quarta-feira, novembro 26, 2014

Gratidão.

A tendência universal das pessoas é se apegarem às decepções e remoerem seus fracassos. Todo mundo, em algum momento, dá uma importância demasiada a coisas pequenas. Acontece, porém, que manter a mente em situações desagradáveis nos impede de reconhecermos as dádivas que recebemos todos os dias. Há um versículo na bíblia que enfatiza que em todas as circunstâncias devemos dar graças.

Quando estamos no fundo do poço, sufocando com o nível da água, é impossível enxergar que acima o sol brilha. A vontade de sair daquele lugar a qualquer custo é que nos faz afundar cada vez mais. O desespero em se manter viva retira de nós o raciocínio. Não permite que enxerguemos possibilidades e, até mesmo, o sentido de estarmos passando por aquilo naquele momento.

Há alguns anos, exatamente em 2001, minha irmã estava morrendo afogada e a minha reação imediata foi de tentar resgatá-la. No impulso entrei na água, mesmo sem saber nadar e lá estávamos as duas nos afogando e para nossa sorte fomos salvas pelo nosso pai. A analogia que faço é admissível, porque quando estamos em uma situação de perigo ou de profunda dor não paramos para pensar. Eu poderia ter pegado alguma coisa e estendido a ela, mas eu preferi entrar dentro da água. Eu era capacitada para aquilo? Não.

Todos os dias as situações que me cercam me remetem a esse episódio. Porque em uma análise geral eu me defino como ‘coração’. Sou toda. O coração me manda fazer coisas e entra em batalha com a minha razão. Dentro de mim há um ringue de MMA eterno. Aos poucos vamos entendendo que é necessário ter gratidão não somente pelas coisas boas que nos acontecem, mas pelas ruins também. Elas constroem o nosso caráter.

Torne uma prática diária o agradecimento. Agradeça pelo zero que você levou na prova, mas analise o que você poderia ter feito para ganhar um dez. Dê graças ao término de relacionamento conturbado hoje, pois ele poderia ser um casamento infeliz amanhã. Aprenda a valorizar as suas gargalhadas, mas louve também por suas lágrimas. Elas são sagradas. Sorria no dia em que perder seu ônibus próximo ao ponto, pois você não sabe se ele te levaria ao destino final.

Hoje amanheci querendo dar graças a Deus, porque sei exatamente das coisas que Ele tem me livrado. Há anos venho caminhando lado-a-lado e vejo que assim como uma criança que está aprendendo a andar Ele vem me segurando. A Sua mão me sustenta. É difícil compreendermos certas situações quando a nossa vista está turva e embaçada pelas lágrimas. Mas haverá sempre um dia ensolarado para que sentemos embaixo de uma árvore qualquer e recordemos o cuidado que Ele tem para conosco.


A vida tem que estar casada à gratidão.

segunda-feira, novembro 24, 2014

A maior aventura

Amar é a maior aventura que o ser humano vivencia em toda a sua existência. Somente o amor é capaz de derrubar um Golias e fazer com que nos transformemos em Davis. Mas há, também, aqueles que se deixam cair. Nem sempre a pedrinha (o amor) que derrubou o gigante é capaz de vencer uma guerra. A guerra que travamos todos os dias desde a nossa descoberta do amor. Há que se ter muita habilidade em diferenciar o amor de outros sentimentos. A mesma que um garimpeiro tem em separar pedras de um diamante.

O amor sempre será um dos tesouros mais procurados pelo homem. Nos tornamos o Indiana Jones nessa caçada ou quem sabe o Crocodilo Dundee. Essa analogia é totalmente aceitável na compreensão de que haverá vilões no caminho – aqueles que atrasam os nossos caminhos, assassinam os nossos sonhos, dilapidam a esperança que é inerente ao ser humano -, os mocinhos que buscam provar a todo custo o quanto valem às mocinhas tendo que enfrentar furacões, tempestades e, muitas vezes, o próprio desamor.

