terça-feira, dezembro 20, 2016

Só vim dizer que te esqueci


Esqueci e tô bem. A tendência agora, é só melhorar. O gostar, eu decido o nível dele. Com você, deixei bem alto. Quase mudei toda a minha vida por você. Acreditei em mentiras. Te coloquei em um pedestal quase intocável. Se nas primeiras mentiras, eu tomasse a decisão que só tomei depois que você me magoou, não teria sofrido tanto. Mas serviu de experiência. Sobrevivi à tudo que veio junto à você. E te esqueci, te coloquei pra escanteio.

Confesso que às vezes bate uma vontade de te mandar e-mail. Mas sabe o que eu faço? Eu passo na minha mente todo o filme de desilusão que foi protagonizado por você na história da minha vida. E assim, sigo firme.

Esquecer é isso também. Bater vontade de falar, lembrar que não vale à pena, que tô melhor sem você por perto, teclar no 'esqueci' e seguir. Se tivesse que ser diferente, seria. Mas não tinha, não foi. Eu que fantasiei demais. A altura do tombo foi de acordo com a altura da ilusão que criei em torno de você.

Experiência que fica! E isso que importa. Não dou dessas que diz "não sabe o que perdeu". Isso é clichê demais e você sabe o que perdeu. Sou das que dizem "já foi tarde". Porque foi mesmo. Só agradeço a vida. É com os tombos e decepções que fico mais forte. O que você me causou, me deixou mais  forte. 

Isso que importa. 


segunda-feira, dezembro 19, 2016

Felicidade.

► Para ouvir ao som de Felicidade, Roupa Nova ◄

“Do meu coração deserto você fez uma cidade” e desde então a vida já não é tão vazia. Sempre há cor por onde eu me desatino a andar, os transeuntes já não apenas pessoas – são histórias em potencial para mim – são namorados(as), esposos(a), jovens à procura da felicidade. Pessoas que têm no coração o desejo de mudar o mundo. Gente que busca, assim como nós dois, vivenciar o que há de melhor na vida. Desde que você chegou meu coração já não é solitário. Ele é a estádio de futebol em dia de clássico. É sambódromo em dia de desfile das campeãs. É quadrilha colorida em época de São João. Não há espaço vazios. É sempre multidão cá dentro.

Desde que você abraçou meu coração eu aprendi a enxergar os corações que andam por aí. É impossível não olhar para a moça que suspira ao ler um romance no ônibus ou não fitar o rapaz que balança a cabeça – como quem dança – enquanto ouve música em seu celular. É impossível não ver amor em todos eles. Ou, pelos menos, imaginar que o amor seja a verdade que os impulsionam. É impossível ficar indiferente à vida, às histórias, aos destinos. É impossível não especular se eles também amam ou se vivem uma história de mocinho, contos de fadas ou de Hollywood.

A verdade é que amar nos leva a ter fé não somente na vida, mas nos homens. Eu aprendi a olhar com mais delicadeza a dor do outro. A torcer para que a vida seja mais leve e que ela deixe de nos levar à lona. O amor tem a capacidade de transformar as nossas vidas e percebo isso quando olho para o jardim que, outrora ressequido, se mantém bonito e vivo dentro de mim. Ao perceber o amor me descobri uma lagarta à espera de transformação. Me vi sair de um casulo à procura de um céu majestoso e flores cheias de vida.

Você fez do meu coração uma cidade e não há como fechar os olhos para esse acontecimento. A vida me presenteou não com o amor, mas com amores. Não como uma história, mas com várias histórias. Hoje aprendi a enxergar além dos teus olhos. Eu me vejo olhando cada íris que cruza meu caminho e me pego fazendo uma prece bonita de que todos tenham a felicidade de ser uma cidade habitada de sentimentos bonitos.


