sexta-feira, setembro 20, 2024

Quem poderia prever?

À primeira vista, parecia uma boa ideia. Voltar para alguém com quem havia me relacionado na adolescência soava como uma oportunidade de resgatar algo bonito, uma chance de reviver momentos que um dia trouxeram tanta felicidade. A nostalgia e a esperança de um recomeço me cegaram para o que estava à frente.

Seria lindo, realmente, se a pessoa não tivesse escondido sua instabilidade emocional. Se ao menos tivesse sido honesta sobre as tempestades internas que enfrentava, eu poderia ter me preparado ou, quem sabe, escolhido não me envolver novamente. A realidade, porém, foi cruelmente diferente.

A dor de ter sido envolvida em algo que jamais desejaria é quase indescritível. Fui quebrada em mil cacos, e cada fragmento de mim ficou espalhado em memórias que eu preferia esquecer. É triste, profundamente triste, perceber que pessoas não têm responsabilidade afetiva, e que suas ações nos fazem passar por situações que claramente não merecemos.

Eu estava em um bom momento da minha vida, estabilizada emocionalmente, sentindo-me forte e segura. Mas ao abraçar essa reconexão, era como se eu tivesse abraçado a própria bomba de Hiroshima. Uma explosão emocional que devastou tudo o que eu havia construído dentro de mim.

Os momentos bonitos ainda têm seu valor, sim. Não posso negar que houveram sorrisos, momentos de carinho, declarações e conexão que me aqueceram o coração. Contudo, a dor emocional que veio depois, após o término, é uma sombra que não consigo ignorar. Ela me faz repensar se eu não deveria ter apenas ignorado o contato, ter seguido em frente sem olhar para trás.

Às vezes, reviver o passado parece uma boa ideia, mas o preço que pagamos pode ser alto demais. E agora, enquanto coleto os pedaços de mim mesma, só posso desejar que da próxima vez eu escolha a minha própria paz antes de qualquer coisa.


Há tempos não escrevo algo tão pessoal, mas quando dei por mim o texto estava escrito.