sexta-feira, dezembro 29, 2017

Você merece o amor


Abrace os seus ideais e não se preocupe se as pessoas acharão que é loucura. Faça uma aula de dança, de mergulho, de patinação ou de violão. Dance na chuva de terno e gravata ou vá até o Jalapão curtir o calor de Tocantins. Beije o seu amor de forma inesperada e com os olhos diga o quanto ele é especial. Abandone seu emprego se ele não te fizer feliz, agarre novos sonhos e não tenha medo de recomeçar. A maioria das pessoas só percebem que estão infelizes quando não há mais tempo para mudar; mude.

Viaje sempre que quiser.
Conheça novos lugares, pessoas e culturas. Desbrave o mundo e construa a sua história em cima daquilo que você acredita. Colecione bilhetes de ônibus, carimbos no passaporte, check in's em suas redes sociais. Vá atrás daquilo que move o teu coração e não se importe com o apelido de andarilho. Acumule experiências. Seja rico de memórias.

Ame sempre. 
Não tenha receio de se doar por medo de que não haja reciprocidade. A maioria das pessoas fecham seus corações por experiências mal sucedidas; não tome para si o mesmo destino. Abrace o amor que bater à sua porta e não se esqueça de retirar os entulhos do relacionamento anterior. Todo mundo é um ser único, é um universo inteiro de possibilidades, não defina o seu futuro baseado em uma experiência ruim. 

Planeje-se.
Há um velho ditado que nos diz que quem muito quer acaba ficando sem. Anote em um caderninho suas prioridades e tente separar apego de necessidade. Carregamos muitas coisas desnecessárias conosco: amores antigos, caos interno, problemas não resolvidos. Olhe para dentro de si, analise o seu interior e pergunte ao seu coração quais os seus sonhos. A nossa vida começa a andar quando paramos, por um instante, para nos indagar se estamos no caminho corre.

 Ame-se.
Tenha carinho pela pessoa que você é. Saiba se olhar com mais gentileza e perceber que até as tuas imperfeições te fazem um ser único. O nosso primeiro amor deve ser aquele que nos encara todos os dias no espelho. Não tenha medo de se amar do jeitinho que você é. Você é, escute com muito amor o que irei dizer, alguém que merece o amor.

quinta-feira, dezembro 21, 2017

Eu superei você



Gozado olhar para trás e perceber que aquele medo de te perder não fazia tanto sentido. Às vezes eu olho para a nossa antiga relação com um certo pesar. Fico lembrando da minha insistência e esforço para te manter confortável em minha vida, das horas conversando sobre um futuro, do incentivo diário e da fé que tinha em você; lembro das tuas causas que abracei e das vitórias que aplaudi. Tudo isso me causa um certo desconforto, uma espécie de dormência. Não porque não deveria ter amado, apoiado ou estado ao teu lado, mas por olhar para nós e não reconhecer quem éramos. Por constatar que me dediquei a alguém que vivia com o pé na porta e que nunca havia desfeito as malas na intenção de permanecer em minha vida.

Não sinto saudades.

E isso sai tão facilmente da minha boca que me assusta. Esses dias me perguntaram sobre você e, por incrível que pareça, não me doeu dizer que não sabia. É estranho como as coisas se acalmaram dentro de mim e como o seu nome já não me causa arrepios. Aqui dentro tudo dorme. Há poucos vestígios da tua presença e os dias parecem tão distantes que me pergunto se eles realmente existiram. Tempos atrás a possibilidade de viver sem você me assustava e me causava calafrios. Hoje vejo que tudo na vida tem jeito. É como dizem por aí: só não há jeito para a morte.

Olhar para dentro de mim e perceber que você não me dói mais é libertador. Sinto que as amarras já não existem e que o elo que nos mantinha conectados se rompeu. A vida é realmente um interruptor e eu desliguei você. Desliguei de mim. Dos meus dias. Da minha vida. E aos poucos vou desligando dos meus pensamentos. Confesso que sua lembrança vez ou outra povoa a minha mente, mas logo em seguida se esvai. Ela sempre vem acompanhada de suas palavras falaciosas e de mentiras que vou interligando. Tudo isso me deu e me dá forças para curar o meu coração.

Não dói mais.

E perceber isso me traz um alívio tremendo, porque pela primeira vez - de todos os relacionamentos que tive - eu consegui me recuperar rapidamente. Não houve tanto choro e lamentações. Houve apenas a constatação de que não era para ser. De que você não quis ou se esforçou para ser. Às vezes a gente só precisa se olhar com mais amor e perceber que vale muito. Às vezes a gente só precisa concordar com as decisões do outro. Olhar para você, para todas as tuas dúvidas, todas as tuas desculpas e para todas as tuas invenções só me deram forças para seguir em frente sem olhar para trás.

Aqui dentro está tudo okay e está tudo definido dentro de mim. Tenho procurado me permitir mais e conhecer novas pessoas. Tenho aprendido a receber elogios, reaprendi a flertar e tenho amado todo esse começo de paixões. Venho estendendo as mãos novamente e me permitido caminhar ao lado de quem sabe onde está andando. Dúvidas demais não me comovem e entendi que não tenho e, nem preciso ensinar ao outro seus caminhos. A vida tem me presenteado com boas gargalhadas e com amores recíprocos. 

Tempos atrás a possibilidade de viver sem você me assustava.
Hoje olho para nós e percebo que superei você.



sexta-feira, dezembro 08, 2017

O coração é de mocinha


Há quem confundisse minha personalidade forte com braveza. Nunca fui daquelas mocinhas que acreditava em tudo que diziam, que se calava para qualquer um colocando o rabinho entre as pernas e de cabeça baixa ia embora. Sempre fui mulher de gênio forte, mulher que quebra o pau mesmo quando precisa, que dá soco na mesa, que grita mais alto e que encara o desacato com olho no olho.

Sou daquelas que se precisar pega boi à unha com sangue nos olhos. Mas no fundo, no fundo, o coração é de mocinha, viu? Não é que eu mudei. É que eu cansei de bater de frente, cansei de tentar administrar os vários tipos de mulheres que tenho aqui dentro e decidi ser mais gentil comigo mesma. Chega uma hora em que o amor-próprio grita mais alto e a maturidade nos ensina que trabalhar para ser alguém melhor faz um bem danado, sabe?

Não desejo ser melhor para ninguém, quero ser melhor pra mim, quero poder olhar no espelho e dizer "PQP"! Nunca imaginei que esse tão famoso mulherão da porra estivesse escondida em algum lugar aqui dentro". Tô querendo conectar meu coração com a minha mente a ponto de poder dominar a fera, entende? Acalmar meus demônios que querem passear sempre fora de mim, mesmo quando eu não permito. Tô querendo entrar em uma discussão, vencer no olhar e em pensamentos dizer: "não, isso não vale a pena, porque sou muito melhor que qualquer desprazer que queira tirar a minha paz" Mas tudo isso por mim. Por ter entendido que o que realmente importa nesse momento é a minha paz de espírito. 