 

terça-feira, dezembro 13, 2016

Sobre ser forte


Pedro caminhava solitário pelo parque naquele fim de tarde. Envolto em seus pensamentos, trazia em uma das mãos uma antiga foto de seus pais e na outra um diário em que, por muitos anos, escrevera suas poesias que quase ninguém lia. Sentou-se num banco de madeira de frente para onde crianças corriam e brincavam com seus pais. Pedro, do alto de seus quase 30 anos, abriu o diário em uma de suas velhas poesias e leu com a voz embargada um trecho: 'Estrelas são almas eternas / Despedem-se da sua luz quando em vida / Transformam-se em brilho / Brincam de guiar nosso caminho / Mas trazem consigo o pesar da despedida'. Lembrou que não era bom com as palavras, ensaiou um sorriso, colocou a foto de seus pais marcando aquela página, fechou o diário e chorou.

Somos bilhões de Pedros no mundo. No preâmbulo do manual de qualquer macho moderno, há a mesma frase escrita há centenas de anos: "Homem que é homem não chora". Mas quando fora determinado que é sinônimo de ser forte não derramar lágrimas?

"Malditos ninjas cortadores de cebolas, mal posso ver seus movimentos" - já diria aquele seu amigo que chora mas tem vergonha de assumir (rsrs). Em uma sociedade ainda dominada pelo machismo, saber a hora certa de admitir que os seus canais lacrimais existem e trabalham, ainda que não com tanta frequência, é alentador. Criamos dentro de nós um monstro chamado alter ego que nos faz acreditar na nossa incrível capacidade de estarmos acima de qualquer problema. Ledo engano.

Confiar na sua capacidade de resolver as questões que envolvem sentimentos de perda é bom, mas jamais devemos descartar algo de suma importância: não estamos sozinhos no mundo! Já parou para pensar que do seu lado pode ter alguém precisando de você? Ou você precisando da pessoa? Fraqueza? Não! Estamos sendo fracos se pensarmos em sermos fortes o tempo todo. Não há como ser. Em algum momento haverá a necessidade de externar as aflições e colocar pra fora suas dores. Cada um tem seu jeito. Algumas pessoas saem e enchem a cara, outras se entocam na casa da(o) amiga(o), outras viajam para espairecer, outras escrevem...

quarta-feira, dezembro 07, 2016

RESENHA – MANUAL DA MULHER SOLTEIRA


SINOPSE: A noção de que somos incompletas sem um marido ou namorado é amplamente difundida, mas em última análise é falsa. Em vez de procurar outra pessoa para completar partes suas que estejam abandonadas ou vazias, dedique um tempo da sua vida a completar essas lacunas você mesma, de modo que não precise de outra pessoa para se sentir completa e inteira. Dessa forma, quando estiver num relacionamento que não esteja dando certo, você conseguirá tomar a decisão de terminar sem que o medo de se sentir sozinha a mantenha presa numa situação ruim. A solidão - ou o medo dela - não é um bom motivo para permanecer num relacionamento insatisfatório. A solteirice, quando vivida do jeito certo, preenche qualquer vazio deixado por um ex-namorado ou ficante, ao mesmo tempo que atrai pessoas melhores no futuro. 

LIVRO: Manual da mulher solteira – um guia para amar e curtir – sozinha e acompanhada;

AUTOR: Elizabeth Koosed;
ANO: 2015;
EDITORA: Guarda-Chuva;
PÁGINAS: 272;
NOTA: 4/5;
LIVRO CEDIDO PELA EDITORA.

Quando eu era adolescente, por volta dos meus 13/14 anos adorava ler livros de autoajuda, estava começando a me apaixonar e entrando no mundo dos relacionamentos, um mundo totalmente novo para mim. Mas conforme o tempo foi passando e eu fui amadurecendo e tendo mais vivência nessa área eu parei de ler, acho que o último livro de autoajuda que li, tinha uns 20 anos.
Quando vi esse livro no catalogo da editora, eu logo de cara quis lê-lo. E não só por se tratar de um livro de autoajuda, mas porque estou solteira há três anos, e achei que seria bacana ler um livro que trata de um assunto do qual eu vivo há tanto tempo.

E posso dizer que comecei a ler o livro com a expectativa de encontrar nele as mesmas coisas que, estamos acostumados a ler na maioria dos livros desse gênero. Porém tive uma bela surpresa quando iniciei a leitura, logo no primeiro capítulo a autora já nos mostra o quão vantajoso é estar solteira.
O livro é basicamente sobre como devemos colocar o nosso amor-próprio em primeiro lugar em qualquer circunstância. Ele não é sobre como conquistar um namorado, mas sim em como ser feliz sozinha. Em como primeiramente devemos nos tornar o nosso melhor namorado, nos amando, nos levando para sair, nos presenteando, sendo gentil e apreciarmos a nossa companhia. Além de nos ensinar sobre empoderamento e em como nos conhecermos melhor.

