o teto. A playlist é aquela mesma de sempre. Aquela que colocava para nós enquanto conversávamos sobre a vida. Muita coisa mudou de uns tempos pra cá. Só não o meu gosto musical. Vez ou outra alguma música me lembra você. Dia desses ouvi uma canção que te deixava meio aérea, com aquela cara de boba. Você é tão musical. Você é tão parecida comigo em diversos aspectos. É a quarta música que toca e ainda assim te vejo nela. Será que você continua fechando os olhos quando ouve Alphaville? Ou fica eufórica ao ouvir qualquer música do Roxette?

A minha playlist continua a mesma. Meus gostos não mudaram, apesar da vida ter mudado bastante. A vida parece ter ser apequenado a ponto de caber numa caixinha de fósforo. Você está guardada em algum lugar dentro de mim. Ou talvez não esteja. Soube que você vestiu luto pelo amor que sentiu por mim e pela primeira vez percebi que alguém poderia morrer em vida. E pelo visto fui eu quem morri. Não sei o quanto me dói ou se me dói. Talvez a vida seja mesmo isso aí: morrer para alguns e nascer para outros. Quem sabe um dia eu renasça. Ou talvez eu descanse em paz assim como te pedi. Obrigado por ter me deixado em paz. 

A vida se desenha de uma forma diferente do que havíamos planejado. Aliás. Você planejava tantas coisas e eu nunca pude, de fato, corresponder. A gente espera ter controle sobre a vida, mas só depois percebe que ela é um carro desgovernado em uma descida. A ladeira da vida é bem mais perigosa do que imaginamos. Ouço a tua música preferida e sinto uma espécie de enjoo. Nem sei dizer se é amor ou qualquer outro tipo de sentimento. Sei que me deixa inerte e me adormece por dentro. 

Duas horas de música ininterruptas e todas falam de você. Desde o country do Alan Jackson até um rap nacional que você conhecera através de mim. Tudo me remete a você. Tudo me leva de encontro ao seu coração partido. A vida não é como imaginávamos, não é mesmo? Mas é tudo o que podemos e podíamos viver. Hoje eu sou alguém que magoou seu coração e hoje você é mais alguém ferido por mim. Passenger canta, neste momento, que "o amor vem devagar e se vai muito rápido". Você veio na velocidade da luz e foi embora com ela. Bom pra você. Bom pra mim. Ótimo para nós.

Que bom que você me deixou em paz.


segunda-feira, outubro 16, 2017

Te beijo!


►Leia ao som de Je t'aime moi non plus Serge Gainsbourg

Ligo as pintas que há em teu peito e vejo se formar uma constelação. Você é universo a ser desbravado. É manhã de sol que clama o verão. Nossa pele juntas queimam. Disputam com o sol a sua quentura. Você me acende e eu sou vela acesa a queimar – vagarosamente – em teus braços.

Beijo tua fronte, os teus cílios gigantes e me encho de ternura ao te ter entre meus braços. Te olho no olho e sinto me perder na profundidade do teu castanho. Te olho no olho e me vejo cair dentro de você. É caminho sem volta, você me diz. Eu meio escaldada pelas topadas da vida fico em silêncio te vendo sorrir.

Te ouço sorrir e fico encantada pela melodia da tua gargalhada. Não há no mundo quem não se contagie com o som da tua voz. Te ouço sorrir e minha alma sorri junto. Te ouço sorrir e parece que não há nada neste mundo que possa me ferir. Te ouço sorrir e sinto vontade de gravar a tua risada e usá-la à noite para conseguir dormir.

Tu adormeces em meu peito e te vejo indefeso. Tão novo é esse sentir e essa querência. Nós que não éramos hoje somos. Nós que sempre fomos e agora somos mais que reais. Te olho no olho e vejo a minha história a se projetar. Vejo a minha mocidade através deles. Meus cabelos negros e longos. Minhas poesias e desenhos. Vejo conversas e várias canções tocadas na velha praça. Te olho no olho e percebo que às vezes é bom olhar para o lado.