Quero ter cada vez mais certeza que a felicidade consiste também em fazer o outro feliz, sem maldade e sem máscaras aparentes. Ando mesmo é querendo cada vez mais dar férias à minha alma, e rezo para que nada e nem ninguém nesse mundo consiga roubar esse estado de paz e de graça em que eu me encontro agora. Hoje me visto de camaleão e mudo minhas cores, hoje bato de frente com o que vier, só que com elegância e maturidade. Muitas coisas continuam iguais, outras mudaram muito por aqui. Só não se esqueça: de boba não tenho nada, o coração é de mocinha, mas ainda existe o tic tac de uma bomba relógio aqui dentro. 



quinta-feira, dezembro 07, 2017

Não farei esforço nenhum para te conquistar.


Não por ser machista, não é por não estar interessada. Nenhum dos motivos aparentes. Então vou te contar, ok? No começo muitas vezes as pessoas mostram algo que elas não são, eu também fazia isso. Porque talvez elas acreditam que existe um padrão de comportamento considerado certo para “conquistar alguém”. Como se existissem atitudes, frases ensaiadas para os primeiros encontros. Existem tantos jogos hoje em dia e eu simplesmente não quero fazer parte disso. 

Talvez eu esteja jogando, não sei, porém cansei do outro tabuleiro. Não quero mostrar algo que não sou, confio muito mais no meu jeito. Porque na verdade aquilo que sai da mesmice é muito mais encantador. E se eu tiver que ser outra pessoa para alguém gostar de mim, então algo está errado. Mas calma, gafanhoto. Também não significa que vou me jogar sem saber voar dentro de um abismo. Confio na minha espontaneidade, mas também na minha precaução. Eu cuido de mim, entende? Vamos percorrendo o caminho com muita serenidade. Não quero correr. Porque a graça está em viver os momentos que a vida nos proporciona no incrível e fugaz “agora”.

Só não quero todos esses artifícios que me dão sono. Gosto de viver com verdade, de forma objetiva. Fico onde quero estar, mudanças não me assustam. E é isso que espero de volta. Receber verdade. Gosto de quem mostra aquilo que é. Por mais estranho que pareça. Eu gosto do que pode ser considerado raro. Não vou disputar nada, se tivesse que fazer isso é porque algo não está legal. E cada um fica porque quer, não é? Ninguém prende ninguém. Não te dou motivos para ficar, você está aqui porque quer. Eu estou porque quero.

Vou mandar mensagem quando lembrar. Vou te convidar para sair. Vou ser do jeitinho que sou. Fazer piadas. Ser irônica. Te abraçar forte quando te encontrar. Falar que quero te ver. Vou rir até a barriga doer das tuas palhaçadas. E ir vendo tuas reações. Porque até as mínimas coisas precisam ser recíprocas.

Até onde nós vamos, marujo? Não sei. E sinceramente? Não estou preocupada com isso. Não estou pensando demais no futuro não. Tô vivendo aqui, agora, hoje. Que tá bom, não tá? Tá sim. Tá gostoso, tá alegre. Tá leve, despreocupado. Tá bonito. Então vamos viver e enrolar nos nossos braços esse momento.

E agora já pode me beijar, porque já falamos muito. Porque cê sabe, conversamos tanto, nosso silêncio é um dos meus silêncios favoritos. É o silêncio do beijo.


quarta-feira, dezembro 06, 2017

Vim te libertar da "felicidade inabalável" das redes sociais


Quem inventou essa “felicidade inabalável” estava bêbado. Sabe aquele pessoal que bebe e fica felizão?! Então, foi um deles. Tenho certeza! Lembro que na época do Orkut tinha muitos posts ao estilo “estou péssimo (a)” e o pessoal dava apoio. Hoje, no facebook e no instagram, é o contrário. Vejo um pessoal mais novo criticando os mais velhos por postarem selfie com a cara séria. Dia desses, surgiu esse assunto na faculdade e apaixonada pelo comportamento humano que sou, aproveitei. Questionei sobre o porquê de “termos” que fazer selfies sempre sorrindo.

Pra minha surpresa, a colega que disse que tínhamos sempre que sorrir, não tinha resposta. Tentei fazê-la pensar dizendo “existe algum motivo pra estar sempre sorrindo nas selfies?” e ela disse “não, é que é mais aceitável”. De fato, a felicidade é mais aceitável e desejada. Mas quem inventou essa tal “felicidade inabalável” nas redes sociais não estava em sã consciência. Sou da turma que prefere tomar decisões sobre a vida pessoal na tristeza. A alegria é péssima conselheira a meu ver.

Se na vida não estamos sempre sorrindo, eu te liberto dessa “felicidade inabalável” em suas redes sociais. Temos todo o direito de estar mal. De querer chorar. De querer dormir por dias e dias. De sair correndo e voltar quando tudo estiver resolvido. A vida tem momentos bons e ruins. Se mostramos sorriso e alegria sempre nas redes sociais, não somos verdadeiros. Quando era mais nova, achava que o pessoal mais abastado de grana, era mais feliz que eu. Então conheci na adolescência, uma mulher rica que não dormia nem com remédio.


E eu, onde encosto e me sinto segura, durmo. Essa mulher frequentava festas da alta sociedade da cidade. Era conhecida. Tinha muita gente ao seu redor. E champanhe pra ela era água. A mesma garrafa de Sheldon que eu esperava o ano todo, pra usar meu décimo terceiro e comprar uma, ela bebia como água. Quando me contou que estava há 4 dias sem dormir. Que tomava remédio. Vi que a vida dela não era assim, tão boa.

Ela me disse “trocaria a minha riqueza pelo seu sono, Gabi. Já te vi dormindo na igreja, enquanto esperava a sua avó. Senti inveja disso”. Esse dia, me lembro como fosse ontem. Me sentei numa cadeira enquanto minha avó conversava com umas amigas. E quando vi, ela estava me sacudindo. Pra mim, aquela mulher, de “felicidade inabalável”, era a mais feliz do mundo. Cada foto com sorriso forçado hoje no instagram me faz pensar sobre as dores que a pessoa carrega. Cada momento feliz compartilhado no face, me faz pensar em quantas questões pessoais cada um tem que os afligem.


