segunda-feira, novembro 14, 2011

Brevidade.

É um brevíssimo segundo, eu sei.A vida que há muito me escorre entre os dedos, os dias que se passam sem ao menos dizer: “olá!”. O tiquetaquear do relógio que se torna inaudível e, incrivelmente, me parece roubar horas, minutos, segundo. E essa brevidade não me apetece como aquele bolo docinho que derrete na boca, ela me apavora. Porque eu sinto não ser, por vezes, capaz de concretizar tudo aquilo que desejo. Percebo que estacionei em alguns lugares e por mais que eu tente engatar a marcha, ela não vai.

Só que Tu me vens maciamente e ao pé do ouvido dizes: “há tempo para tudo.” E então eu compreendo que tens razão. Que não há como colocar o carro na frente dos bois, que o Teu tempo é diferente do meu e que eu devo esperar Tuas demoras. É difícil, Senhor. Mas desde que comecei a dar graças por tudo a minha vida é fruta-cor, os meus dias mesmo que breves são felizes.

E esse vento doce que me vem beijar a face nessa segunda-feira fria, é apenas o prenúncio de que Tu estás a caminho, que andas ao meu lado e que me ergues. E não importa o quanto a dor possa me alcançar, se a minha mente estiver em Ti, ela não me ferirá. E eu creio que o Teu abraço que me embala continuará até os fins dos tempos.

Entendi que a felicidade está ao nosso alcance.
Ao meu.

quarta-feira, novembro 09, 2011

Amor, felicidade e livros.



Eu aprendi com os livros que a felicidade é algo tangível. Quando eu me vi mergulhada em Camões e apaixonada por Caio Fernando Abreu, descobri que o amor também poderia ser sentido com os olhos, com as mãos. E então, eu descobri que poderia criar o meu mundo, que ele poderia ser cor de rosa ou azul sempre. Eu descobri que posso ser autora de finais felizes, que posso fazer alguém feliz com um simples olhar, que tenho o poder em minhas mãos com os meus caracteres.


A verdade é que o amor só te traz dor quando se ama errado. E nesse mundo de livros aprendi como amar certo, mesmo que seja só ilusão, amar é sempre bom. Pelo simples fato de ter alguém para se admirar e mesmo com defeitos acha-lo perfeito. Aprendi que não preciso aceitar as dores que o mundo traz. Eu posso muito bem tornar o meu mundo melhor, mostrando como a felicidade é, para alcança-la não precisa de muito, só apenas da sua imaginação e dos seus sentimentos.


Em parceria com a doce Priscila Orlando.

quinta-feira, novembro 03, 2011

Da saudade.

Involuntária foi a forma que nasceu dentro dela o sentimento. Da maneira mais insuspeitada possível. Por que ela não poderia simplesmente ter ignorado a presença dele naqueles dias? Por que ela simplesmente não podia ter tapado os ouvidos aos seus elogios doces e apetecíveis aos diabéticos? Por quê? Porque ela se achava perspicaz o suficiente para entrar ali e sair sem olhar para trás. Ledo engano. Ela que sempre fora dominada pelas emoções, se achou esperta demais por ter mandado o amor para a caixa prego, eliminando-o de suas necessidades “fisiológicas”. Sim, fisiológicas, porque ela acreditava que o amor se enquadrava nessa necessidade e ria de Maslow que colocava o sexo antecedendo “matando-a” de ódio.


Ela não poderia simplesmente ignorar o painel que piscava em neon a palavra: perigo. Não, ela não poderia. Porque todos sabem que ela é teimosa, que ela queria provar para si mesma que conseguiria entrar e sair daquele campo minado sem nenhum arranhou. Mas que tola! Ela não ouviu a voz que gritava em seu interior para que ela não atravessasse a ponte, para que ela não estendesse a mão, para que ela não conversasse com ele tão de perto, para que ela não deixasse tocar a sua mão, para que ela não (...)


E hoje ela espera ansiosamente os seus sms, as suas mensagens que lhe trazem felicidade e afastam qualquer tristeza, os seus apelidos que ela detestaria ouvir repetidamente, mas como é dito por ele: ela ADORA. Os planos impossíveis que vezenquando eles fazem, a forma de como ele lembra cada detalhe que viveram, a voz dele quando repete as coisas que ela falou deixando-a abismada como ele guarda até as vírgulas que ela “dissera”, o olhar dele dentro do dela, o coração no ouvido, o primeiro beijo.


Tudo isso ela ainda espera.
Na sua desesperança.

segunda-feira, outubro 31, 2011

Eu tecia.

Porque tecer era necessário e me satisfazia. Embora, eu não soubesse aquilo me alimentava. Ia tecendo, acumulando possíveis oportunidades, sonhos idealizados. Idiotice a minha, eu sei. E então eu descobri que ia tecendo coisas impossíveis, irrealizáveis e entendi que eu não estava disposta, assim como você, a levar adiante qualquer coisa. Sentimento. Talvez porque não fosse realmente para ser, ou como você um dia disse: “tem coisas que é melhor não ver.” E você fechou os olhos para o tear e minhas mãos se cansaram de trançar a lã. E desde aquele dia tudo mudou em mim, eu não quis mais tecer, entende? Porque tecer me doía. Mas é tão estranho porque agora não dói mais. É tudo árido, como se não chovesse há tempos nesse solo, e houvesse pequenas rachaduras. É isso: rachaduras. Elas começaram a crescer separando aquilo que era sentimento do meu coração e de minha cabeça. E eu não consigo sonhar. Não com você. Porque você me dói, me machuca horrivelmente. E eu não sei o que é pior: sentir o que eu sentia ou que sinto agora. Nada.

sexta-feira, outubro 28, 2011

Demodê.

Carta em parceria com a doce Brenda.


No meu ipod toca Baader-Meinhof Blues aquela mesma música que escutamos naquele barzinho em que nos conhecemos. Ela é deprê mesmo, mas lembra que decidimos que não seríamos convencionais e que nossa música seria essa, nada de muito açúcar e sim o que sentíamos antes de nos conhecer? Só que essa mesma música que antes embalava nossos momentos mais íntimos está conseguindo me arrancar lágrimas, porque nós simplesmente iremos viver o que ela manda. Você não está entendendo, não é? Irá entender quando terminar de ler essa carta e vir que o meu lado no guarda-roupa está vazio.



Perdoe-me, mas sinto que estou sufocando com todo o seu amor. Eu nunca quis romance hollywoodiano em minha vida, não queria acordar com um beijo na testa de bom dia e aos poucos vi isso acontecendo. Tudo era tão mais divertido quando você me ligava no meio da madrugada para nos encontrarmos, quando o amor era explicito na rua, quando o seu carro embaçava em frente ao posto policial. Sabe, são pequenas loucuras que me fazem uma puta falta. Eu não quero terminar como os meus pais, sentados diante da TV assistindo ao noticiário, eu quero é a loucura de sempre.



Olhe. Eu sei que deve estar pensando: porra, toda mulher quer viver isso. E então, eu te respondo que eu também queria até descobrir que dormir de conchinha não é tão mágico assim, que os nossos defeitos ficam mais aparentes a cada despertar, que comer toda noite pizza enjoa. Eu não quero uma vida mediana e é isso que estou tendo ao seu lado. Desculpe minha crueldade, não é proposital, só quero que você entenda que o problema está em mim e não em você. Apavora-me a idéia de magoar você ainda mais e por isso eu decidi ir embora agora, enquanto não há laços tão fortes.



Sei que deve estar com as sobrancelhas levantadas e os olhos semicerrados agora e antes que essa despedida se torne dolorosa demais e que as minhas lágrimas acabem por rasgar essa folha de caderno, me despeço. Adeus, Jhonny.


Com amor,
Rebecca.

quinta-feira, outubro 27, 2011

Que graça há sentir?



Quando crianças, somos obrigados a fazer a lição de casa, justamente na hora do nosso desenho predileto. E então, inventamos uma dor de barriga, pintamos a cara com pintinhas vermelhas e simulamos uma catapora ou qualquer outra coisa que possa nos livrar desse martírio. Não gostamos de estudar, porque nos é imposto. Uma obrigação.

No ensino médio ninguém quer ler o livro completo de Quincas Borbas para a avaliação bimestral, lê-se apenas o início alguns capítulos do meio e o final. E depois de algum tempo a mesma pessoa se pega devorando não só esse livro, mas toda a literatura ‘Machadiana’. Só que quando necessário ele não leu, por quê? Era uma obrigação.

Eu, por exemplo, não sou muito fã de fazer provas com redação e algumas pessoas se espantam e dizem: logo você que gosta tanto de escrever. E elas, sem saber, sabem o porquê, eu gosto de escrever o que me dá prazer. Não o que me é obrigado. Eu tenho um bloqueio incrível, é como se todas as letrinhas que vivem dançando na minha mente resolvessem brincar de esconde-esconde e muitas vezes, pasmem, não sai nem as linhas mínimas necessárias.