Beijo os teus lábios, me enrosco em tuas pernas, me desnudo de mim mesma e percebo que casa nem sempre é lugar fixo. Beijo os teus lábios e entendo que querer é decisão e me permito te querer. Beijo os teus lábios e entendo tantos jargões e provérbios. Percebo que a gente é poesia a se escrever. Beijos os teus lábios e me perco em você. Na Via-Láctea que há em teu peito. No vai e vem dos nossos quadris. Na profundidade de teus olhos castanhos. No som gostoso do teu sorrir.



sexta-feira, outubro 13, 2017

O fim de um capítulo não indica que o livro acabou



Uma das coisas mais bobas e que mesmo assim não perde sua importância, é que superar não é algo que se possa controlar. Não totalmente pelo menos. É aos poucos, tão individual, tão próprio. Cada um no seu tempo. Você foi embora, mas alguns restinhos ficaram, e eu sinto que eles também estão partindo. Um pouco mais a cada dia. 

Não te quero mais, isso é um fato, não sinto vontade de mandar mensagens ou desejo de te ver em qualquer lugar casual. Você não é quem dizia ser, eu não sou mais a garota de antes. Seria impossível permanecer a mesma depois de tudo, mas fico feliz, foi uma boa mudança. Foi necessário velejar por oceanos desconhecidos. Bom, muitos me cobraram desapego imediato, só que não existe botão para desligar. Eu queria seguir sem nada da nossa história. Um dia, talvez por impulso, finalmente deletei nossas fotos do celular. Sem arrependimento. Fiz e não foi um esforço. Foi um pedaço teu que tinha ficado, logo se desligou de mim. E assim fui te lembrando cada vez um pouco menos, sem querer te arrancar, simplesmente se tornou um balão que eu soltei. 

Eu soltei quando me peguei distraída, porque você já não era o centro das atenções. Lembra do chaveiro? Aquele com a bandeira do país que você conheceu? Aquele que você me deu de presente? Então, outro dia quando saí da faculdade, ele caiu do meio das chaves. Desligou. E eu não tentei consertar. Não mesmo. Tentei tantas vezes colocar meu grão de areia, consertar, procurar soluções. E não adiantou. 

Tudo bem, não penso mais em um “nós”, não nos imagino juntos, não procuro algo em alguma rede social. Te deixei bloqueado, não me importa parecer infantil, isso porque me fazer bem é minha prioridade, e você não deve ficar de jeito nenhum no meu futuro. Assim como respondi na última mensagem que você mandou, aquela antes de colocar relacionamento sério com a sua nova namorada.

Quando terminamos senti muita tristeza, acreditava que nós éramos aquilo que é feito pra durar. Hoje, acredito que você foi um degrau, que apesar das mágoas, trouxe ensinamentos. Já senti raiva, ninguém gosta de ser traído. Senti dor, de verdade. Machucou. Mas a vida é mesmo linda, né? Um dia quando menos esperamos, redescobrimos quem somos, reconhecemos nosso valor, escolhemos aproveitar nosso potencial. 

Nos tornamos o centro do nosso universo. Me tornei o sol do meu mundo, e olha só pra mim agora, sei que o sorriso não mente. Estou tão em paz. Tão mais minha. Peguei o pincel e fui espalhando cores, brincando de artista, me refazendo. Reconstruí a moldura.