Você não precisa estar feliz o tempo todo nas redes sociais. A sua realidade de vida não é essa. A sua face séria, em tom natural é mais linda que com aquele sorriso forçado. Aquele mesmo sorriso das outras mil fotos. Esse sorriso nem rende mais likes. As pessoas já se cansaram. Você decorou ele e sempre o usa nas selfies. Aprendeu sobre a “felicidade inabalável” né?! Sei como é.

Pois bem. Eu te liberto agora dessa felicidade falsa. E te digo: faça selfie como bem entender. Esteja feliz ou triste em seus posts. Tudo bem! Tudo bem em se sentir uma derrota. Em se sentir mal. Em se sentir no fundo do poço. Aliás, falando nele, o fundo do poço, é o melhor lugar pra se estar. É a partir dele que a sua vida anda pra frente! É nele que as melhores decisões são tomadas. Com choros, sofrimento e muita reflexão.


Acredite. Daqui uns anos, você vai lembrar do poço e sentir orgulho de si. E você, daqui pra frente, está livre de ter que estar sempre bem nas redes sociais.

Por nada!


terça-feira, dezembro 05, 2017

Só por hoje vou me permitir ser feliz


Acordei com uma sensação estranha. Tudo bem, isso não é novidade, acordo cada dia de um jeito e não consigo entender o porquê e de onde, às vezes, vem tanto tipo de sentimento. Mas ao levantar, me olhei no espelho, reparei em alguns defeitos, e lavei o rosto.

Comecei a prestar mais atenção no que eu tava sentindo. Tentava descrever pra mim mesma que tipo de sentimento era esse e não conseguia. Então, continuei meu dia como deveria, sem me preocupar tanto, mas ao longo dele eu sentia cada vez mais aquela sensação estranha que acordou comigo.

Trabalhei o dia todo, fiquei no meio de tanta gente, falei com várias pessoas, tudo conforme o normal; senti mais um dia do meu cotidiano se esvair quando cheguei em casa e joguei minhas pastas sobre a mesa.

Entrei no chuveiro e pensei em tudo que havia acontecido naquele dia, e no anterior, e na semana passada. Percebi que esse sentimento estranho era algo lá de dentro de mim tentando me mostrar que os dias estavam passando, escorrendo, como a água que caía em mim, e muitos deles eu nem sequer lembrava, porque parecia não haver nada de diferente que tivesse acontecido pra que me marcasse o suficiente.

Eu percebi que estava acordando e me deitando todos os dias de maneira robotizada, meus dias eram catalogados, maquinados, cronometrados pelo relógio do tempo que funcionava com os ponteiros da minha rotina. Rotina é essencial pra vida, pelo menos eu acho; a gente necessita de um pouco de organização dentro dessa ampulheta dos dias.

Mas mesmo todo mundo tendo uma certa rotina, algo acontece diante dos nossos olhos todos os dias e a gente não vê. Milhares de sons, músicas tocando, pássaros cantando, o tom da risada de alguém que ri de maneira tão extravagante e sincera, uma criança chorando e se acalmando logo em seguida quando sente o colo macio e seguro de sua mãe.

Tanta coisa acontecendo em nossa volta, e a gente preso em nosso próprio mundo, sem observar, sem apreciar, os detalhes mais singelos que a vida tem nos proporcionado. Pode parecer “pequenice”, coisa boba, mas enquanto a gente fica vidrado em uma tela em nossas mãos, reclamando daquele dia quente e ensolarado, a gente não percebe aquela gostosa e refrescante brisa que do nada aparece, que foi suficiente pra bagunçar levemente seus cabelos e derrubar algumas flores de cerejeira em seus pés, as mesmas que você passou por cima e nem notou.

Os dias têm se passado tão rápido e a gente talvez não esteja apreciando os pormenores mais importantes disso tudo. Acho que a gente não tem se permitido ser feliz. Não estamos nos permitindo usufruir das “pequenices” que nos fazem sentir mais felizes e ter mais esperança nesse mundo que não cansa de ser tão maluco. São momentos, circunstâncias, sorrisos, que por mais que sejam rápidos e durem apenas segundos, vão ser suficiente pra você lembrar quando estiver pensando como viveu esses últimos dias.

Mesmo que estejamos em uma situação ou fase muito difícil, a gente tem que se permitir ser feliz dentro das nossas possibilidades, dentro da nossa realidade, independente qual seja ela, ainda sim, é mais um capítulo que vai nos acompanhar até os agradecimentos finais desse nosso livro.

Espero acordar amanhã, com essa mesma sensação, e muda-la desde o começo, vou lavar meu rosto com água bem gelada, depois olhar pro espelho; e ao invés de já reparar nos meus defeitos, vou começar me lembrando que gosto da cor dos meus olhos castanhos, e lembrar que meu sorriso pode ser uma das “pequinices” felizes que alguém se lembre quando chegar no fim do dia.

Quero sair de casa com minhas pastas na mão e pensar “Só por hoje, vou me permitir ser feliz”. Quem sabe isso também vire parte da minha rotina, e se repita todos os dias.


segunda-feira, dezembro 04, 2017

Pare de stalkear quem não mais pertence a você



►Leia ao som de Tchau, Luciana Mello◄


Confesso que demorei um pouco para cortar o vínculo. Eu ainda queria saber se ele estava bem, se ainda mantinha os mesmos hábitos e se sentia a minha falta. Religiosamente eu ia lá e dava uma checadinha, batia o velho ponto, abria a  janelinha para ver se estava online e, consequentemente, ficava arrasada. Eu sempre voltava destruída de lá. Perdi as contas de quantas vezes vomitei após ver algo que me desagradasse, de quantas lágrimas eu derramei enquanto via seu status, de quantas noites eu fiquei em claro me questionando o porquê de tudo ter chegado ao fim.

Até que um dia, após uma conversa com minha irmã ela me perguntou: como você se sente depois que vê as coisas dele? Eu, prontamente respondi: acabada. Essa pergunta foi crucial para que eu mudasse esse meu velho hábito, para que eu soltasse as amarras que ainda me mantinham presa a ele. Tem dor que a gente cuida como se fosse animal de estimação; cuidamos, alimentamos e tratamos com muito cuidado. Eu não queria voltar de lá destruída. Eu não queria mais chorar por quem não me amava. Eu não queria me manter refém de um sentimento tão doloroso. E assim o fiz.

A princípio foi doloroso. Eu pensava: o que será que ele está aprontando? Será que está se alimentando direito? Será que ele está bem? E, então eu fui me educando e mudei as perguntas: como estou me sentindo? Eu estou bem? Como eu voltarei de lá após uma espiadinha? A partir daí, após os meus questionamentos, eu entendi que uma olhadela não valia um dia péssimo ou uma noite em claro. Que não valia o almoço que eu colocaria para fora após uma gastrite nervosa. Que não valia o meu descontrole emocional após uma crise de ansiedade.