Eu me apaixonei pela diagramação do livro. As páginas são mais grossas e as que dividem os capítulos são decoradas (super. fofas). Ao final de cada capitulo temos um quadro com o resumo das melhores partes e mais importante partes do capítulo, e para finalizar a autora nos trás uma história que aconteceu com ela.

Indico o livro a todas as mulheres (e homens), não só as solteiras, mas a todas. É uma leitura bem produtiva, que nos faz olhar a solteirice por outro ângulo, nos faz enxergar alguns pontos que às vezes não enxergamos e a quebrar alguns paradigmas e preconceitos. 


terça-feira, dezembro 06, 2016

Quando chega ao fim

► Leia ao som de Last Kiss, Pearl Jam ◄

Eu queria poder estar agora em plena Times Square, participando de um flashmob, ao som de Rise da Katy Perry, eu queria poder estar em uma dessas aldeias africanas ajudando como voluntária em um desses abrigos para refugiados, eu queria poder estar concorrendo à presidência americana, eu queria poder estar do outro lado do pacífico, onde se quer existisse algo que viesse para me lembrar que eu ainda não te esqueci.
Queria que existisse um só único momento que minhas feridas não latejassem tão ensandecidamente . Que me fizesse lembrar o quanto ainda dói olhar para os vestígios que você deixou ao sair da minha vida, a bagunça não é apenas minha, mas quem convive com os restos certamente sou eu. Eu queria poder estar indo trabalhar com a minha roupa passada, um sorriso de canto e que o meu chefe não tivesse que chamar pela milésima vez a minha atenção, mas aqui estou eu, uma garota vestida de aço, mas que tem a alma mais triste que as notas de Beethoven. Uma garota tentando ser gente grande, mas com as urgências de uma criança, que quer apenas sair correndo para casa, deitar em sua cama e chorar até pegar no sono.
Dizem que o vencedor de uma relação fracassada é aquele que sai impune, de mãos limpas e coração vazio, é aquele que desfere o golpe de misericórdia conhecido como o “- Eu não te amo mais.” Quem dera ao menos dessa vez fosse eu a soltar essas palavras, e de fato deixar de sentir qualquer coisa por você. Mas acontece que eu ainda sinto, sinto saudades, sinto falta do seu abraço e do carinho antes de dormir, sinto saudades da sua risada escandalosa, e do seu excesso de organização, sinto saudades da sua implicância com meu cabelo, e até do seu mal humor matinal. Sinto por termos tido um fim quando na verdade eu acreditava que estávamos indo bem, sinto por ter acreditado tanto que existia nos dois, que perdi o meu mundo ao me notar sozinha no final.
Eu queria que existisse uma maneira de se remediar o que aconteceu, mas sinto não ter sido a mim que o destino escolheu. Eu queria poder ser menos dramática, mas eu e você sabemos que esse papel me cai tão bem, eu não sou mais dona da minha vida desde que você se foi, queria apenas que falar fosse poder, porque você se foi, isso é fato, mas eu? Eu ainda estou sentindo tudo em mim. Todos os beijos que te dei, todas as juras de que seriamos para sempre, a cada data ainda lembro do que fizemos juntos, o último natal, o dia dos namorados, e até aquela praia no Caribe, seria o nosso novo itinerário.
Faz dias que não me olho no espelho, meu cabelo está opaco, e minhas olheiras parecem sacos de dormir. O porteiro do meu prédio diz que não aguenta mais pegar as suas correspondências.
- Joga no lixo seu Antônio.
- Mas dona Ana Paula, pode ser alguma coisa importante.
- Joga no lixo seu Antônio, tenho plena certeza de que não faz mais diferença alguma.
Até o diálogo com o porteiro do meu prédio tem se tornado pesado, para onde quer que eu olho não te encontro. Minha secretária insiste em abrir todas as portas e as janelas de casa.
- Essa casa precisa de um pouco de vida dona Ana Paula.
Escuto o que ela diz, e nem procuro responder, desde que você se foi tem sido apenas uma casa vazia. Eu queria apenas seguir em frente sabe, fingir que você está em outro país, casado com três filhos e quem sabe umas amantes por aí, mas qualquer que seja as minhas expectativas, a realidade vem tão mais cruel e fria, e ao bater em minha porta me traz a dor da dura despedida. A despedida que eu nem pude dar.
Hoje estou na floricultura, estou fazendo um esforço descomunal para escolher as suas preferidas. Já faz mais um ano de sua morte, e me sinto como se ainda fosse tudo hoje. Nós dois, um pedido de casamento na porta do teatro e o meu explosivo sim. Antes mesmo que me desse o anel, em minha frente caiu de joelhos; “-Eu te amo Ana Paula”, foram suas últimas palavras, uma bala perdida acabou com nossa história, e a cada minuto que fecho meus olhos me lembro do exato momento que você foi embora.