E qual o motivo de toda essa falácia? Eu não saberia viver sendo obrigada a vivenciar qualquer mentira, seja dentro da minha vida profissional como na amorosa. Acredito que sou meio topetuda em relação a esse assunto, o que não me move, não me faz feliz eu simplesmente aborto da minha vida. Eu não saberia viver de aparências e todas aquelas situações que somente em novelas mexicanas fazem sentido, entende? Acredito que o amor nos cerca a todo o momento, mas nem sempre o olhamos frente a frente. Eu não saberia tão conformado quanto o Leonardo ao cantar: mas tenho que aceitar que amores vêm e vão. Porque no fundo eu sei que não teria que dar adeus a quem eu amo, ainda mais por uma obrigação.

Mas, de qualquer forma, as pessoas são feitas de ideais e sentimentos diferentes. É como canta o, meu baiano, Caetano: cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é. E eu acrescentaria também que cada um sabe o que perde e o que ganha e às vezes o que se perde sobressai a qualquer prêmio. Por isso que eu sempre entendo qualquer situação, mesmo não entendendo.





Não posso obrigar a escolher a felicidade;
Não posso obrigar a ter coragem;
Não posso obrigar a assumir o que sente;
Se verdadeiramente diz sentir.

Não posso obrigar a sentir a liberdade;
Não quero que me prive da felicidade;
Não quero que me obrigue a ser igual a você;
Não quero ser como você.

Quero mais é viver um grande amor;
Desimpedido e livre;
Para optar pela felicidade.

Marcela Neiva

quarta-feira, outubro 26, 2011

Felicidade.

E tentou sentir meu coração e viu batia lentamente, falho. E eu ri quando ele disse que eu estava morta, talvez uma parte de mim estivesse morrendo mesmo. Aquela que há poucos minutos daria adeus e fecharia a porta sem olhar para trás. Não olhei, não porque não me importasse, talvez porque queria ter em mente somente os seus olhos dentro dos meus naquele abraço caloroso e o som do seu coração batendo ao meu ouvido. Queria poder ler seus pensamentos enquanto você me olhava.

segunda-feira, outubro 24, 2011

De quando eu conversei com Deus.

Com os pés descalços eu me permiti sentir um pouco daquilo que Ele nos presentou. Sentia pequenas fisgadas devido as pedras pontiaguadas que insistiam em me fazer "carinho", mostrar que estavam lá. Não ligava. Porque tudo ao meu redor era lindo: a água cristalina que me cercava de lado a lado, o íngreme caminho pelo qual percorria, as formigas que subiam em meus pés com insistência, os pássaros que cantavam e faziam seus ninhos. Pode parecer papo de poeta, mas não é. Eu pude fotografar em minha mente cada pedaço, cada detalhe daquele lugar. Porque Ele me pedia aquilo.

No topo de uma pequena montanha eu pude observar toda a beleza feita pelas Suas mãos e sentir a leve brisa que parecia beijar o meu rosto. Delicado. Enquanto as minhas lágrimas escorriam pela face sentia meu coração inchar e aquela sensação de borboletas debatendo-se dentro do meu estômago. Um misto de alívio e aflição. Vários questionamentos.

Sinceramente não há como explicar a sensação que tive. Aquela proteção imensa, como se Ele estivesse ao meu lado. Abraçando-me. Nunca me senti tão viva quanto ali. E pela primeira vez em toda a minha vida eu pude dizer que sentia medo da vida, que não entendia as razões de existir, que não sabia até onde eu era capaz de suportar todo o medo que me ronda. E enquanto as minhas lágrimas banhavam não somente meu rosto, como enxarcava a minha camiseta eu sentia novamente a brisa me beijando suavemente.

Eu tive - inexplicavelmente - um encontro com Deus. E dessa vez foi diferente, porque eu decidi deixar a minha vida nas mãos d'Ele. E sinceramente eu não sei como vai ser daqui em diante, mas acredito que a minha estará melhor nas mãos d'Ele do que nas minhas.

Um texto antigo que está hospedado no meu outro blog que não foi pra frente, o Categórica. Mas que quis postar, porque sempre me lembra o quanto Deus é maravilhoso comigo.

quinta-feira, outubro 20, 2011

Despedida.

“Deixar-nos dessa forma fora imperdoável.”
Eu repetia para mim mesma com veemência, pois não conseguia acreditar nas palavras que lia naquele papel de guardanapo com a caneta manchada. Era muito ingrata, se ao menos tivesse se despedido de nós, seria bem mais decente do que deixar sobre a mesa esse pedaço de papel idiota. O que eu explicaria a ele? Que ela simplesmente cansou de nós e resolveu partir? Acho que era o óbvio. Acontece que ela sempre foi acostumada a ter tudo o que desejara, então quando se viu obrigada a dividir algo não suportou muito tempo. Talvez eu esteja fazendo uma acusação terrível ou esteja equivocada, mas o que eu posso fazer¿ Não poderia jamais encontrar em mim os defeitos ou descobrir que ela deixou de nos amar. A única coisa que sei é que dói.


Helena.

terça-feira, outubro 18, 2011

Amores de cinema, fiquem no cinema.

Você imagina que encontrará o seu amor em uma situação bem hollywoodiana e devaneia. Imagina-se em um comercial de margarina com uma família perfeita. Só que com o tempo você vê que isso é quase impossível, que os amores de cinema – principalmente os americanos – são tão açucarados porque de fato eles não têm sentimento. Eles inventam situações que desejariam viver, mas que não conseguem por ter um coração gelado, petrificado. Sabe quando um poeta escreve algo que consegue te arrancar um suspiro e que você se imagina em tudo, em cada detalhe? Então. Isso é só utopia.

Porque na realidade você encontrará o seu amor em uma rua qualquer, em uma situação bem esdrúxula e talvez ele nem seja teu por completo. Ele dirá que te ama e te encherá de palavras doces que mataria até um diabético e você ficará deslumbrada com isso, sentirá que não tem controle sobre a sua vida, imaginará que a qualquer momento sairá flutuando por aí e então, cedo ou tarde, você verá que dormir de madrugada conversando com a pessoa foi tempo perdido, que imaginar uma vida para vocês dois terá sido em vão. Porque simplesmente o cara que você gosta não é aquele príncipe do filme que largaria tudo para ficar com você. Ele vive de talvez e você não pode esperar.

E você se sentirá uma pessoa insensível por não conseguir entender os problemas do outro. Por ficar de saco cheio de ouvir: eu queria e não posso. Porque você não tem obrigações com ninguém, porque você sempre buscou os seus sonhos sem medo de ser feliz, porque você sempre teve coragem de arriscar e pensa que as pessoas deveriam pensar e agir da mesma forma. E você se sentirá um monstro por saber que a sua consciência não dói quando você pede a pessoa que suma da sua vida, por você despejar todas as fraquezas do outro sem um pingo de ressentimento.
Você saberá tudo isso, mas está tão cansada de falácias, que nem se importa mais se a relação de vocês acabarem. Se é que algo que nem começou pode acabar.

quinta-feira, outubro 13, 2011

Não há coração que resista.

E a história começou com os créditos subindo naquele telão preto do cinema. Não
deu tempo de se envolver, de emocionar os telespectadores, porque ela começou
pelo final.



Eu me apaixonei, perdidamente, por ela. Ela não entendia como em tão pouco tempo um sentimento dessa forma havia se instalado aqui dentro e eu, inutilmente, tentava lhe explicar. Ela tinha o coração tão duro e era sempre tão ríspida com as palavras, sempre me desencorajando. Dissera que não poderia corresponder qualquer sentimento, porque não tinha mais espaço para amores em seu coração. Sempre lhe lembrava o real motivo de estarem ali e repetia inúmeras vezes a mim: FOCO, tenha foco. E isso me magoava deveras. Porque ela sempre conseguia me desconcertar com o olhar tímido e me desmontar com os seus nãos consecutivos e ainda assim eu continuava lá.


Por quê? Porque ela me fizera experimentar uma das sensações mais incríveis, que há muito eu havia esquecido: ser um adolescente apaixonado. Ela não entendia. Eu não queria mais explicar, queria apenas que ela sentisse que era real. E eu a olhava ininterruptamente por horas enquanto ela, sequer, me devolvia o olhar. E eu pensava: poxa, como ela é difícil. Eu sempre querendo agradá-la e ela sempre esquivando. Eu dizendo que estava apaixonado e ela apenas pensativa, eu dizendo que a amava e ela assustada pedindo para eu pisar no freio. E eu sem saber o porquê dela ser assim, tão desconfiada, tão dura consigo mesmo.