A gente precisa se cuidar assim como cuidamos dos outros. Precisamos olhar com mais gentileza para o nosso coração e reparar bem aquilo que faz mal e aquilo que faz bem. Separar o joio do trigo, se é que me entendem. A partir do momento que eu decidi por mim comecei a negar informações que terceiros traziam dele, comecei a dizer: não é por nada não, mas deixa ele ser feliz de lá e eu feliz de cá. E desde então venho sendo feliz. A minha curiosidade já não me maltrata mais, porque aprendi a colocar minha felicidade à frente dela.

No final das contas a gente só precisa entender quem somos, o que merecemos e o quanto podemos contribuir para que a vida seja a melhor possível. Alguns sofrimentos são completamente desnecessários e sofrer por quem decidiu, de livre espontânea vontade, sair de nossas vidas é um deles. A gente só mantém em nossos corações aquilo que desejamos e eu escolhi manter no meu somente aquilo que me faz bem. 

Stalkear nem sempre é estar dois passos à frente de tudo, às vezes é só mais um gatilho apontado para a sua cabeça, às vezes é só uma arma esperando o momento certo para matar você. E de tudo que espero do mundo, que peço aos céus, morrer não está na lista. E por essas e outras eu também te digo: pare de stalkear quem não mais pertence a você. 



sexta-feira, novembro 24, 2017

É você


Eu perdi o controle, admito.
Às duas da manhã, depois de algumas doses de tequila.
Voltei para casa, numa tentativa desesperada de não te ligar.
Em vão.
Abri a gaveta do criado mudo, aquela que tem tranca.
Pedi para minha mãe esconder a chave, mas eu só estava enganando a mim mesma, pois sabia todos os esconderijos que ela usava.
Lá, embaixo dos envelopes inutilizados, estavam as fotos de nós dois.
Espalhei todas as lembranças pela cama.
Meu coração estava cheio, lotado de você.
De nós.
Me pergunto se, em algum momento, você já reviveu isso, ou só colocou tudo em uma caixa e jogou fora, porque essa não é a primeira vez que faço isso e nem sei se será a última.
Três doses de vinho depois e já são quatro da manhã.
Olho para o celular e reviso a mensagem que eu escrevi.
Apertei o botão de “enviar”.
Você não respondeu.
Provavelmente meu número nem deve mais estar salvo em seus contatos.
Admito que ainda preciso de você, que não acabou.
Choro com os olhos fechados, revivendo nossa história, como um filme.
Então a campainha toca.
São seis da manhã.
Com os olhos vermelhos e o café a caminho da boca, maquiagem e roupas de ontem, me encaminho até a porta.
E é você.
É você dizendo que prefere se magoar do que não estar do meu lado.
É você dizendo que podemos nos curar, que o fim foi um erro.
É você lá, na soleira da porta, dizendo que fomos, ambos, imaturos.
É você, com as mãos nos bolsos, dizendo que precisa de mim.
Sou eu, com os olhos embargados, abraçando​ você, dando e recebendo nós em troca.
Somos nós, dizendo pela primeira vez,
Eu te amo.




quinta-feira, novembro 23, 2017

Esse que sou hoje não te quer mais


Meu “eu” de ontem foi apaixonado por você, esse que sou hoje não te quer mais. E só te quis um dia porque a metade foi uma mentira. Até a explosão mais grande um dia acaba em cinzas. E com a gente não poderia ter sido diferente. Fomos bastante, aquilo que dava pra ser, tudo o que éramos no momento. Cantávamos com aquelas ferramentas, faltavam outras. Eu sei, não sou vítima, mas a tua insegurança e covardia foram o maior veneno. Ninguém estava preparado para um relacionamento, mas acho que ninguém nunca está totalmente. Talvez você não queria tanto assim, e mesmo contra minha vontade, que bom que se cortou o laço.

Agora, depois de tudo, agora que estou mais serena, consigo agradecer e tirar proveito. Agradeço tudo o que essa experiência me ensinou, os caminhos que deram tantas voltas e me trouxeram até aqui. Não poderia ter crescido tanto se continuasse com nosso relacionamento que tantas energias me tirava. Você era o centro do meu universo, minha âncora, porto seguro. Eu te quis. Mas era tão tóxico. Dava o tiro e depois tentava estancar a hemorragia. Mesmo assim, conseguimos viver essa fase, não é? Eu sei, com total intensidade, como se fosse o último capítulo de uma novela. E acabou. E logo te vi ser tudo o que eu acreditava que não era. Te vi me machucar e pedir desculpas. Tuas carências me machucaram.

Finalmente sinto que sou minha constelação, sistema solar e universo por completo. Sou minha maior prioridade. Parece besteira? Não é. Quem viveu algo parecido entende perfeitamente o valor da paz que surge depois de uma batalha tão árdua. Tenho quase total certeza de que não teria conseguido tantas coisas se continuasse contigo. Então eu agradeço. Nosso fim me causa alívio. A minha escolha é te manter afastado, como alguém que fez parte da minha história, mas que não merece estar no meu presente. 

Não sinto vontade de mandar mensagem ou até saber se você está bem. É completamente indiferente. Te escrevi porque a Isabel disse que você passou na casa dela duas vezes. Agora você acredita? Eu não volto, fechei a porta e fui passear buscando lugares mais iluminados. Meu amor é imenso, forte e leal, mas não suporta traições e mentiras. Só espero que você encontre harmonia e não se perca nas tantas contradições.

Outro amor? Ah, não sou de procurar essas coisas não, elas simplesmente acontecem. Não dá pra forçar e que bom que seja natural. A espontaneidade e tão bonita. Vou cuidando de mim, traçando minhas metas, realizando sonhos. Mastigando alegrias miúdas, às vezes embriagada com a felicidade. Ajustando os ponteiros, mas triste mesmo faz tempo não me sinto. Você percebe? No momento da erupção não temos capacidade de enxergar direito, mas logo tudo ganha vida novamente.


quarta-feira, novembro 22, 2017

Você não mexe mais comigo


Percebi que na verdade, nem era você o que virava a minha cabeça. O que tirava a minha paz. E sim, o que eu criei sobre você. Virar a página é o melhor a fazer quando não há algo chamado reciprocidade! Demorou, mas eu percebi que você nem era isso tudo.

Não há mágoas, nem desejo de vingança. Só a paz mesmo, graças à minha maturidade! Perder faz parte e eu acho que perdi. Meu orgulho ferido pelas mensagens e e-mails que você fez questão de não responder, guardei na gaveta.