Moral: A vida é aquela caixa que vem escrito em vermelho: FRÁGIL. E muitas vezes por acharmos que somos imortais a jogamos de um lado para o outro experimentando todos os sabores que podemos ter, mas ela não vem com um manual de instrução e tão pouco com um aviso prévio de quando teremos que nos mudar. Então o meu conselho é bem simples, viva como se o amanhã não fosse acontecer, ame sem medo, dance sem música, vá dormir depois de ver o sol nascer, e amanheça enquanto a lua ainda for a senhora da noite, seja adulto mesmo sendo criança, e não se esqueça de ser criança quando já for adulto, não perca um jantar em família, vá ao jogo do seu time do coração, se entupa de chocolates sem se importar com as espinhas, viva a sua vida, antes que ela seja apenas para os seus entes queridos mais uma despedida. 


segunda-feira, dezembro 05, 2016

Nossa canção


► Para ouvir ao som de Your Song, Elton John ◄

Quem diria que eu me apaixonaria dessa forma. Como quem cai em um bueiro sem, ao menos, ter tempo de se desvencilhar, de mudar a rota, de evitar. Cai em teus braços, me aninhei em teu colo e da tua vida venho fazendo o meu ninho. É impossível não olhar para o sentimento que me invade e pensar: Onde começo? Onde termino? Já não sei diferenciar o que é meu, o que é teu, pois tudo parece que é nosso. A vida vem se desenhando no plural desde então. Há quem diga que o amor deixou meus olhos mais bonitos, mais cheios de vida e que até o meu andar denuncia que o amor se faz presente em minha vida. "É engraçado demais tudo o que está aqui dentro". Esse sentimento que me desmonta, que me monta, que me prende, que me solta, que me faz livre e me dá o céu.

É impressionante olhar para o passado e não ter lembranças nítidas de como eram os dias sem a tua companhia. Não é que a vida tenha perdido o valor e que os dias passados não sejam tão significantes. É que tudo parece muito mais interessante e mais cheio de cor desde que você apareceu. As canções que outrora me angustiavam, por vários motivos, por várias pessoas, hoje já não me ferem o coração. Tornaram-se apenas canções. Já não são amarras, não me aprisionam mais. Hoje me sinto livre como um pássaro que dá rasantes em céus de brigadeiros. A tua presença me fora, desde o princípio, libertação. 

E hoje estou aqui olhando para tudo o que construímos com uma gratidão imensa no coração. E, sem cerimônias e com o coração de um menino que acabara de se ver apaixonado eu te digo: "espero que você não se importe que eu expresse em palavras o quão maravilhosa a vida é, enquanto você está no mundo". No meu mundo, no nosso mundo. Obrigada por cada gesto pequeno e admirável, desde o piscar de cílios me beijando mentalmente, até o compartilhar de sonhos muitos e planejar de vida sem fim. A vida é muito mais bonita porque você está. E eu quero que saibas que, mesmo que haja milhões de canções no mundo, a nossa sempre será a mais bonita. E, eu sempre dançarei somente com você.

Pois é assim que a vida é: uma canção que podemos escolher - caso seja do nosso agrado - repetir o play infinitas vezes.