Sempre achei que as mulheres desejassem ter alguém aos seus pés, que lhe contasse os sentimentos inconfessáveis, mas ela era diferente. Ela não queria. Ela que tem palavras tão bonitas, que escreve poesia e fala de amores, se recusava a ouvir que eu a amava, que eu a queria. Não deu para entender ainda o desfecho disso tudo. Ela simplesmente pediu que eu a abandonasse, que não a procurasse e assim eu fiz. Ela não sabe, mas sinto falta de dormir conversando com ela. Ou melhor, de ficar esperando uma resposta e receber às 4 da madrugada um sms dela dizendo: eu dormi.


Ela não sabe, mas está me fazendo falta.

quarta-feira, outubro 05, 2011

A vida que me bate.

Os meus dedos não têm mais prazer em teclar os meus pensamentos. Isso me consome e dói como uma ferida que não quer cicatrizar, porque eu sinceramente amo o que faço, mas estou sem coragem de escrever, as idéias não se encaixam e os textos não saem. É como se houvesse uma desconexão quando sento em frente ao PC, essa folha de papel do Word parece intimidar os meus pensamentos, eles fogem numa velocidade tão imensa e não há como alcançá-los. Eu preciso escrever, porque é esse o meu combustível. Eu escrevo porque é necessário, porque é minha terapia e eu não consigo mais e isso me machuca. Eu ando tão infeliz ultimamente, bem mais que o normal, tenho me frustrado comigo mesma e com os resultados que venho obtendo com os meus ‘esforços’, parece que nada nunca é suficiente. Não basta ser bom, tem que ser o melhor.

Me ‘violentei’ por uma coisa que queria muito, fui além dos meus esforços humanos e o que obtive? Mais uma negativa. A vida parece gostar de me dar nãos consecutivos, parece se deliciar com os meus fracassos e rir da minha cara quando eu não consigo. E eu, eu tenho lutado com todas as minhas forças para não desanimar, para erguer a cabeça e continuar firme no meu propósito. Eu não quero ser alguém mais ou menos, eu venho tentando há tanto tempo ser alguém, ter os meus objetivos realizados, mas eu vejo cada vez mais longe os meus sonhos, parece que a estada não tem um fim. Eu sei que desanimar e parar aqui, na metade, é besteira. Que eu voltarei ao final da fila, mas é que eu ando tão cansada de mim. Cansada de não conseguir, cansada de ouvir as cobranças, cansada de ouvir as esperanças. E o que mais me dói, talvez nem seja não conseguir, é saber que as pessoas acreditam em mim e no final eu decepcioná-las.

Caminhar tem sido tão difícil para mim.

terça-feira, setembro 13, 2011

Quando eu não quis o amor.

Ei, beibe! Não me absorve com esse teu olhar de menino-levado que eu fico e tu sabes bem que não posso. É que o teu magnetismo me retêm aqui, contudo tu sabes que não fomos feitos um para outro apesar de insistirmos nessa empreitada. Sim, eu sei que ela não será bem sucedida ao final e um dos corações será prejudicado nisso. Mas, é que quando tu me vens assim maciamente, como quem não quer nada o mundo parece perder todo o sentido. Só que tu não sabes é que meu coração tornou-se por ora campo minado e, acredito, que tu não merece arriscar a adentrá-lo. É, a instabilidade sempre habitou em meu coração e arrisco até dizer que a outra metade dele é movediço. Acontece, anjo. Que tu chegou na minha vida no momento mais errado e na fase mais estranha. Tu com teus problemas e eu com minha falta de paciência e então me perdoe por não conseguir acompanhar o sentimento. Por achar que o próximo passo é sempre arriscado e acima de tudo por não dar reciprocidade a um sentimento tão bonito.

Eu que falava tanto sobre querer um amor, tornei-me vítima dele. Sim, agora que ele apareceu.

terça-feira, agosto 30, 2011

Desabafo.



Abandonei um pouco a essência de escrever sobre o amor. Um amigo disse: "o amor é para os fracos." Não concordei no exato momento, mas ando tão cética que essa frase tornou-se bordão para mim e se dirigisse um caminhão estaria no parachoque. Eu estou cansada de levar porrada na "boca do estômago" do amor, ando sem saco para toda essa pieguice que eu sempre gostei. E não sei se é só uma fase, a primeira vez que parei de escrever foi por causa de dor e quando voltei foi por um amor platônico que me rendeu vários textos e uma amizade infinita hoje, só que isso cansa. Amar, amar em palavras e não receber bosta nenhuma em troca. Ando não fazendo jus ao meu apelido de Mel e nem me importo. Não importo em ser antipática, seca e afins. E não me importo mesmo que falem sobre isso.

Cansei de amar sozinha todo o mundo.

Eu continuo escrevendo, ou melhor, ando compondo algumas canções Àquele que é Único na minha vida. É, uma surpresa para quem sabia que eu era apenas uma pretensa escritora, eu também sou uma pretensa musicista. Sim, porque hoje eu só estudo música. Uma das minhas maiores paixões. E acho que somente ela consegue preencher o vazio e estancar o sangramento que há dentro de mim por ora.

O post é desabafo mesmo.
Só quero gritar por mundo ouvir: QUERO QUE O AMOR SE EXPLODA LONGE DE MIM.

sexta-feira, agosto 26, 2011

Mil cores.

Eu não compreendo como vem sendo fácil transcrever, ou melhor, traduzir o que meu coração anda sentindo ultimamente. É suave. E tento não ir com tanta sede ao pote, por isso tenho me resguardado a transpôr em linhas o sentimento, porque tenho aquele medo leve de embonitar demais as coisas, entende?

Mas, nesse emaranhado de sensações, eu percebi que a água já cobre a minha cabeça, afoguei-me no sentimento e juro que não há como voltar. Tu não compreendes ainda o efeito letárgico que me causa com esse teus olhos de mil cores que sorriem para mim, tu não sabes que a tua voz me é convidativa. Sim, a mergulhar dentro de ti.

E tu não sabes, não sabes e não sabes.
Ainda.

Porque a qualquer momento estará tão visível na minha testa, quanto um letreiro nova-iorquino e mesmo que eu tente disfarçar não haverá escapatória. É que tu me vens assim, de mansinho, às 10h, ao meio-dia, às 17h e essa incerteza de horários, essa inconstância me dá um angústia. Em meu pensamento sempre há aquela interrogação: ele virá hoje? Daí tu, com a tua maestria, me vem sorrindo alegre e desconcertante.

Eu, sinceramente, queria fazer diferente dessa vez. Ser mais fria e calculista, pisar com calma no terreno arenoso, mas eu não estou conseguindo. Percebeste? É. O teu sorriso parece que já me conhece.

Tá vou parar de escrever. Ando embonitando demais e já estou ficando é boba.


Dedos inertes por um bom tempo de agora em diante ;)

sábado, agosto 20, 2011

Não dá pra disfarçar.

"Gosto de ficar te olhando, passo o tempo imaginando teu modo de amar.
Toda vez que eu te vejo, eu te quero e te desejo não dá pra disfarçar..."
Araketu












Okay. A minha playlist anda se modificando aos poucos desde que você veio morar em mim, mas dizem que quando começamos a enxergar o amor nas pessoas olhamos tudo de um ângulo diferente. É estranho saber que você consegue, sem querer-e-saber, dominar os meus sentimentos. E tudo isso que estou sentindo é tão novo e intenso que por vezes eu penso: pisa no freio, Mel. Mas eu não estou conseguindo, saca? É que os teus olhos me convidam a navegar em você, quando tu vens todo de mansinho com teu sorriso largo me perguntar sobre a vida. Eu me derreto.



Vou ouvindo esses pagodes da vida e os meus amigos cult's dizendo: Mel, onde está a bossa nova? Eu sinceramente não sei o que responder. Acho que a bossa nova é isso que estamos vivendo agora, essa doce-vida de comercial de margarina que vou criando aqui dentro da cabeça. Do coração. É que tu me provocas sensações inimagináveis, indescritíveis eu diria e apesar de gostar muito de tudo isso, estou começando a ficar com medo. Medo esse que se esvai quando tu vens e me chama Mel. O coração acelera e eu fico sem ar, meio tonta e eu sei que tu sabes o por quê.



Eu precisava somente expressar um pouco em palavras o que anda arrebentando todas as portas e janelas existentes dentro de mim. Precisava apenas pôr um pouco desse sentimento pra fora. Ando amando a tua presença na minha vida.

domingo, agosto 14, 2011

Sereno

O segredo é não 'embonitar', bonito. E o meu coração repete diversas vezes cá dentro: - calma, não tenha pressa. E eu venho lutando com força para não colocar os carros na frente dos bois, é porque você ainda não sabe, mas eu sou muito impulsiva. Sinto tudo com muita intensidade e com vontade. E isso é sem demora, entende? Eu quero o agora, eu sonho muito com o amanhã e acho que isso pode até ser um defeito meu como ser humano, mas uma qualidade como poetisa que insisto em ser.