Talvez eu nem tenha perdido nada. Só tenha ganhado experiência, amor próprio e recuperado a minha autoestima. Você me pisava tanto, mentia e me deixava tão mal que rastejei muito aos seus pés.
Olha que eu não sou disso! Não me reconheci. Mas foi bom, assim percebi o quanto a carência nos transforma em trouxas. Dia desses vi sua foto em sua rede social trocada. Estava comentando uma publicação de uma amiga, direto na time line dela.

Sabe o que eu pensei, “trocou a foto, que bom” e depois “como pude perder tanto tempo com ele?”. Isso é prova de que virei finalmente a página. Seu beijo era bom, de fato. Mas um beijo bom não vale tanto sofrimento e baixa estima. Relacionamento quando é saudável, nos faz ficar bem, bonita, com o astral lá em cima.

E o ciclo entre nós era cruel: você sumia, eu descia mais um pouco em minha dignidade, você voltava, eu acreditava, você correspondia, depois sumia. E eu me humilhava, me rastejava. Se eu pudesse voltar no tempo e nunca ter cruzado o seu caminho, voltava agora mesmo. Você não mexe mais comigo.

Ao andar por onde caminhava ouvindo as músicas que me faziam pensar lembrar o que tivemos, só me lamento. Projetei algo em você que eu quis muito. Por isso me iludi tanto. Você não merece nem um minuto da minha energia. E eu passei dias e dias tentando me livrar do que sentia por você.
Assim que ocupei a minha agenda comigo mesma, quando percebi, você estava lá. Entre os amigos de uma amiga. Como uma pessoa qualquer. Aliás, qualquer não: como alguém que eu não devia ter conhecido.

Esqueça aquela mulher que tanto fez por você. Esqueça aquela mulher que por dias deixou os próprios compromissos para te ajudar com algum problema. Esqueça aquela mulher que te tratava tão bem. Esqueça aquela mulher que rastejou aos seus pés. Esqueça aquela mulher que se humilhou para ter você do lado. Não era eu, era a minha pior versão de carência. Eu não sou assim.

Sou do tipo que ao ser ignorada, ignora de volta. Daquelas que sabem quem são, que se amam. O que houve foi uma baixa de amor próprio. Só isso, só isso. Você estava pelo caminho, deu um pouquinho de atenção. Talvez até, em algum momento, tivesse me desejado. Mas eu quis mais, muito mais.

É bom lembrar disso tudo e rir de mim mesma. Do quanto fui idiota. A maturidade nos dá essa liberdade: de rir dos nossos erros. Você foi meu erro mais pesado. Não te desejo mal, não sou disso. Pelo contrário: desejo que seja muito, mas muito feliz e realizado na vida. Só que bem longe de mim e de onde eu possa ver ou ter notícias.

Se um dia passar por mim na rua, por favor, me ignore. 

       

segunda-feira, novembro 20, 2017

Eu aceito


Eu aceito.

Aceito a sua escova de dente ao lado da minha e a sua bagunça pela manhã ao escolher uma roupa para trabalhar. Aceito o seu revirar de olhos ao ser contrariada, as caretas que me manda substituindo emojis e os áudios enormes me desejando um bom dia de trabalho. Aceito o teu carinho ao me aninhar enquanto assistimos os casos policiais do canal de investigação. Aceito o seu chocolate amargo, as suas receitas loucas e os seus pratos sem carboidrato. Aceito os seus pés gelados encostando na minha costela às 3 da madrugada. Aceito o teu cabelo desgrenhado e os teus olhos cheios de areia pela manhã.

Eu aceito.

Aceito ver o pôr do sol ao teu lado, enquanto você arranha algumas notas em seu violão. Aceito o som da tua gargalhada, o teu coração como a minha morada e a tua mão como a minha única direção. Aceito as tuas meias de bichinhos, o teu vestido rasgado que você usa para dormir e aceito, ainda, te emprestar as minhas camisetas quando ele não estiver por perto. Aceito dividir os meus dias, as minhas horas e os meus minutos com você.

Eu aceito.

Aceito ver a vida através dos teus olhos. Aceito abraçar o que o destino nos oferecer daqui em diante, seja uma vida simples em uma cidade pequena ou uma cheia de luxo em uma grande metrópole. Sim, eu aceito! Desde que seja ao teu lado. Aceito comer pequi com frango, doce de buriti e essas coisas estranhas que você tanto me oferece. Aceito deitar na sua rede, na varanda, enquanto ouvimos o canto dos pássaros ou os guris da tua rua jogando bola.

Eu aceito.

Aceito viver a tua vida, segurar a tua mão e caminhar rumo ao desconhecido. Aceito ir a outro estado só porque você gosta de comer coxinha. Aceito tirar mil selfies contigo, mesmo não tendo nenhuma rede social. Aceito ler os teus textos e corrigi-los se preciso. Aceito estar ao seu lado nas suas grandes conquistas, me orgulhar das tuas pequenas vitórias e te abraçar quando, por ventura, algo te entristecer.

Eu aceito.
Aceito essa nova vida e todo o amor que vem junto com ela. Aceito ter você como melhor amiga, como amante e mulher. Aceito tudo que estamos construindo. Aceito, no final das contas, tudo o que vier. Eu aceito.

Sim.
Aceito.


sexta-feira, novembro 10, 2017

Permita-se sentir


A gente paga de superado, que resolve bem o passado e adora mudanças, mas a verdade é que a gente morre de medo do novo. Desiludidos a gente canta alto que está bem e sabe seguir em frente, mas fica apavorado quando novos caminhos aparecem. Na verdade, muitas vezes, a gente nem abre as portas, assustados, sem coragem pra sair daquele quarto que a gente já conhece tão bem. 

E se der errado de novo?
E se eu perder tempo de novo? 
E se eu me machucar de novo? 
Ah, o novo!

É inquietante. 

A gente que só quer a paz de ficar onde se conhece, mesmo que seja dolorido, mas é uma dor conhecida pelo menos. A gente esquece que o novo traz novas experiências, sensações, oportunidades. 

A gente precisa é jogar essa armadura pesada de acreditar que já sabe onde tudo vai dar, porque não se sabe. Deixar a vida acontecer de outras formas que não foram planejadas na nossa planilha falida de felicidade calculada, deixar de fazer birra dizendo que as coisas só serão boas se forem do jeito que sonhamos, se estiverem dentro daquele molde limitado que criamos de suposta perfeição. 

O novo pode vir nos dizer que pode não ser do nosso jeito, nem na nossa hora, nem como prevíamos, que pode não estar dentro de nosso padrão de idealização, mas pode nos fazer rir de novo, pode trazer aquele brilho no olhar de volta, pode fazer o coração cansado, desacreditado, bater forte sem motivos.