quarta-feira, outubro 11, 2017

Não se torne aquilo que te feriu


Alguém já te machucou?
Eu tenho certeza que sim.
Ninguém tem a permissão de magoar alguém, mas a tem menos ainda, quando é de forma injusta, só para magoar mesmo, sabe? Só na intenção de ferir, de rodar a faca sem amolar nas suas costas ou coração. Assim mesmo, sem nunca pensar no outro, na dor que vai infligir. Friamente.
E sabe o que é pior?
Acusar e machucar alguém por exatamente a coisa que você sempre fez. Parece até que o espelho caríssimo do seu quarto imaculadamente branco, não te deixa se refletir nele. Ao menos não a verdadeira versão de quem você é, só a de posição de vítima a qual você se autointitulou.
Mas você não percebeu, não é?
Não percebeu que se tornou pior do que as pessoas que você acha que te feriram, quando tudo o que elas ofereceram foram amor, quando tudo que elas quiseram, foi ajudar você? E não, não com as palavras de paparicação que você está acostumado a ouvir, mas com a sinceridade da qual você precisava, para cair na real. Para entender que o mundo não gira ao redor desse seu umbigo mimado.
E agora você percebe?
Percebe que anda machucando pessoas por aí, sozinha, sem que ninguém te dê atenção, então precisou se lançar em um lugar maior, para ferir mais pessoas, com uma espécie de preocupação munida de armas carregadas? E não, não carregadas com bondade, mas do mais puro ódio, na intenção de ferir mesmo, de pisar e desestabilizar.
Sabe o que você é?
Uma espécie de ser humano que eu nem acredito que me envolvi. Eu deveria ter desconfiado quando você começou a falar mal das pessoas que eram próximas a você, há anos, para mim e nas costas delas. Deveria. Mas não o fiz. Preferi acreditar que era um momento de TPM e altos e baixos que você vinha enfrentando.
Tive compaixão pela pessoa errada.
Acreditei na pessoa errada.
Mas sabe de uma coisa?
Não me arrependo. São pessoas como você e sua trupe que ajudam a formar o caráter dos outros. Pessoas como você que me ensinam quem eu não devo nunca ser. A tristeza é que pessoas como você, que se fazem de vítima o tempo todo, não entendem quando erram e perdem a mão. Só sabem guardar rancor, quando todo mundo já resolveu seguir adiante.
Enquanto nós seguimos nossa vida,
Vocês seguem alimentando mágoas e se fazendo de vítimas,
Gritando por aí algo que não são.


Eu assumo a minha culpa, seja ela qual for que você queira colocar na minha conta,
Afinal, o mundo gira em torno de você,
Mas eu deixo aqui o meu registro de que nunca me tornarei o que você é,
Porque a minha paz é muito maior que as historinhas que você inventa para sentir pena de si mesmo.




terça-feira, outubro 10, 2017

Amar é a arte do recomeço

Amar é a arte do recomeço. É ser resiliente e persistir em melhorar; ao invés de partir decidir ficar, ou depois da partida sempre voltar. Recomeçar. Um fluxo sem fim de recomeços, todo santo dia. Depois de cada desentendimento selado por um abraço apertado, que torna qualquer motivo ultrapassado. Depois de tantas idas e vindas sem fim, encontros e desencontros; com um único e fiel motivo em persistir, em se enlaçar, se envolver, e não desistir.


A vida a dois é feita de erros, mas acima deles, é feita de recomeço, de perdão. Perdão diário, perdão doído, perdão com alívio; daquele que te permite encher seus pulmões de tranquilidade e paz depois de uma desgastante discussão. Amar é ter memória seletiva, é sentir a necessidade de perdoar; um nó na garganta querendo abraço e beijo acima de qualquer rancor. Recomeçar.

Como uma roda gigante com uma vista incrível, nos fazendo querer esperar todo o trajeto, mesmo que longo e cansativo, por saber que lá em cima o que nos aguarda é lindo. Duas vidas tentando se encaixar, como um quebra cabeça, humano e cotidiano, onde as peças são esparramadas pelos seus caminhos a cada mudança repentina, a cada espirro do tempo, esperando serem juntadas no meio de um mundo que, pra ajudar, não para de girar.

Amar é segurar as mãos e sentir conectar as almas; é se adaptar mutuamente às mudanças, compartilhar caminhos coloridos e também dias sem cor. Recomeçar. Um conforto enorme em poder fazer de alguém seu lar, em ter um coração aconchegante te esperando chegar. A serenidade em saber que, mesmo quando tudo der errado, não importa o que aconteça, no fim do dia, você tem pra onde correr, um lugar seguro pra onde voltar.