Acontece, porém, que nesta vida não conseguimos de fato identificar o que é o amor. Às vezes a vontade de ser de alguém é maior que o nosso entendimento. Cuidado com a carência ela pode ser uma arma engatilhada em sua cabeça. O amor nunca te trancará em uma gaiola, pois ele é o responsável por nos levantar, nos direcionar aos céus. Ele jamais te ordenará a fazer coisas que a sua mente duvida serem corretas.

Quando formos abraçados pelo o amor verdadeiro compreenderemos que ele é invasão. Invasão de bem-estar, paz e tranqüilidade. Ele é a engrenagem da vida e nela não há ferrugem possível de danificá-la. O amor te a dá calmaria de uma boa noite de sono, a certeza que doamos e recebemos na mesma proporção. Ele é casadinho, entrelaçado, enroscado à reciprocidade. Nós não devemos aceitar tudo. O amor não machuca por nenhum instante, porque ele quer o bem. O coração não se aflige, os olhos não se enchem, a boca não sente o sal das lágrimas. Porque quando é amor a dor é afastada de nós.

Quem ama não adoece ninguém, porque ele é a própria cura.

quarta-feira, novembro 19, 2014

O amor e suas mazelas.

Todos os dias eu busco aprender um pouco com aqueles que estão ao meu redor. Seja com os seus erros, seja com os seus acertos. O fato é que muitas vezes precisamos passar pela experiência, mesmo que já tenhamos presenciado antes – como expectadores -, para compreendermos algumas situações da vida. Nunca busquei a perfeição. Sou dotada de ideais próprios, convicções que trago desde a adolescência, vícios que adquiri na infância, ideologias que abracei com afinco, entre outras coisas que para mim são necessárias e que para outros que vêem apontam como defeitos. Convivo tranquilamente com pessoas que não têm os mesmo objetivos, gostos e ideias. Sempre busquei respeitar cada pessoa. O processo eleitoral esteve aí para confirmar isso.

Hoje uma colega de trabalho veio até a sala e conversamos por alguns minutos. Uma conversa rica e cheia de significado para mim. Para a minha vida. Conversávamos sobre o amor. O amor Eros aquele em que nos apaixonamos por outra pessoa e permitimos que ela entre em nossa vida. O amor fisiológico. Compreendi nessa conversa que às vezes buscamos tanto uma coisa, mas não pesamos o que realmente vale a pena. Então, me recordei das inúmeras vezes que meu coração esteve aflito porque não havia respeito em meu relacionamento, às vezes em que me deparei sentada conversando comigo mesma se valia à pena manter um namoro só porque eu ‘amava’ a pessoa. Amor não dói. Hoje eu compreendo. Porque a intenção maior do amor é te fazer experimentar o céu na terra e não o inferno. Ele te dá paz, não a tira.

Em meio à desvalorização dos sentimentos, o descarte de pessoas e a facilidade que se tem em tapar buracos, nós ficamos fragilizados e aceitamos (não deveríamos) qualquer farelo a nós oferecidos. Amor não tem que ser lavagem, nós não somos porcos. Amor não ter que ser migalha, nós não somos formigas. Amor tem que ser inteiro. E em meio a conversa pude perceber o quão verdadeira é a percepção daqueles que nos amam. Eu estive diversas vezes tentada a recomeçar, e recomecei, contrariando a todos que deveras se preocupavam. Você não pode esperar viver em um jardim de rosas, se semeia apenas ervas daninhas. Não há que se começar algo, ou melhor, continuar sabendo que as coisas nunca mudarão.

Eu quero é a paz de um fim de semana tranqüilo e não a angustia de um telefone desligado. A certeza de que o amor que dou é recebido e devolvido na mesma proporção e integralidade. Amor unilateral não é admissível a nós que buscamos viver a plenitude de um relacionamento. Quem ama não aceita tudo, pois se aceita desconfio e muito que seja amor. O amor não oprime, ele te liberta. Nós fomos criados para amar em liberdade, não sermos aprisionados em um amor por nossos medos. Receios de viver uma vida sozinha. O amor sempre dá um jeito de nos encontrar. Não aceite desmandos de ninguém.