Aquelas bobagens que trazem alegria à vida, sabe? 
Aquelas que se perderam com o tempo, com as coisas velhas.



quarta-feira, novembro 08, 2017

Nunca vou conseguir amá-la na mesma intensidade que eu amei você


No dia do fim, eu cheguei em casa, me olhei no espelho e disse: foi por nós dois. Nós dois quem decidimos que não dava mais, que em algum momento ao longo dos anos, trilhamos caminhos diferentes e seguimos novos rumos. Esses caminhos não encontravam mais um jeito de se cruzar, e a gente sabia – e sentia – que ali era o nosso último momento, e vivemos ele. Até acabar.

Quando acabou, eu senti que a gente ainda ia se esbarrar por aí, mas acabaríamos seguindo caminhos diferentes de novo. E aconteceu. Lembro do quanto me doeu te ver chegar, chorar, e se desculpar pela dor que me fez passar. Dizer que ainda era eu, que o tempo passou, mas era eu. Lembro de te fazer cafuné enquanto chorava ouvindo você chorar. Mas não dava mais. Eu não conseguia mais. Lembro que nesse dia, o beijo de despedida já não foi mais o mesmo, que o meu coração já não disparava na mesma velocidade que antes. Que ele tinha cansado depois de você tê-lo machucado tanto. Te ouvi se desculpar, acreditava em você, mas o meu coração dizia que não dava para acelerar outra vez. Era a hora de parar de tentar.

E eu parti.

Segui meu rumo ainda sentindo que não foi o fim definitivo. Que – de alguma forma – a vida ia encontrar um jeito de te trazer para mais uma visita. E não demorou. Quando te encontrei pela última vez, lembro de ter tido um dia que vou guardar para sempre. A gente sentia que não teria mais nenhuma chance depois, essa seria a última que a vida daria para nós dois. E quando você foi embora, segurou na minha mão bem forte e disse que queria muito que tivesse dado certo. E lembro que aquele abraço, foi um adeus.

E eu não te vi mais.

Hoje, enquanto escrevo, tento me lembrar de como foi e de como me senti quando tudo aconteceu, e vejo que nossas lembranças foram apagadas de mim – do coração e da memóriaForam levadas com o tempo. Porque embora eu ainda me importe com você, já não te amo mais. E eu soube que você seguiu seu caminho e encontrou alguém nele. Alguém que você decidiu dividir a vida. Alguém que você achou ser a pessoa certa para dividir essa nova caminhada com você. E, enquanto processava essa informação e tentava digerir, recebi sua mensagem:

"Não era pra ser ela. Nunca vou conseguir amá-la na mesma intensidade que eu amei você."

E cada letrinha doeu. Doeu muito. Porque enquanto lia, tentei lembrar dos motivos que me fizeram um dia te amar, mas o tempo levou com o vento. Enquanto a lágrima caía, fechei os olhos para sentir o meu coração mais intenso, e ele não estava, porque não batia mais por você. E, ainda de olhos fechados, notei que por mais que tentasse, eu sentia que você tinha se tornado uma lembrança boa, mas não te via mais. Seu sorriso, seu rosto, sua voz... tudo se tornou uma folha em branco. Sem que eu pudesse perceber, o tempo fez todo o trabalho: apagou todas as linhas já escritas e me deixou a chance de poder reescrever uma nova história, e você não fazia mais parte dela.

E então, assim como fiz no dia em que terminamos, me olhei no espelho e disse o que queria dizer pra você: pode não ser ela, mas não sou eu. O primeiro amor sempre é mais intenso, eu sei, mas ele nem sempre dura pra sempre. o nosso, acabou.



terça-feira, novembro 07, 2017

Isso não é uma declaração de amor


Posso te fazer uma declaração de amor? Não de amor "amor",  sabe? Porque não é exatamente amor, A - M - O - R, assim soletrado pausadamente. Mas amor do tipo Q - U - E - R - E - R- B - E - M. Assim, também soletrado pausadamente. É uma declaração meio boba. Nada formal tipo declaração de bens ou de imposto de renda.

É daquelas mais para "vi um negócio bonitinho em algum lugar e pensei em você". Mas aí o pensar não foi um pensar do tipo "ah, tava aqui sem fazer nada e pensei em você". Até porque você já faz parte dos meus pensamentos sem nem precisar pedir licença.  Tipo acordar, sabe? Todo dia a gente acorda. Com ou sem vontade de acordar, mas acorda. E pensar em você é meio que assim. Eu simplesmente penso. A diferença é que a vontade de você é algo impossível de não existir. Só que esse pensar veio meio diferente. Foi do tipo ver uma propaganda de noivas num outdoor no meio da cidade e me imaginar comendo um doce de framboesa na varanda de uma casa em frente ao mar contigo.

Se bem que se fosse uma declaração de amor propriamente dita, até que não seria algo ruim de acontecer. Pelo contrário... Acho o amor algo fantástico. Quem sabe não seja isso que eu tenha a te dizer...

Ei, espera, não sai correndo... Eu tava brincando!!!

Aliás, será que você se assustaria se, numa bela manhã, a gente despertasse junto e eu te olhasse nos olhos e dissesse:

- Tô com preguiça de levantar, será que o café se faz sozinho e se serve para nós?
Seria bacana isso... rsrs... Primeiro porque estaríamos juntos. Dormindo e acordando sob o mesmo lençol... e, segundo.... que sensacional seria não ter que preparar o café! Kkkkk

O quê que eu estava falando msm? Aaahh, sobre a declaração...
Enfim... a declaração... Eu andei analisando você. Minuciosamente. Desde os trejeitos mais simples como colocar a mão aberta acima do peito quando está com o pensamento ao longe, até o furinho que aparece no nariz quando você pisca os olhos. Mas não somente essas questões fofinhas físicas.

Andei prestando atenção no teu sorriso, mas não somente no ato de sorrir (lindo, diga-se de passagem…) e sim no que te leva a sorrir. E andei prestando atenção também no jeito que você tem me olhado esses tempos. Seja enquanto brinco com sua sobrinha, enquanto falo sobre qualquer bobagem... bobagem séria ou bobagem bobagem mesmo, porque você sabe que eu disparo a falar um monte de coisa que é difícil me fazer parar (quando eu sento para conversar com sua mãe, hein?! rsrs)

E eu sempre brinco... "huuuum... olhar de quem está apaixonada... ou querendo me comer!"
Às vezes eu acho que é uma coisa, às vezes a outra, às vezes as duas... nunca tenho certeza na verdade. Mas ó, o que for, eu aceito, tá? Kkkkk

O que eu tava falando mesmo?
Ah, a declaração de amor...
Mas, ó.... não é uma declaração de amor "amor", sabe?!
Acho que já falei isso… não é amor "amor" mesmo, mas amor tipo "eu amaria essa mulher de hoje à eternidade sem pensar duas vezes". Amor "amor" mesmo seria tipo toda noite antes de dormir, seja pessoalmente ou por mensagem, dizer um "te amo, boa noite" tendo a certeza que, do outro lado, virá uma mensagem semelhante.