Amar é a arte do recomeço, é unir-se a alguém com a esperança de terminar o dia em paz, e quando assim não for, saber que tem alguém ao seu lado disposto a recomeçar, mais uma vez, pela manhã, em par.



segunda-feira, outubro 09, 2017

Ficar



►Leia ao som de Ficar, Anavitória◄

Eu amo o teu sotaque e a forma que você puxa o érre. O modo como você me abraça e cheira os meus cabelos. Amo a forma que você me tem em seus braços, o abraço que me envolve e parece não mais querer largar. Eu amo pentear a  tua sobrancelha. Eu amo os acordes do teu violão. Amo as canções que você me canta, mesmo de forma desafinada. Amo quando você diz que está pensando em mim. Eu amo acordar e ter seu bom dia e amo, mais ainda, ter seu beijo na hora de dormir. A verdade é que, em todos os momentos da vida, eu amo estar com você.

Eu amo a forma como você me puxa para dançar e as piruetas que fazemos. A forma como você me conduz pela cintura e o seu queixo repousando sobre o meu ombro. Amo a forma como você me olha e me beija os olhos. Amo a forma que você me tem desde o primeiro dia que nos vimos. E amo, mais ainda, esse reencontro que sempre me diz que é a primeira vez. Amo a forma como você pega minha blusa e limpa os seus óculos. A forma como você vê a vida e me pinta estrelas nos olhos.

Eu amo cada abraço de saudade e beijo de despedida. Amo quando você me manda mensagem dizendo: estou na porta da tua casa. Eu amo teus sequestros repentinos. Sejam eles para tomar sorvete na cidade vizinha ou para ver o sol se pôr na Orla do Lago. Amo quando você me faz suas pequenas surpresas. Quando me traz os chocolates que, segundo você, são ruins. Amo todo o cuidado que você tem comigo. A forma como você me olha no olho e me diz que é um cara de sorte.

Eu amo a forma como nos respeitamos até aqui. E amo, mais ainda, saber que você sempre esteve aqui. Amo cada detalhe teu, cada gesto pequeno, as piadas idiotas que você faz e o compromisso que você tem com a minha felicidade. Amo a tua devoção a Deus e a fé que você tem na vida. Amo até as tuas broncas e a forma como você me convence que tristeza é coisa banal e que não pertence à minha vida. 

Eu amo olhar para o lado e saber que você existe. E amo, mais ainda, a vida por ter me feito te enxergar. Amo saber que a sua mão está estendida para me ajudar a atravessar a vida. Amo, mais ainda, a tua coragem ao andar de carona comigo. Amo tudo o que você é, e tudo o que somos desde sempre. Amo o destino, esse cupido, que em quinze anos não deixou você ir.

Eu amo saber que você está aqui. E amo, mais ainda, saber que você quer ficar. 



sexta-feira, outubro 06, 2017

Aqui você jaz



Achei que contaria ao mundo sobre nós. Sobre o romance que tivemos, sobre as verdades que vivemos e sobre toda aquela suposta reciprocidade que acreditava que tínhamos. Tão doloroso constatar que você é igual aos outros. Tão excruciante olhar para você e não te reconhecer. Tão desesperador olhar para trás, lembrar meus questionamentos, ligar pontos e descobrir mentira atrás de mentira. Tão assustador perceber que amei apenas uma ideia do que você era. 

Olho para trás e não consigo lembrar do meu melhor amigo, da pessoa que se importava comigo ou que motivava a caminhar. Olho para trás, fecho os olhos e ouço a sua voz me chamando de amor de um jeito amargo. O doce já não existe. Olho para dentro de mim e percebo que todo o amor que existia se tornou rancor. Tão triste olhar para você e ficar atônita, não ter reação, me  sentir dormente. Tão triste olhar para o que fomos, sentir pesar e não saber distinguir a mentira da verdade.

A gente sempre espera o melhor dos outros. Em você eu ancorei meu coração sem medo de ser feliz. Em você eu depositei todas as minhas fichas. Desenhei o rosto do meu filho a partir dos teus traços, imaginei um futuro que poderia ser bom para nós dois. Cresceríamos. Seríamos grandes. Daria apoio a você no que precisasse. Éramos um time, pensava eu. Fiz do teu mundo o meu. Tentei me inserir no teu para que pudéssemos caminhar lado a lado. Pensei e repensei como seria a minha vida ao seu lado. Doeu um pouco, a princípio. Não seria fácil, mas você era o amor da minha vida.

