quinta-feira, novembro 17, 2016

Amor-próprio sempre nos veste bem



Amor-próprio não é esnobar ou ser indiferente à pessoa que – em determinado momento – nos fez sofrer. A palavra se auto-explica. É amar a si mesmo. É ter em mente que a primeira pessoa importante da sua vida é você, se olhar com gentileza e, acima de tudo, se cuidar. Sei que é muito fácil virar para você e dizer: “se ame, se valorize!”. O problema é que nem todos conseguem enxergar esse valor que tanto nos apontam. Muito ouvimos dos nossos amigos: “você precisa se amar mais”, “você precisa se valorizar”, “não permita que ele faça isso com você”, e inúmeras outras frases. O problema é que nem sempre estamos dispostos a ouvir e cá entre nós, é um pouco dolorido ouvir de alguém que não nos amamos. A tendência é sempre negar o óbvio.

Costumo sempre dizer que nós estamos onde nos colocamos na vida da pessoa. Se você permite que o outro te subjugue, te coloque debaixo de seus pés, isso se tornará algo constante e rotineiro. A gente precisa entender que relacionamento não muda a nossa essência, não nos escraviza ou nos faz acreditar que estarmos com a pessoa é privilégio. Não podemos nos acostumar com os desmandes do outro por medo do rompimento da relação. Pessoas vêm e vão a todo o momento. Quantas vezes você achou que não superaria um término e, logo após, se viu recomeçando. Recomeçar é lindo! É desgastante? Talvez seja. Mas, acredito que mais desgastante é viver ao lado de alguém que não se importa com seus sentimentos, te acorrenta ou te faz acreditar que você não merece o amor.

Amar deve ser um exercício contínuo. Você tem que se olhar no espelho e dizer: “o que eu faria por essa pessoa (eu)? Para fazê-la feliz?” Sei que na teoria é muito fácil eu indicar a você a solução do seu problema. Eu também já me fiz de capacho para alguns ex-namorados, já me mantive no chão e me permiti ser pisada, já deixei minhas vontades e, até mesmo, a minha razão de lado para conseguir harmonizar uma relação que eu imaginava ser mais importante que o próprio ar. Valeu a pena? Não. Aliás, elas me serviram de aprendizado. Eu costumo dizer, ainda, que nem toda dor é em vão, elas nos edificam e nos mostram por quais caminhos devemos ou não seguir. Em que lugar devemos ou não permanecer.

A gente só precisa manter a cabeça tranquila e pensar se vale a pena tanto esforço em manter ao nosso lado alguém que não deseja estar por livre espontânea vontade. E se perguntar: “quem não te responde ou te deixa dias no vácuo merece sua atenção?”, “eu quero alguém que me trata com grosseria ou que só é romântico quando está interessado em alguma coisa?”, “eu quero viver ao lado de alguém que me faz, a todo o momento, acreditar que eu estou louca ou que sofro de paranoias?”, “eu quero me relacionar com alguém que é uma incógnita e que eu precise ativar as configurações do Facebook para acompanhar cada passo ou stalkear o tempo inteiro com medo de ser feita de trouxa?"

Relacionamentos não devem ser prisões. Você não tem que ser carcereiro de ninguém. Não seja mãe/pai do seu parceiro. Não queira vigiá-lo em tempo integral. Não se submeta a viver um amor de aparências com medo de ficar sozinha, não aceite migalhas ou fragmentos de afeto. Quem está ao nosso lado precisa estar de corpo inteiro. Amor-próprio é, acima de tudo, respeitar seu coração e desejar manter nele somente quem te fará bem. O amor entre duas pessoas pode até acabar. O que não pode ter fim é a relação de respeito que você tem consigo mesma. 



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