A cada dia que passa os teus olhos me convidam a adentrar o teu coração. E tu não sabes como me dá medo toda essa vontade de ser, estar e ficar com você. É que tu não compreendes ainda o quanto consegues deixar-me desnorteada com esses teus olhos cor de mel, que insistem em esverdear vezenquando, que insistem em me afogar a cada instante. E eu vou devaneando aqui como será o amanhã quando eu vir o teu sorriso largo e teus olhos rasos de encontro aos meus. É que, talvez, não tenhas percebido o quão nervosa me deixas com as tuas tentações voltadas para mim, a minha falta de jeito quando tu vens puxar conversa.

Tu não sabes.

E eu vou me perdendo em você, mesmo em meio aos hardwares e softwares da vida e até mesmo nessas equações e combinações que insistem me atormentar. É que tu me vens tão intensamente, principalmente nas aulas de trigonometria e fico tentando somar sempre a gente, multiplicar, entende? É que eu não imaginava que esse sentimento tão adormecido pelos anos, fosse reacender logo agora, anos depois. Eu te quero, doce. Como a lua anseia banhar-se no mar em uma noite quieta e tranquila. Sereno. É assim que eu te quero. Com toda essa tua diversão, com os teus defeitos e com as tuas vontade.

E que eu seja vontade - vontade tua, e que tu sejas para mim a doçura que necessitava para adoçar os meus dias. Quero-te quieto, manso, presente e envolto em meus braços.

terça-feira, agosto 09, 2011

Novos livros.

Comprei alguns livros com um casal de amigos que está de mudanças para Londres. A minha nova aquisição me deixou tão satisfeita que nem dormi direito pensando em como arrumaria as minhas novas preciosidades, estou pensando em fazer um nicho em meu quarto para poder economizar espaço e dar uma aparência mais moderna. Bom, mas não é sobre isso que quero falar. É que no meio de todos esses livros, aguardava ansiosa por um entitulado como: Você já pensou em escrever um livro? Quando eu estava navegando pela página que eles fizeram para dispor dos seus livros, aquele título estava piscando em luzes de neon para mim.


Hoje comecei a ler e estou me encantando e a primeira coisa que eu pude notar é que eu realmente não tenho muito cuidado com o que eu escrevo, apesar de expressar diversas vezes o amor que sinto ao escrever, percebi que sou muito relapsa em alguns quesitos. Não tenho toda aquela atenção ao escrever, justamente por sempre escrever em momentos bem rápidos e na maioria das vezes sem tempo. Eu não sei de que forma eu vou melhorar isso, mas pretendo dar uma atenção especial aos meus escritos. Afinal, eu pretendo algum dia ser uma escritora. E não apenas isso, quero ter o prazer de me deliciar com os meus leitores folheando meus livros, com os comentários e tudo mais.


Eu comecei a ler agora e pretendo no decorrer da leitura ir escrevendo aqui as minhas percepções e quem sabe assim animar vocês a escreverem também. Porque eu, sinceramente, acho um desperdício não publicarmos nossos livros. Há tanta coisa boa por aqui, que não pode somente ficar empoeirado por aí. Se perder no espaço cibernético.


Ah, para quem ficou curioso em saber os livros que adquiri são os seguintes:


Marketing de Guerra - Al Ries, Jack Trout.
Marketing para o Século XXI - Kotler.
Princípios de Marketing - Kotler e Gary Armstrong.
Marketing Business to Business. É fazer ou morrer - Tavares e Olivieri.
O Deus (in)visível - Philip Yancey.
O amor nos tempos de cólera - Biel García Márquez.
Fallen - Lauren Kate.
Pode beijar a noiva - Patricia Cabot.

Pequeno livro de Estilo do Snoppy.
1001 livros para ler antes de morrer - Robert Dimery.
Você já pensou em escrever um livro - Sonia Belloto.
Regra para revolucionários - Guy Kawasaki.
E uma coleção com 5 livros da gazeta: Gestão de Capital Humano, Gestão Empresarial, Economia Empresarial, Finanças Empresarias e o último Marketing.




E gostaria de agradecer ao Ralph e a Célia pelo livros que ganhei de presente ;)


"As palavras tem podem ferir ou curar. E o poder da cura é o seu aspecto mais poderoso."
Sônia Belloto.

sábado, julho 30, 2011

Tarde junho.





Desde que ele entrou em sua vida o mau-humor foi passear n'outro canto. Há dias que não escurece, que a noite vem experimentando a solidão. Porque para ela o sol sempre está apontando no horizonte desde que ele começou a fazer parte do universo dela. A mente dela navega além-mar durante as horas que permanece estudando na biblioteca central. Já não há como negar que ele mexe. Sim, mexe e muito com a sua cabeça, quiçá coração. E enquanto ela caminha para sua casa, atravessando a rua ela pensa: "meu Deus, como alguém pode nascer uma única vez e ser dotado de tantas qualidades?" - E ri de si mesma com tal interrogação.


Ela, que não conhecia o amor antes de avistá-lo nos olhos azul-piscina dele. Que aprendeu a aprecia o algodão doce do seu Zé da esquina ao lado, que entendeu que o mundo estava além dos seus livros de anatomia animal, essa mesma menina conheceu novos sabores e experimentou vários cheiros daí então. Ele que com seu jeito doce, tímido e incauto de ser conquistou cada milímetro do seu coração, que por vezes mostrava-se gélido, tornando-o aquecido, quente como o Sol das dez da manhã.


A moça de olhos rasos começou a compreender que crescia dentro de si um sentimento inexplicável, talvez não tivesse sentido qualquer sensação parecida até conhecê-lo. Talvez não. Tinha absoluta certeza disso. E ela permitia afogar-se naquele mundaréu de emoções, aquela tempestade de sentimentos indecifráveis e por incrível que pareça, embora a confusão estivesse plantada em seu peito ela só conseguia sorrir e sentir-se feliz com cada faísca de ilusão e amor-recíproco que nascia entre eles.


E desse amor que nasceu insuspeitado, nasceu uma das mais belas histórias de amor já contada. Uma história de superação, recheada daquela velha pieguice que adoramos tanto ler. Afinal o amor é piegas.



Àqueles que sentem saudade do Evan e Alice. Um livro incompleto. Por enquanto.

sábado, julho 23, 2011

Três.




Eu tinha nas mãos um coração dividido e várias interrogações que piscavam em luzes de neon. Buscava o limiar das minhas emoções, aquela linha tênue que dividia a paixão do bem-querer. Eu não amava nenhuma das duas, talvez tivesse acostumado a comodidade de suas carícias, os telefones e sms que inflavam o meu ego.


Só que com o tempo eu percebi que elas sofriam, mas como eu poderia dar adeus a qualquer uma delas? Eu me sentia no romance Dona Flor e seus dois maridos, sim. Talvez eu esteja enganado quando disse anteriormente que não amava nenhuma das duas, mas é que me parece cafageste afimar isso. Okay, sei que é cafagestagem de qualquer forma. Mas, entendam-me, sou apenas vítima desse coração bandido e incauto que tende a me pregar peças.


Eu não entendo como um coração pode agir dessa forma com alguém, calculando friamente cada passo. Mandando sem medidas no cérebro e me fazendo cometer atos impensados. O pior é não saber como pará-lo sem que alguém se machuque cruelmente.


Tudo o que ando sentindo ultimamente é tão excruciante que me falta forças para continuar, talvez eu tenha tipo um choque de realidade. Talvez tenha me comovido com as mocinhas que sofrem e correm no filmes de bang-bang ou talvez, apenas, eu tenha escutado algum cantor chorar minha história em alguma música.


A única coisa que sei, garotas. É que a decisão está nas mãos de vocês. E retifico quando disse que não as amava, talvez não exista palavra para definir o que bate cá dentro. Ultrapassa todas a maneiras de amar. É infinito.



Com amor,
Carlos.

quinta-feira, julho 14, 2011

O fim da linha.

Não vamos chorar dessa vez, certo? O adeus pode ser bonito, basta você juntar todos os dias que estivemos juntos. Porque se você lembrar todas as risadas, os momentos de tristezas e somar tudo vai sentir que valeu a pena a convivência. Eu não sou boa em colocar pontos finais, sempre gostei mais das reticências. Porque gosto de pensar que haverá um novo capítulo a ser escrito, mas eu acho que esse é o fim do linha para nós dois. Para que não nos magoemos com o passar dos anos, para que não se desgaste.


Não sei. Só queria dizer adeus de uma forma que você se lembrasse sempre. Que fosse importante como o início. Que não doesse. E embora eu esteja forte ou me sinta forte não sei o que acontecerá de que agora em diante. A vida, sem você, eu não gostaria abraçar. Novamente.


Enfim.

terça-feira, julho 05, 2011

Um mês.