Mas, na verdade, o que eu quero te dizer é q eu não sei nada de astrologia ou a posição dos planetas, mas adorava as revistinhas do João Bidu sobre horóscopo. E sempre parava para olhar aquela parte de sinastria amorosa... apesar de que eu nunca soube o que significa sinastria. Só que o que realmente importa é o que eu não encontrei escrito lá.

Porque de nada adiantam frases mirabolantes e histórias de contos de fadas genéricas num papel ou na tela do computador. E sabe uma coisa que eu não encontrei escrito lá? Que, desde que você apareceu (ou reapareceu, no caso), essa estrada que a gente chama de vida, ganhou uma infinidade de novos elementos que eu jamais tinha visto.

Claro... já vi flores e muitas cores e perfumes em outros momentos. Já caminhei de mãos dadas e fiz planos também. Já olhei antes para o horizonte e contemplei um futuro bacana com alguém... E já fui bastante feliz num passado não muito distante.

Mas hoje...

H - O - J - E, assim soletrado separadamente, com quatro letras também que nem o amor. Hoje eu volto a acreditar que não são os acasos que nos trazem certas alegrias. São as certezas. E o meu "hoje", me dou a liberdade de escrevê-lo em um sentido figurado que, dane-se se outras pessoas não entenderem, porque o importante é que você entenda.
O meu "hoje" ganha sentido de "amor". (não o amor "amor" mesmo, porque eu já expliquei antes e não vou falar outra vez, juro!)

O meu "hoje" é quem pretendo ter no meu amanhã. E em cada novo dia de amanhã que chegar, vou querer que você continue sendo o meu "hoje". Porque, mesmo que essa não seja uma declaração de amor "amor" mesmo, não deixa de ser uma declaração de amor. Até porque eu pretendo um dia te fazer uma declaração de amor “amor” mesmo. E você sabe, né?! Amor é algo fantástico. Assim, que nem você, o meu hoje!



segunda-feira, novembro 06, 2017

Deixe cicatrizar



►Leia ao som de Part of me, Katty Perry ◄

Há alguns anos me neguei a aceitar o término de um relacionamento. Eu acreditava ter encontrado o amor da minha vida, por isso me negava a aceitar o término. Então passei, a partir daquele momento, a vigiar cada passo dele para entender o que havia ocasionado o nosso rompimento. Cada vez que eu acessava uma rede social ou tentava ir atrás de alguma informação dele cutucava a ferida. Eu não permita que ela cicatrizasse. Ia até amigos em comum para saber se ele estava bem ou se sentia saudades de mim.

Muitas vezes alimentei esperanças ao saber que ele sentia muito por nós. Por dizer aos nossos amigos que havia se arrependido e que deveria ter ficado ao meu lado. À época eu me alegrava com cada resquício de saudade, me alimentava com as migalhas afetivas que ia encontrando pelo chão, me satisfazia com alguma notícia vindo dele. Até que, em um momento de sanidade, eu percebi que estava me fazendo mal, que estava sabotando a minha felicidade e que estava vivendo a vida dele ao invés da minha.

Às vezes nós ficamos tão cegos de “amor” por alguém que deixamos o nosso amor-próprio de lado. Nenhum amor deve ser maior do que a nossa razão, do sentimento de afeto que temos por nós mesmos. Se alguém decidiu deixar de caminhar ao seu lado é porque não deseja sua presença, logo você não precisa acompanhar a vida do outro como telenovela. O tempo que você perde indo atrás de notícias poderá ser empregado de uma forma mais proveitosa.

Com o tempo eu aprendi que o outro tem o poder que nós damos a ele e compreendi que meu coração não é casa mal-assombrada para ser habitada por fantasmas. Hoje olho para esse episódio e me questiono o porquê de ter dado tanto tempo a quem não merecia, o porquê de ter permitido que eu me sabotasse tanto. Contudo, olhar para trás me fez entender melhor como agir diante dos meus relacionamentos futuro. A gente não precisa beber veneno para saber que mata, não é mesmo?


quinta-feira, novembro 02, 2017

Eu superei você!


Você não faz ideia do quanto eu fiquei parada no tempo, desde que você me deixou. Eu vivi, por uns bons meses, esperando que você aparecesse, me ligasse e dissesse que queria voltar, que sentia minha falta e que ter terminado comigo foi um erro.
Perdi várias noites de sono imaginando o dia que você bateria à minha porta e me pedisse perdão por todas as atrocidades que havia me dito, por ter sido um machista idiota. Cê nem imagina o quanto eu analisava dentro de mim todas as fases do nosso relacionamento, tentando encontrar um ponto em que tivera sido meu maior erro, o ponto crucial de tudo ter se encaminhado para o fim. Em que momento a minha culpa tinha se estabelecido.
Eu chorei, sofri, fui consumida por um sentimento que, até então, eu não conhecia e que jamais deveria ter me acusado dele – a culpa. Demorou muito tempo até que eu entendesse que não havia culpa, mas até lá, eu me deitava do seu lado da cama, perdida em mim, sem aceitar que seu lugar estava vazio, e sem coragem de ocupá-lo, com medo de você voltar.
Depois de tanto tempo sofrendo por puro costume, eu me toquei que você é só mais um babaca egoísta e egocêntrico, e foi isso que mexeu com você quando me viu aquela noite. Não foi amor. Foi arrependimento por ter visto que minha maquiagem me fazia brilhar, que meus olhos reluziam a minha superação, que meus cabelos estavam ainda mais longos – do tamanho que você sempre quis – e a minha postura mais adulta e divertida ao mesmo tempo.
No meio da noite, quando já tinha tomado umas doses de coragem – whisky – chegou no meu ouvido e disse “você está mais linda” e quer saber? Eu estou mesmo!
Senti meu mundo desabar por tanto tempo, lutando com as lágrimas que não cessavam, acreditando que a vida seria a eterna ausência de você. Mas eu não poderia estar mais enganada. Diante de tanta dor, eu descobri uma eu cheia de coragem e que saberia se reinventar em meio a tanto caos.
Eu caí. Uma queda livre até o fundo do poço. Me machuquei inteira e até hoje carrego hematomas na pele e lesões na alma. Mas eu superei! Eu consegui me erguer do que era o fim de tudo o que acabou. Consegui recomeçar e tudo que eu queria era sorrir de alegria e chorar de alívio, por tudo aquilo ter acabado. Eu era uma bagunça, mas agora eu era a minha própria bagunça e não mais a de alguém, o peso de alguém.
As suas cantadas baratas não me afetam mais, porque hoje eu não quero que você volte. Não quero que surja nem no meu quintal, porque você é destruição para qualquer coração, e hoje eu sei disso. Sei que você nunca me mereceu, porque se merecesse, a vida não seria tão melhor sem você!

quarta-feira, novembro 01, 2017

Não deixe ninguém te rotular. Você pode ser o que bem sonhar!


