terça-feira, janeiro 17, 2012

Do incêndio que se faz em você.






Eu tava ouvindo Tim Maia cantar algo do tipo: "que um nasce pra sofrer, enquanto o outro ri." Só que eu percebi que a gente anda fazendo isso demais, sabe? Não sofrer. Mas andamos rindo de tudo e todos. E algo meio que disparou o sinal vermelho, só que eu não quis correr como se corre de um incêndio, eu quis ficar ali observando e pedi para o circo pegar fogo. Eu quis pagar para ver. Eu quis te ver ali sorrindo para mim, daquele jeito que só você sabe, derretendo-me aos poucos.
Porque você sabe fazer isso com maestria, derreter-me, deixar-me boa. Talvez seja sintoma, daquele amor antigo que o tempo resolveu resgatar. Sabe aquele? Que deixei passar, que foi abafado aqui dentro desse coração? Reviveu. E me fez reviver aquela história já esquecida. Mais que isso, nasceu a vontade de criar uma nova, com um novo fim. Feliz.



sexta-feira, janeiro 06, 2012

O gelo que te envolve, vezenquando.

- Ah, o amor. - Pensou ela.
E não pôde completar a frase. Não que ela não quisesse, não conseguia. Sempre soube que o amor tinha suas lascas afiadas e que acabaria se machucando. E assim sempre acontece. O amor, ela generalizou, irá matar você. Ela conversava com o pipoqueiro que, impacientemente, arrumava a sua carrocinha. A moça encontrou no desconhecido um ombro amigo, alguém para desabafar sobre a ausência dele. O velho com o olhar terno, despediu-se diante da noite que avançava furtivamente. E ela continuo ali.



A moça vermelha com o rosto em formato de coração estava ali. Sozinha. E soube, que doeria, voltar para casa e saber que não haveria recados na secretária eletrônica que a avó lhe dera, que faria apenas uma torrada e ainda assim deixaria metade e ele não estaria lá para obrigá-la a comer, que ele não seria mais a cobaia dele em seus experimentos gastrônomicos.



E andando meio zonza, abraçou-se enquanto olhava para o relógio na Praça Central. Sentia frio. E soube ali que não havia mais o nós, apenas um "eu" congelando em plena avenida. Porque até a mais bela rosa, poderia esconder os mais terríveis espinhos. E assim, ela soube, que o amor também poderia ser inimigo.