Você era o amor da minha vida, mas eu nunca fui o seu. 

Tão difícil constatar que as desculpas escondiam mentiras. Que as demonstrações de afeto eram veladas, para que outra pessoa não descobrisse. Que você dividia o seu "amor" comigo e a cama com outra pessoa. Que triste olhar para nossa história e perceber que você nunca fizera questão de nós. Que triste lembrar das conversas, das indagações e descobrir a sua infidelidade. Infidelidade comigo. Infidelidade com ela. Infidelidade com você.

Essa é a última vez que escrevo sobre você. Esse é um texto fúnebre. Esse é o seu enterro em minha vida, em minha história. Há dias que venho pensando sobre o que essa história me trouxe e acredito que as lições que aprendi com ela já bastam. Não há porque remoer mais nada ou relembrar qualquer coisa. Eu já não tenho lembrança dos seus olhos ou de sua voz. Eu já não lembro como era ouvir seu bom dia ou boa noite. Tudo se evaporou. Reduziu-se a pó. A nada.

As músicas já não me doem mais. Tiago Iorc toca e não me atinge. Ivo Mozart é indiferente. E tantas músicas que eram nossas hoje são apenas músicas. Não me causam mais nada. Não me causam açoite. Não me emocionam. Não me apertam o coração. Não dá para dizer se te amo ou não. Sei apenas que as suas lembranças se foram de mim.

Tão difícil olhar para a nossa história e perceber que ela era um castelo de areia construído por uma menina boba e cheia de sonhos. Tão difícil olhar para você e não enxergar verdade em suas palavras. Tão difícil olhar para mim e perceber que não existe mais nada de bonito que te envolva. Tão difícil olhar para o meu peito e não enxergar um coração de carne. Tão difícil olhar para você e perceber que você é tão igual aos outros.

Essa é a última vez que escrevo sobre você. Esta é a sua lápide. Aqui você jaz. Jaz com todas as suas mentiras, com todas as suas canções, com todos os áudios de voz mansa, com o meu apelido e nossas selfies. Jaz com a sua namorada ou amante. Jaz com tudo aquilo que um dia fingiu sentir. Jaz com todas as desculpas sobre dificuldades e adversidades que na verdade escondiam, apenas, uma outra mulher. Aqui você jaz. Para mim. Para os meus sonhos. Para a minha boca. Para minha vida.

Aqui você jaz.




terça-feira, outubro 03, 2017

Continue sonhando, moça!



Continue sonhando mesmo! O que te movimenta, o que te faz vencer mais um dia, são os sonhos. Tem momentos em que o fardo fica tão pesado, que dá vontade mesmo de jogar tudo pro ar. Enlouquecer, beber todas, dormir dias e dias. Só que nada disso vai resolver. O que temos que enfrentar, vai gritar na nossa cara “e aí?”. O que te salva nesses momentos, são os planos. Continue sonhando. Acredite que vai chegar lá.

Você não vê saída. Não enxerga possibilidade de melhora. Eu sei bem como é isso. Mas lembre-se de todas as tempestades que enfrentou até hoje. Quantas foram tão pesadas como essa? Você as venceu. Não sei o que você está passando hoje. Não sou vidente, nem tenho profecia ou promessa de algum deus pra você. Apenas trabalho com o óbvio: continue sonhando, fazendo planos, traçando objetivos.

Sim, Deus existe e dá forças. As forças do mal também existem e nos puxam pra baixo. Mas nada do mundo espiritual tem poder, perante as nossas escolhas. Nascemos com o livre arbítrio. Somos responsáveis pelos caminhos por onde andamos. Numa situação pesada da nossa jornada, o melhor que você tem a fazer, é isso: continue sonhando. Não se deixe vencer pelo cansaço. Ele vem mesmo, muitas vezes, à galopes. Mas só enfrentamos o que podemos vencer.