"Oh flor, se tu canta essa canção
Todo o meu medo se vai pro vão
Pra longe, longe que eu não quero ir
Mas deixe seu rastro pólen, flor pra eu poder seguir ♪"
Maria Gadú

Enquanto eu pensava em te escrever, te discorrer maciamente em minhas teclas, muitas coisas vieram à mente. Só que nenhuma delas estaria aos pés do que vem crescendo aqui dentro, achei pequeno demais. As palavras iam nascendo timidamente, quase sem brilho. E então, na radiola que insiste em tocar incessantemente em minha cabeça, Maria Gadú cantava o amor para mim. O amor que venho escondendo, apenas dos olhos dos outros, por medo de embonitar demais. Porque o amor tem apenas que ser sentido como é, sem roupa, sem cascas, tem que ser visto como vem ao mundo: nu. Porque daí enxerga-se a pureza, conseguimos aproveitar toda a sua essência.

Eu venho aprendendo, estes tempos, que não é necessário tanta roupagem nas pessoas. Que não é preciso olhar sempre o lado positivo das coisas, olhar só o que as pessoas têm de bom a nos oferecer, venho conhecendo o lado obscuro das pessoas e tenho me surpreendido em ver que também é bonito. Tudo há poesia. A mulher que tem seus pretendentes e é vista como uma viúva-negra, a menina que sofre a decepção do primeiro amor, o rapaz que não consegue amar somente uma mulher. É estranho, mas é assim, essa é a vida.

E ando me conhecendo tanto, desde que você veio fazer parte da minha vida, desde que aprendi que amar não é exatamente a palavra, não aquele amor que os poetas buscam sempre, mas esse amar que vem nascendo entre nós no conhecer diário, no encher a paciência um do outro, de ouvir Rita Lee e fingir solos de guitarra, de sentir a alegria, alegria que Caetano Veloso cantava na época da Tropicália, de ouvir Roupa Nova deitados na rede. De saber que a verdadeira definição do amor é (...)

(...) que o que está no dicionário é errado. O amor, meus caros, apenas é.

quinta-feira, junho 09, 2011

Mafê.

"...Vós não sois absolutamente iguais a minha rosa, vós não sois nada ainda. Ninguém ainda vos cativou, nem cativastes a ninguém. Sois como era a minha raposa. Era uma raposa igual a cem mil outras. Mas eu fiz dela um amigo. Ela é agora única no mundo..."

Lendo o Pequeno Príncipe não pude deixar de pensar em você, Maria. Porque fiz uma pequena analogia a você, a nós, a nossa amizade, irmandade. E eu vinha pensando em te escrever, no teu dia, e um milhão de ideias fervilhavam na cabeça. Entretanto, quando li esse pequeno trecho já sabia o que te dizer. Há sim muitas Marias no mundo, mas tu és única tal qual a rosa do pequeno príncipezinho. Chegaste sem querer e com delicadeza tomaste o teu lugar que desde sempre era teu por direito: meu coração, amiga. Eu queria que todos pudessem ter a graça de ter alguém como você em suas vidas, mas é como o trecho diz: tu és única. A única rosa, de valor inestimável e incalculável. Sabe, não consigo lembrar como era a vida antes de você existir nela, porque não consigo pensar nos meus dias sem os teus conselhos, sem os teus textos, sem os teus sonhos. Você é tão presente hoje, é minha irmã e com certeza minha melhor amiga. Com você eu posso dividir todos os meus anseios, as minhas meninices, não tenho medo de contar os segredos mais nefastos, os desejos mais sórdidos, eu não tenho medo de ser má (rs), porque a gente se parece em tudo.

E hoje, no teu aniversário, eu queria que todos soubessem quem você é. O quanto você é importante para mim. Queria que todos te enxergassem com os meus olhos, uma guerreira, uma menina conhecendo a vida, uma mulher que deseja apenas viver uma verdadeira história de amor, daquelas de comédia hollywoodiana com muito açúcar, aquela menina inocente que está aprisionada no topo da torre aguardando ser resgatada pelo príncipe encantado. Sabe, não compreendo como alguém pode ser tão doce, como alguém pode ser tão singela e ao mesmo tempo tão altiva e forte.
Maria Fernanda, Mafê, MF ou simplesmente: minha Maria. Eu desejo que você seja protagonista de um amor que emociona só no olhar, que você ande de mãos dadas um dia no parque comendo algodão doce, que você tenha uma tarde de autográfos com o seu livro e que ele vire um best-seller, que você ande descalça na praia com os filhos que o Senhor lhe conceder, que você tenha sempre no rosto um sorriso largo, que teus olhos sempre estejam cheios de estrelas, que a tua vida seja realmente um conto de fadas, daqueles que só nós duas conseguimos imaginar. E principalmente, minha amiga, que todos descubram o valor que você tem, a preciosidade que és.

E desejo também que comemoremos vários outros anos juntas. É o que desejo hoje e sempre. Eu amo você, minha irmã.


[Não sei o que houve com o blogspot, o texto foi escrito no dia 02 de junho. Só agora consegui postar. Que coisa feia, blogspot!]

terça-feira, abril 12, 2011

A moça da história.

"Eu pensei em mim, eu pensei em ti, eu chorei por nós. Que contradição só a guerra faz, nosso amor em paz."

Gilberto Gil

Eu poderia usar de sofisma para inventar uma realidade diferente dessa. Mas, eu acho que devo me despir de toda essa roupagem que adquiri nos últimos tempos. Eu não era assim: carente, fraca, impulsiva, obsessiva e possessiva. Dentre outros adjetivos que pesariam ainda mais nessas linhas que vou tecendo confessamente. Acontece que o meu coração entrou em paranóia e anda tão independente que parece não se comunicar entre os outros órgãos dentro de mim, como se ele tivesse vontade própria e mesmo que eu grite com ele, bata, ele se comportará tal qual um menino birrento que só dá atenção as suas vontades.

Eu não queria viver nesse embate. Esse combate que não possui vencedores, esse sentimento estagnado que não evolui e nem regride. E essa perca de fluidez que me incomoda, sabe? É não correr e só discorrer sobre o sentimento, é viver um amor unilateral que me leva a loucura, que me confunde, me afunda em mim. O problema é que assim que entrei pela porta da frente havia alguém sussurrando ao ouvido dizendo: é perigoso, não vá, você vai se perder. Só que eu não dei ouvidos, porque eu sempre fui teimosa. É, talvez você não conheça, mas esse é o meu pior defeito. Eu gosto de pagar para ver, gosto do risco e sempre acabo mal no final das contas.

A minha vontade em escrever é apenas para desabafar o que está arranhando as paredes do meu estômago, essa dor lancinante que insiste em me cortar por dentro. É porque eu me perdi dentro de mim, da minha cabeça, das minhas vontades, eu não tenho as rédeas da minha própria vida. Eu perdi completamente a minha essência e não é culpa sua. É culpa de todos os relacionamentos passados que eu já tive, de todos os erros que tentei corrigir, de todo o não que eu quis tornar sim.


E você apenas surgiu nesse mundaréu de emoções e desconcertos. Num momento completamente errado e confuso. Tentei me encontrar e acabei me perdendo. E quando eu penso que estou no controle é que eu vejo o quão dependente dos meus instintos eu ainda sou. A única coisa que eu quero agora é paz, aquela que o Gilberto Gil canta. Eu só te quero amigo, só que meu desejo se confundi quando eu te vejo. Acho que na realidade é só apego.

terça-feira, abril 05, 2011

Deixe que o tempo cure.

"Deixe que o beijo dure

Deixe que o tempo cure." Zélia Duncan

São pequenas coisas que vão se amontoando, igual ao meu guarda-roupa que insisto em bagunçar, sem cuidado e com desleixo. E ainda assim, devido a minha correria, eu deixo lá sem tocar, sem mexer. Mas, menino, uma hora eu terei que abrir aquelas portas e, sentada ao chão, começar a dobrar e a separar as roupas que já não me cabem. Não está tão longe disso acontecer, entende? Eu olhando para as roupas que insistem em transbordarem pela gaveta e imagino que aqui dentro ainda tem muita coisa a ser descartada, porque há tempos transbordou.



Acontece que, por vezes, eu insisto em guardar todos os resquícios de um possível sentimento. Mesmo sabendo que este está fadado ao fracasso, ao nada. E ainda assim vou alimentando algo que não devia nem ter crescido. O problema é que meu coração, coitado, é terreno fértil. Semente jogada planta na certa. Então, dessa forma, sem razão tu foi crescendo aqui dentro. Não semelhante a uma erva daninha, há quem ache semelhanças, mas prefiro dizer que foi como uma avenca. Crescendo timidamente sem pretensão alguma e hoje tomou proporções que talvez eu mesma desconheça.