Estive pensando outro dia em como adoram padronizar e estigmatizar as coisas, incluindo pessoas. É um tal de pode e não pode, deve e não deve, que a gente fica mais perdido que cego em tiroteio. Tudo tem sempre que se encaixar nesse quebra-cabeça social perante tantos olhos julgadores.

Se o modo como você vive sua vida não estiver condizendo com seu perfil, sua profissão, sua classe na sociedade ou seu nome, te julgam por ser diferente, estranho ou, claro, louco. E aí eu me pergunto, de onde surgiu tanta responsabilidade? Vocês já pararam para pensar no tamanho da nossa complexidade?

Eu fico boquiaberta quando paro pra ler histórias e biografias de tanta gente incrível que era conhecida apenas por suas profissões. E ao ler sobre essas pessoas você descobre que elas eram muito além de toda essa popularidade singular. Sabe aquela apresentadora do jornal? Tão séria, muitas vezes parecendo robotizada e com suas falas programadas e densas. Ela é uma excelente bailarina, não podia ser mais autêntica e livre em seus passos quando dança; tão leve como uma pluma sendo flutuada pela gravidade.

Não dá para rotular pessoas. Somos imprevisíveis. Nós temos um arco-íris de desejos e anseios dentro de nós, um redemoinho de vontades, uma curiosidade que transcende nosso ser. Se a gente se limitar e não viver tudo aquilo que a gente deseja e sonha, a gente perde o sentido da vida.

Viver não é escolher uma profissão. Não é ter que mudar sua personalidade para viver naquele padrão imposto pela sociedade. Não é enfiar uma máscara de médico, advogado, engenheiro, juiz, e ter que ser sepultado no fim da vida esperando ser aclamado e conhecido apenas por ser um profissional excelente (ótimo se for). Eu quero mesmo é ser reconhecido por ser um bom ser humano; fascinante, surpreendente. É desse tipo de gente que quero encher minha vida.

Nós somos uma explosão de querer, somos feitos de vontades, e são elas que nos mantêm com esse brilho nos olhos que ilumina qualquer ambiente sem luz. Nós somos luz, energia; somos feito pra ter todos os tipos de cores nessa vida, pra vestir por aí qualquer roupa e sentimento que bata no nosso peito. Podemos encher o rosto de glíter mesmo quando não for carnaval, e dançar com a roupa rasgada enquanto lava o quintal.

Ninguém tem o direito de nos dizer qual ritmo devemos dançar, qual cor devemos usar, e qual postura devemos assumir só por causa de uma escolha profissional. Por trás daquele terno, daquele jaleco, daquele uniforme, há uma mente borbulhando de sonhos e ideias, uma alma avoada almejando a próxima viagem e imaginando qual a próxima parada; há sempre um coração apaixonado dançando de felicidade ou, às vezes, chorando de saudade.

Eu não quero apenas viver pra ser reconhecida por algo tão singular, não tem cabimento apenas uma escolha profissional que fiz me definir durante toda a vida; não, eu quero ser, eu sou, muito além do que um trabalho.

Eu sou plural em cada pedaço, sou a música que arrepia o corpo inteiro e faz mexer os pés sozinhos. Sou o livro cheio de escritas tão detalhadas e descritivas, sou a poesia que nasce do fundo da alma, escorre pelo corpo todo até chegar nos dedos e se esparramar por uma página.

E se você ainda quiser me rotular, boa sorte ao tentar; só não sei se existem rótulos suficientes que caibam tanto viver, querer e sonhar.



terça-feira, outubro 31, 2017

Você é meu lar


Existem momentos que nos roubam o ar. São pequenos espaços de tempo onde o impossível acontece, onde a imaginação não supera a realidade em nada. Como aqueles instantes que você passa olhando para o nada, pensando, sei lá, na conta que tem que pagar semana que vem ou tentando se lembrar onde foram parar as suas chaves. Sabe? Num desses dias em que a cabeça vive nas nuvens e a memória nos prega peças. A intuição te diz que alguém te observa, mas você paga pra ver. E sente que ganhou na loteria.

Bastou um meio giro do pescoço para cruzar o meu olhar com eles, os olhos mais doces que já vi na vida. Sorrindo, só para mim. Me admiravam como se eu fosse a oitava maravilha, como se nenhum ruído fosse capaz de desviar a atenção, como se no mundo não existisse nada além de nós. Me olhavam como se pudessem me virar do avesso e me olhar pela alma. Sorri, um pouco tímida, confesso. Até me atrevo a dizer que um pingo de medo percorreu meu corpo, então questionei:

O que foi? Por que tá me olhando assim?
Nada. Tô só olhando, ué. Não pode?

Quis berrar que não, não pode me olhar assim. Não pode me enxergar pelo lado de dentro, de forma tão descarada, sem nem pedir licença, mas fiquei calada. E você... Você apenas sorri e pisca devagar. Agora seus olhos também brilham. O mundo, mais uma vez, se apequena diante da imensidão do teu sorriso e sinto como se meu corpo afundasse cada vez mais no mar de amor que se formou ao nosso redor.

A essa altura eu já tinha esquecido completamente da data do vencimento da conta e onde deixei as chaves. Desconfio que mal lembrasse qual o meu nome e telefone, mas tenho absoluta certeza de que depois daquele momento nunca mais esquecerei meu endereço.

Senti que, em algum momento dos segundos que se passaram, uma marca foi feita a ferro e fogo, em letras garrafais, onde se lia: LAR. Então eu soube que ali, naquele exato minuto, havia deixado de me pertencer. Não da forma pejorativa, dessa que caiu na boca do povo e se perdeu entre futilidades, mas da forma mais bela e pura que um ser humano pode se doar: sem perceber, por amor, por amar.

Nenhum outro abraço seria tão quente quanto aquele. Nenhum outro abrigo seria tão seguro quanto aquele. Nenhuma outra respiração me acalmaria, como canção de ninar, da mesma forma que a sua. Suspirei. Não haveria, no mundo, outro lugar para morar.

Minha casa é ao alcance dos teus olhos, meu bem.

Tu és o meu lar.