Se sentir vontade de chorar, chore. Não há lei nenhuma nessa terra onde nascemos e morremos, que diga que temos que ser fortes o tempo todo. Que diga que temos que ser felizes o tempo todo. Chorar é característica dos fortes, dos humildes. Chorar alivia. Chorar desabafa. As dores do mundo, infelizmente, por mais que a gente tente, não conseguimos tratar. Mas das nossas, podemos. Você não é um muro de ferro, moça. Você é um ser humano, sujeito a tristezas, derrotas e maus momentos como esse. Chore. Desabe. Se permita.

As redes sociais impõem uma vida de felicidade inabalável, mas sabemos que ninguém está feliz o tempo todo. Você pode desabar. Você pode cair. Você pode errar. Está tudo bem em optar por um caminho errado. Mude a direção e continue sonhando. São os sonhos que te fazem seguir respirando. Essa tristeza toda vai passar. Você vai vencer essa tempestade. Se foi algo que a vida te impôs ou se foi escolha errada sua, agora pouco importa. O que pode aprender com essa situação? Reflita, pese, analise.

E por favor, continue sonhando. Segue o caminho que for o correto, apesar de tudo. Essa tempestade vai passar! E um dia você vai olhar pra trás e se lembrar de como está hoje. Refletindo “é, passou mesmo. Fiquei mais forte e estou aqui”.

A infância era mais tranquila. Tínhamos tudo ou quase tudo sempre à mão. E as tarefas de casa que eram os problemas. Desejávamos ficar adultos pra passar o dia na rua, brincando. Mas a vida adulta vem acoplada a obrigações, decepções, responsabilidades e os boletos não se pagam sozinhos. Acredite: você é capaz de sair dessa!

Continue sonhando, o segredo é esse.




segunda-feira, outubro 02, 2017

Você não é responsável pelas atitudes dos outros





►Leia ao som de Traição, Ana Carolina.◄

Tenha em mente que você não pode se responsabilizar pelas atitudes dos outros. O que o outro julga ser correto, mesmo que lhe magoe ou te fira, não te diz respeito. Não é culpa sua. No final das contas o que sobrará é quem você foi dentro da relação e a forma que você se comportou diante das adversidades. A gente não pode, em hipótese alguma, achar que o problema estava em nós ou nos martirizar por isso. 

Há um tempo atrás minha avó disse: não sofra por quem não te merece, minha filha. Ao ouvir aquilo fechei o coração e os ouvidos àquela advertência. A gente não entende os sinais, o amor cega nossa visão e não deixa que enxerguemos aquilo que está evidente diante de nossos olhos. Por isso, e por mais outras, que eu repito: você não deve se culpar por aquilo que você não tem controle.

Algumas pessoas vêm para nos mostrar o quão sinuosa é a estrada da vida, o quão malignos são seus caminhos e o quanto devemos ter cuidado. E, acredite: essa passagem é necessária para todos nós. Nenhuma dor é em vão. Já diz um velho provérbio que tudo nessa vida se torna lição. Aprenda a enxergar os sinais, a extrair o melhor do pior, a ter resiliência mesmo diante do perverso. Porque no fim das contas o que vale não é como o outro se comportou diante dos seus sentimentos, mas a sua verdade diante do que você viveu.

Não se martirize por quem, diante de seu amor, escolheu retribuir com ingratidão, desprezo ou traição. Importe-se apenas com o seu eu, com a sua doação e com a sua consciência. A gente não tem que abraçar as atitudes alheias ou pensar que fomos responsáveis por aquilo. Cada pessoa é um universo e cada um encara a vida de forma adversa. O que para você é traição para o outro é apenas mais uma escolha. É como dar bom dia a um transeunte na rua.

E, diante disso não há o que se entristecer ou praguejar. A gente precisa somente agradecer aos céus pela benção que é acordar em uma manhã e descobrir que, apesar do que nos ofereceram, nós demos o nosso melhor. Que não faltamos com o respeito àquilo que temos como verdade, que fomos fiéis às nossas ideologias e ao amor que sempre dissemos sentir. Porque, no final das contas, nós somos responsáveis apenas pelos nossos atos. E, é somente por eles que iremos responder perante a vida.