Mas sabe quando o coração já não suporta mais? Sei lá. Acho que tanto faz como tanto fez. Sei que escrever sobre o que eu sinto nem é mais prazeroso, porque eu simplesmente não sei mais o que se passa aqui dentro. Acho que é apenas um vício que insisto em alimentar. Talvez você nem more mais aqui dentro de mim. Quem sabe é só questão de tempo para eu enxergar isso. E sabe, não me dói mais essa expectativa do fim.

quarta-feira, março 23, 2011

Debaixo da mesa.

"Toda pessoa sempre é as marcas das lições diárias de outras tantas pessoas" (Gonzaguinha)

A vida escorregou por debaixo da mesa e enroscou-se em seus tornozelos. E mesmo que eu queira me redimir dos meus pecados, não consigo confessá-los. Talvez eu fique aqui durante algumas horas mais ou até esvaziar essa garrafa de vodka. Eu já não tenho certeza de quase nada e pouca coisa me comove. Não levante a sobrancelha dessa forma em tom de reprovação. Sou apenas aquela garota do interior que você roubou a inocência. Eu não usava esse batom escarlate, minhas pálpebras jamais haviam sido pintadas dessa forma, meu rosto nunca esteve tão borrado como hoje. E o que você me diz? Nada.

Eu que não gostava de você e ainda assim permanecia. Percebi que pior que o amor é o sentimento de apego, aquele costume e a rotina diária. Eu que já não me importava em ter o seu carinho, hoje vejo que todas as portas estão trancadas e já não vejo saída. É engraçado como todos os caminhos são tortuosos e íngremes e meu salto agulha não consegue andar sobre eles sem tropeçar. O mais gozado de tudo isso é saber que a minha auto-suficiência se desintegrou, o que era de se esperar cedo ou tarde.

Não gosto dessa sua cara de piedade, dos seus sermões repetitivos e que me arrastam ao chão. O problema de tudo isso é baixar a guarda sempre, porque você nunca coube em meus excessos. O arrependimento vai queimando aqui dentro, cara. E não é a mistura de bebida que está me deixando amarga. São os sentimentos que se misturaram formando uma enorme bola de neve. Não sei o motivo de dizer todas essas besteiras aqui, nesse lugar sórdido, não sei a razão de ainda me importar com você. A única coisa que sei é que você e toda essa sua sobriedade me dá repulsa.

"Magda, uma personagem amarga e ressentida. Um novo 'estudo de caso'. Que caso."

segunda-feira, março 21, 2011

Sobre ser poetisa.



Sobre ser poetisa é algo que venho tentando desenvolver durante os anos. É que o amor é algo tão complexo que não dá muito para definir, concorda? Mas, de qualquer forma, a gente tenta reiventar o amor de diversas formas como na poesia, por exemplo. Há coisa mais sublime que o amor redigido? Eu não consigo enxergar forma tão perfeita de amar. Porque podemos inserir em nossos escritos a quantidade de emoção que quisermos e não há como alguém interferir, enchê-lo de mácula. Porque é nosso, apenas nosso. Vem do âmago. E quando sai de dentro de nossos coração não há como alguém, atrever-se a sujá-lo.


Mas é claro, Léo, que não amo apenas em folhas de fichários ou em teclas de computador. Seria até um pecado guardar tamanho amor somente para mim, para encher vezenquando os olhos dos outros. Amo também com gestos, com abraços, com beijos e essa sim é a mais pura forma de amar. Embora, até o presente momento esteja impedida de amar assim. Não por falta de vontade, mas por diversas outras circunstâncias que te direi logo mais. É preciso de tempo ainda para eu me abrir totalmente, apesar de ter encontrado em você a paz necessária para dividir minhas angústias.


Ah, quase esqueci de responder suas indagações. Eu não trabalho por enquanto, apenas estudo cinema e sou apaixonada por roteiro. O meu coração como você deve ter visto é quase um terreno arenoso, por enquanto está passando por uma tempestade no deserto. Sozinho. Mas em relação a família e amigos ele é imenso e sempre cabe mais um. E já que perguntou não há distinção entre a minha família e meus amigos eles são um só.
Me conta da vida, dos amores, dos desejos.



Beijos doce,
Aline.




Esse texto é uma parceira com a escritora Gabriela Diehl. Leia o início da história em seu site.

segunda-feira, março 14, 2011

Melhor post.


Gostaria de agradecer ao blog Sentimento Padrão pelo prêmio na categoria de melhor post em Fevereiro. O meu texto Sê Feliz foi aprovado por eles.
Muito obrigado, Luan e Juliane. E vocês estão certos realmente eu tenho muito carinho em cada palavra que escrevo aqui.




sábado, fevereiro 26, 2011

Love in the afternoon.

Eu digitei a inicial do teu nome pelo menos quarto vezes e apaguei. É que apesar dos dias correrem apressados eles não levam a dor e o vazio que ficou desde que você partiu. Antes de dormir eu olhava para o teto e como uma película cinematográfica conseguia ver você. Todas as coisas que passamos juntos, os sorrisos, as brigas, os carinhos e principalmente o amor e não contive a lágrima que escorria lenta e silenciosamente. Lembrei que há exatamente dois anos o meu travesseiro não era capaz de abafar o som das minhas lágrimas excruciantes. E lembrei também que naquele dia metade do meu coração morreu com você.

Falar de sentimentos que desatinam é inexorável. E cá estou eu tentando escrever algo que seja bonito para você, mas eu sinto que não vou conseguir. Você foi o amor mais sincero que já tive em toda a vida. O único irmão que Deus me concedeu e foi levado embora assim, tão cedo. Eu lembro que Renato Russo cantava: é tão estranho os bons morrem jovens. E eu concordo que você foi embora cedo demais e não pude demonstrar o quanto você era e ainda será importante para mim. Só que eu penso em tanta coisa que ainda poderia ser, tantas coisas que eu queria dividir contigo ainda. Sabe, eu queria dizer a você: vem passar as férias aqui ou dizer: prepara o meu quarto que estou indo te visitar. Só que eu jamais poderei falar isso novamente. Eu queria te ver lá no altar sendo um dos meus padrinhos, sabe? Só que isso será impossível.

Eu estou aqui escrevendo e sei que você não está gostando de ver essas lágrimas que escorrem pelo meu rosto. Sei que está triste porque esse soluço está me deixando inquieta e sei que, assim como eu, você sente saudade da gente. Eu não encontrei ninguém em toda vida que acreditasse tanto em mim, só você. Eu passei em frente a tua casa antiga, antes de você ir morar em Belo Horizonte e vi a calçada em que sentamos para você tentar me ensinar a tocar cavaquinho e me doeu tanto. Eu sai chorando e assim que subi no ônibus as pessoas me olhavam. Senti uma raiva descomunal por isso e pensei: "será que ninguém respeita a minha dor?". Eu não sei quando é que vai parar de doer, eu não sei quando é que vou aceitar que você foi embora. A única coisa que sei é que hoje é um dia triste para mim e todo dia 26 de feveiro será. Fevereiro, sem sombra de dúvida, poderia ser riscado do meu calendário. Eu não sentiria falta.

Eu aprendi a ter tudo o que sempre quis
Só não aprendi a perder.
Alan Kardec de Sousa Silva
♥ 26/07/1984
+ 26/02/2009

sexta-feira, fevereiro 18, 2011

Sê feliz.


Quando você encontrar um amor agarre com todas as tuas forças. Se possível for laçe-o e dê um nó de marinheiro que somente você possa desatá-lo. Ame a pessoa, acima de tudo, da forma mais verdadeira. Deixar que a mentira faça parte do relacionamento é a forma mais exata de matar o amor, então seja sincero. Pingos nos "is" e "tês" cortados não magoam quando a real intenção é harmonizar a relação. Então não deixe que as desavenças se tornem uma bola de neve, não cultive dentro de você ervas daninhas, pois é difícil arrancar a raiz e ela continuará a crescer.

Evite certas situações para que no futuro você não tenha que dizer: "se eu fosse jovem teria feito diferente, devia ter feito isso...". Aquele lance de viver cada dia como se fosse o último e único é válido desde que você faça as coisas com mais dedicação e amor. Não tome decisões de qualquer forma, não empurre seu relacionamento com a barriga, não faça nada nas coxas. Porque dessa forma a sua vida será insignificante, totalmente sem sentido. Viva! Não sobreviva.

Ame. No sentido de enamorar-se pela vida, pelas pessoas que estão ao seu redor. É simples e não dói dar um bom dia, distribuir sorrisos. Não se torne uma pessoa amarga, daquelas que dizem: "o que tem bom o dia?", "por acaso sou dentista para abrir os dentes para mim." Seja amável. A ira destrói a vida do ser humano, mata a alma da pessoa aos poucos. Seja diferente. Aquele velho ditado se encaixa aqui: "se o mundo lhe oferecer espinhos, devolva rosas."

