segunda-feira, outubro 31, 2011

Eu tecia.

Porque tecer era necessário e me satisfazia. Embora, eu não soubesse aquilo me alimentava. Ia tecendo, acumulando possíveis oportunidades, sonhos idealizados. Idiotice a minha, eu sei. E então eu descobri que ia tecendo coisas impossíveis, irrealizáveis e entendi que eu não estava disposta, assim como você, a levar adiante qualquer coisa. Sentimento. Talvez porque não fosse realmente para ser, ou como você um dia disse: “tem coisas que é melhor não ver.” E você fechou os olhos para o tear e minhas mãos se cansaram de trançar a lã. E desde aquele dia tudo mudou em mim, eu não quis mais tecer, entende? Porque tecer me doía. Mas é tão estranho porque agora não dói mais. É tudo árido, como se não chovesse há tempos nesse solo, e houvesse pequenas rachaduras. É isso: rachaduras. Elas começaram a crescer separando aquilo que era sentimento do meu coração e de minha cabeça. E eu não consigo sonhar. Não com você. Porque você me dói, me machuca horrivelmente. E eu não sei o que é pior: sentir o que eu sentia ou que sinto agora. Nada.

5 comentários:

  1. Essas rachaduras sempre machucam.. e como dói.

    Um beijo!

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  2. Já parei de tecer, mas não sei parar de doer.

    Beijo, Pam.

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  3. O pior mesmo é esse sentimento de nada, de coisa alguma, que nos invade e torna tudo menos colorido, tudo em tons pastéis, sem significado algum. adorei seu textoo bjoo

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  4. Simplesmente... LINDO!

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  5. É exatamente assim que me sinto em determinados momentos da minha vida. Sinto-me como se eu estivesse vazia, sem nenhum sentimento por dentro e penso isso também, se é melhor isso, essas ausências do que toda aquela dor de outrora.

    É tão estranho tudo que se passa dentro de nós Pâmela e eu acho bonito você conseguir exprimir tão bem esses sentimentos que nos dominam.

    Beijos

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