Você que ainda não tem filhos e tem pretensão de formar uma família ouça. Crianças não precisa somente de comida e roupas, elas precisam de atenção e carinho. Então, não pense que por você dar tudo aos seus filhos está sendo um ótimo pai ou uma boa mãe. Dar sustento ao seu filho é uma obrigação sua. O desejo da criança é que o pai vá as apresentações da escola, que fique feliz com o desenho que fez em sua homenagem, que torça para que ela faça um gol e vibre com a vitória, que se emocione com sua apresentação de ballet. Mas os pais estão mais preocupados com as contas no final do mês, com o futebol na quarta-feira e todas essas coisas tomam o lugar que é por direito do filho.

Diga sempre aos seus filhos o quão eles são importantes. É comum vermos os pais dizendo que amam seus filhos enquanto são bebês, mas a medida que vão crescendo esse hábito se torna cada vez mais escasso. É claro que palavras, algumas vezes, valem menos que gestos. Mas não há coisa mais gostosa de se ouvir dos seus pais: eu te amo, você é importante para mim. Hoje as pessoas dizem para qualquer um isso, mas a quem realmente importa não. Ame seus filhos com gestos, com palavras, com abraços, com os lábios. Mas não deixe de amar.

Não. Eu não sou mãe e muito menos encontrei um grande amor, mas eu observo as pessoas e vejo os seus erros e espero nunca comete-los. E se, por acaso, isso ocorre que eu tenha a humildade de corrigir e pedir perdão. Apenas digo não espere o amanhã, não diga que não há como consertar. Se o futuro a Deus pertence, como dizem, seja o auxiliar d'Ele e tente, ao máximo, andar pelos caminhos certos.

Sê feliz, caro, sê feliz.

A Alex Izumi que me enviou um aúdio incrível sobre a vida.

terça-feira, fevereiro 15, 2011

Se eu fosse um garoto.

"If I were a boy
Even just for a day..."
Beyoncé
.

Eu amaria apenas uma mulher e faria de tudo para não magoá-la. Eu diria, incansavelmente, que os momentos com ela são perfeitos. Porque eu sei como machuca não dar importância a pequenos momentos. Mas eu sou apenas uma garota ferida. Eu seria um típico romântico a moda antiga, mas não do tipo clichê. Eu mandaria flores e bombons, escrevia cartas e espalharia bilhetes pela casa.

Se eu fosse um garoto eu jamais diria palavras duras, não usaria os seus corpos como se usa uma roupa e logo se troca. Eu não entraria em um relacionamento se não tivesse certeza que poderia de, alguma forma, retribuir o sentimento. Eu não beijaria a boca de quem me ama, somente porque ela é bonita.

Eu não teria várias namoradas, me dedicaria a apenas uma, e tentaria ser o melhor homem. Eu levaria filmes aos finais de semana e comeria pipoca com brigadeiro, essa coisa porca que elas adoram, somente para satisfazê-la. Eu a escutaria falar sobre o dia terrível de serviço, sobre os sonhos de ter uma vida profissional brilhante, eu leria os seus textos e até falaria sobre o futuro com ela.

Se eu fosse um garoto eu terminaria o namoro da forma mais digna possível. Jamais diria a ela: "você merece coisa melhor, o problema sou eu e não você". Não a deixaria pensando mil coisas, sofrendo, para que depois ela descobrisse que eu a havia traído. Eu não diria que a amo até ter certeza. Não ocuparia um lugar em que eu tivesse certeza que abandonaria a qualquer momento. Daria a liberdade a ela.

Se eu fosse um garoto seria mais humano e não colocaria o seu coração em um moedor de carne. Fecharia os olhos diante das amigas delas, não teria vontade de pegar a irmã dela. Porque eu saberia como dói uma traição desse tipo. Não esfregaria outra mulher em sua cara, para mostrar que ela me perdeu. Eu, acima de tudo, a respeitaria as lembranças passadas, como amiga, namorada e mulher.

Apenas se eu fosse um garoto.

segunda-feira, fevereiro 14, 2011

Resposta.



Se não conseguir localizar o Vinícius eu posso tentar falar com o síndico e conseguir o endereço para você. De qualquer forma esse incidente foi responsável pela nossa aproximação. Fico feliz em ter aberto a tua carta, já que não se irritou comigo, e eu ficarei muito contente se continuares a me enviar cartas. Não se envergonhe, bonito, falar sobre os sentimentos hoje em dia é tão difícil que no primeiro momento além de surpresa eu quis que estivesse falando de mim. Deixe-me explicar, não que estivesses sofrendo por mim, mas que falasses do amor que sentes. É que eu acredito, que nesses 20 anos nunca ninguém me escreveu nada tão bonito, jamais me senti querida assim por alguém como tu queres a Sarah. Desculpe o desabafo, espero que não esteja sendo grosseira.


Sobre a tua letra eu realmente, desde pequena, sou curiosa com a grafia das pessoas. Faço caligrafia desde sempre e quando vi a tua letra curvilínea mostrou uma amabilidade que jamais havia visto em outro lugar. Então, por esse motivo, eu quis te conhecer. E ainda quero. Digo que quero, porque espero que não paremos por aqui. Quero te encontrar cada vez mais em outras linhas, em várias delas. E saiba que eu te leio todos os dias nas colunas que me indicaste. Cara sério e conciso você, hein?!


Não vou me estender tanto. Talvez você esteja pensando que falo demais, mas eu gostaria de saber como anda o teu coração desde então. Eu espero, sinceramente, que esteja melhor e que ele encontre um porto seguro. Você me perguntou sobre mim, acho que não tenho nada a dizer por enquanto, somente que eu sou uma poetisa apaixonada pelas horas, pelas pessoas, pelos dias e que tem um coração sempre vazio. Acho que o amor ainda não quis fazer morada em mim. Então, aguardo pacientemente até que ele me queira.
Acho que é isso, doce. Espero a tua próxima carta.


Beijos e abraço poéticos.
'Line.


Esse texto é uma parceira com a escritora Gabriela Diehl. Leia o início da história em seu site.

quinta-feira, fevereiro 10, 2011

Ao meu único e verdadeiro amor.

"Com a cara e a coragem, com malas, viagens
Pra dentro de mim, meu amor."

Me custa a confessar o quanto eu amo você, porque é algo que quero renegar até a morte. Talvez por ferir o meu ego, por demonstrar quem sabe uma fraqueza minha. Mas cada vez que eu vejo você há uma batalha dentro de mim, são os meus pensamentos, as recordações que se enfrentam como em um ringue onde um deseja nocautear o outro. É o meu coração que fica flertando com a minha razão, tentando convencê-la que você deve ficar. Eu tento me convencer, inultimente, que você não era para mim. Mas eu, sinceramente, só quero acreditar que a gente nasceu um para o outro. Que os teus braços ainda têm o formato do meu corpo e que eles vivem me esperando para um abraço. Que você ainda beijará os meus olhos como fazia antigamente e me chamará de "meu bem" como sempre fazia. Mas isso não irá acontecer.

O que me apavora não é a distância entre nós e muito menos não estar com você. É saber que a qualquer momento nós vamos nos perder para sempre, seguiremos caminhos distintos, formaremos uma família. E o que me deixa nervosa é a possibilidade de entregar meu coração a alguém e você continuar aqui dentro do peito. Não quero que isso aconteça, mas me recuso a te despejar. O que acontece comigo, menino? Queria conter meu coração que tenta sair pela boca cada vez que te vejo, queria conter os meus olhos que te seguem sem nenhum pudor quando você está com ela, mas infelizmente os meus instintos são mais ávidos que minha sensatez.

Eu queria, menino, dizer que pouca coisa mudou desde que deixamos de ser. Acredito que o sentimento apenas amadureceu e a vontade tenha aumentado um pouquinho também. Aquela vontade de ficar abraçado olhando para o céu por sobre os teus ombros, da tua voz me chamando de menina maluquinha, de você dizendo que ficaríamos juntos para sempre. Eu sei que nunca mais seremos nós novamente, até mesmo porque apesar de te querer eu não te quero, entende?! Só quando eu te vejo é que esse desejo acentua. E confesso, que longe, você não me é mais apetecível. Eu só queria convencer às lembranças a se aposentarem, daí jamais voltaria a ter um vestígio de ti em meus pensamentos.

terça-feira, fevereiro 08, 2011

Coisa chata.

Para mim é realmente uma honra saber que meus textos estão sendo postados por outros blogueiros, desde que eles sejam devidamente creditados. Entretanto, há uma coisa que está me deixando bastante chateada. Escrevi um texto com a citação do Caio Fernando Abreu e não sei o motivo das pessoas terem atribuido o texto a ele. É claro, que o Caio F., é meu escritor preferido. Muitas vezes já comentei que ele é o meu eu masculino, contudo qualquer escritor ficaria assim como eu: enfezada! Se tivesse seu texto distribuido pela web como se fosse de outra pessoa.
Escrevi meu texto e agora é só você jogar no Google que aparecem vários links com esse texto e o pior de tudo dizendo que é do Caio F. Sinceramente, estou bastante chateada e espero que as pessoas que tenham postado, equivocadamente, me creditem ou retirem o meu texto do ar. O texto é o seguinte:

“Pedi pra mãe – me interna, to infeliz pra caralho.” Caio F.

Tequila, café e cigarros exatamente nessa ordem me preenchiam. Aquela velha história do amigo engarrafado me era completamente aplicável, não havia companhia melhor. Porque eu não desejava conversar, pessoas se preocupam demasiadamente e eu não precisava de especulações, conversas enfadonhas e repetir tudo o que estava acontecendo comigo. Não. Eu não quero falar sobre isso. Isso o quê? Se eu tivesse noção do que era. Acontece que esses dias estão tortuosos e eu não desejo levantar-me daqui, a poltrona já adquiriu o formato do meu quadril e a TV me dá o entretenimento necessário para continuar trancafiada aqui. Sossego é o que eu quero. Desde que ele fora embora eu ouço versos que me falam sobre amores arruinados, o coração já não bate, esquecera completamente o tal do Tum-tum-tum. Será que o coração bate assim? Há algum tempo que não sei como ele reage, porque os dias estão vazios. Sabe toda aquela ideologia de que é possível viver sozinho? Pois é. Acreditava nisso piamente porque ele estava ao meu lado, agora que se foi tudo é cinza. E eu chorei um oceano inteiro essa noite. Eu precisava esvaziar. Porra eu preciso ser internada.

(http://parafraseou.wordpress.com/2010/01/12/me-interna-mae/)

quarta-feira, fevereiro 02, 2011

Carta entre amigos.


Léo,

Será que posso te chamar assim ou seria muita intimidade? Desculpe-me, sei que não é correto abrir as correspondências alheias, mas a tua letra me incitou a abrí-la. É linda. E, confesso, que tive curiosidade em ler porque não é comum pessoas trocarem cartas em plena era digital. Espero que não se irrite comigo ou me odeie por ter lido, eu poderia apenas tê-la deixado de lado, mas quis responder dizendo que o teu amigo não mora mais no meu prédio. Sim, eu o conhecia, mas ele se mudou há mais ou menos 3 semanas e, deveras, não sei seu novo endereço. E dessa forma tomei a liberdade de responder a você.

Eu estava esperando algumas cobranças do meu cartão de crédito e por coincidência a tua carta estava entre elas. Eu realmente li a carta inteira sem pestanejar e achei interessante o fato de você ter dito que arrumou um emprego como cronista, adoraria ler os teus textos, pois me chama bastante a atenção. Me interessa. Bem, você deve estar se perguntando: "o que essa louca quer comigo?". A verdade é que eu realmente não sei, mas quis te conhecer e a única forma de conseguir isso foi me arriscando a responder essa carta que nem escrita foi para mim.

Não pense que sou uma doida varrida, que costumo abrir as correspondências dos vizinhos, é a primeira vez que isso acontece. Sou apenas uma moça que se interessou por sua caligrafia. Piegas? Pode até ser, mas consegui enxergar além e acho que estou certa. Consegui ver romantismo em cada traço seu e para minha surpresa o conteúdo da carta confirmou o que eu pressentia. O que não entendo é como um amor pode adoecer assim dessa forma, o ciúme verdadeiramente é uma cárie que corrói sem dó nem piedade. Sei que não direcionou a carta a mim, mas de qualquer forma, é como o poeta Fernando Pessoa dizia: "Não se acostume com o que não o faz feliz, revolte-se quando julgar necessário."

Acho que é isso que você precisa: um pouco de revolta, mas com uma pitada de sensatez. Talvez haja uma luz no final do túnel e você não enxerga, análise todas as possibilidades e verás que não está assim tão perdido.

Ah, continue a escrever.
Beijos doce,
Aline.


Esse texto é uma parceira com a escritora Gabriela Diehl. Leia o início da história em seu site.

sábado, janeiro 29, 2011

Chilli,

Minta sem reservas, carinho. Porque a paixão que sinto em seus braços esvanece qualquer coisa absurda que você me diga. Não ligo. Eu quero o momento, as carícias, quero ouvir o teu sussurar latino nos meus ouvidos. Caliente. Eu quero o teu corpo junto ao meu com esse misto de paixão e doçura. Pode mentir que eu não ligo, quero apenas que invente desejos. Que me engula com teus lábios, me sugue para dentro.

Eu quero o teu jeito de desengonçada de coar café. A tua toalha molhada sobre a cama e ainda assim não me importar. Eu quero ouvir Je t'aime moi non plus e cantar sussurando ao seu ouvido cada sílaba pausadamente. Eu quero enroscar os meu pés nos teus. Eu quero o suor, a respiração, a força. Eu te quero ser enquanto nos for permitido. Eu quero tecer uma história contigo sem medos. Quero apenas aproveitar o Sol lá fora e talvez algumas luas e estrelas vezenquando.

E, por todas essas razões, não me importo que mintas. Desde que seja sincero quando os meus lábios estiverem nos teus. Que seja real e intenso e que me faças acreditar no agora, que afastes os meus medos. Que sejas o meu amante latino e que me toque bem fundo no coração.
Apesar de.

quarta-feira, janeiro 26, 2011

Das manhãs ensolaradas.

O café, apesar de amargo, não amargou os lábios está manhã. Porque o doce dos teus lábios ainda estava impregnado nos meus. E eu te invento poesia para poder fantasiar um pouco mais, não que o real não esteja bom é que tu conheces a minha mania de embonitar as coisas. Então, eu te "embonito" somente para que tu saibas que até em minhas linhas você está presente.

Enquanto eu como aquelas rosquinhas de polvilho que tu dizes não gostar por sujar os dentes, eu penso como a minha rotina mudou desde que você entrou em minha vida. O amor deixou de existir apenas em minha mente, tornou-se real e de certa forma palpável: com tuas ações, teus gestos, teus toques. Dessa forma. Acho gostoso esse amor inventado, sem medidas, sem ter que pesar. É tão estranho se encontrar dentro de alguém da forma que me encontro dentro de você. É estranho pensar que estivemos longe por tanto tempo, sem saber da existência do outro e ainda assim conseguir viver.

Eu já te contei que tudo é possível, amor? Nesta ciranda que é a vida. Nessa roda-gigante que insiste em rodar incessantemente?
Então, apenas feche os olhos. Assim como aquela criança que sente segurança na voz do pai, que mesmo correndo o risco de cair continua em frente por saber que se cair terá o pai para levantá-la.


Ouça a minha voz.
Sinta o vento no rosto.
Veja os olhos das crianças querendo algodão doce.
Olhe o vendedor com suas bexigas coloridas.
E se você conseguir encontrar poesia em tudo isso.
Saiba que não me enganei quando te disse: sim.

segunda-feira, janeiro 03, 2011

O amor é a nova onda.

Três de Janeiro de Dois Mil e Onze. Sentou-se na cadeira habitual e folheava seu livro. Nada incomum. Tudo aquilo que ela sempre faz todos os dias. Deslizava os olhos sobre as desventuras da menina que insista em alimentar-se de palavras furtadas. Havia uma angústia a cada palavra lida, esperava-se o pior para aquela menina ossuda. Não dá para se esperar algo melhor para alguém que vivia na Alemanha nazista. Entre suspiros e lágrimas que aos poucos formavam-se nos cantos de seus olhos ele aparecera.

Ele. Uns 7 anos mais velho. O tempo exato de sua última aparição. Não havia mudado quase nada. A não ser o rosto com linhas de expressão mais fortes. Ele esboçou um sorriso nos lábios e sentou-se ao seu lado: "Bom dia, moça. Que milagre é esse!" - Disse-lhe com um sorriso estonteante. Devolveu-lhe um sorriso amarelo, mais pela timidez do que qualquer outra coisa. Ele tinha o dom de desconcertá-la desde sempre. Ela, porém, limitou-se a assentir com a cabeça. Fechou o livro em seguida e fitou-lhe os olhos. Mergulhou por um instante.

- Pego carona com meus pais até aqui. Há alguns meses. - Por algum motivo ela sentiu-se envergonhada após dizer isso. E o silêncio reinou entre os dois naquele momento, ela pensou em pegar o livro novamente e folheá-lo, mas desistiu quando ele lhe perguntara:
- Posso ligar pra você essa noite? - Com um sorriso largo ele lhe perguntou.
E ela apenas assentiu e lhe passou o seu novo número. A parada seguinte era do moço de olhos verdes e cabelo militar. Cinco minutos após sua descida ela recebera um torpedo.
- Não é por acaso que nos encontramos. Até à noite. Marcos.
Ela sorriu e pensou: "Que 2011 seja diferente!".
O cobrador vendo seu sorriso disse: "Parece que alguém usou rosa na passagem do ano."
Ela apenas sorriu. Era hora de descer.

Feliz DoisMileOnze!