quinta-feira, abril 06, 2017

A nobreza de O’Malley.



O’Malley é aquele exemplo clássico de que a bondade e a generosidade nos assustam. Algumas vezes olho para determinadas ações, para algumas cenas e me pergunto até onde vai a ingenuidade dele. Ser bom, ter o coração cheio de bons sentimentos, seguir em linha reta nos impressiona, porque, infelizmente, isso se tornou exceção. O mundo anda cruel demais. Ninguém estende a mão sem esperar nada em troca. As pessoas têm se relacionado cada vez mais através de trocas. Eu te amarei se você corresponder na mesma proporção. Eu serei seu amigo se dessa amizade eu conseguir usufruir algum bem dela. Só farei favores se eu vir que isso de alguma forma me beneficiará.

Tenho aprendido a amar O’Malley pela sua nobreza. Tenho olhado para as minhas ações, tenho observado melhor o mundo ao meu redor, tenho reparado melhor as pessoas à minha volta. O’Malley lembra a mim quando mais jovem. Eu não tinha malícia alguma sobre a vida e para mim todos que me abraçavam ou que diziam me amar eram verdadeiros. A vida nos ensina demais. Ela nem sempre é aquela professora feliz que acabou de receber uma maçã suculenta de um aluno. Muitas vezes ela é aquele professor carrasco com palmatória na mão.

O’Malley vem me ensinar que a gente precisa fazer o certo, mesmo que isso nos custe caro. Ele nos mostra que nem sempre sair por cima é sair por cima – se é que vocês me entendem. Ele tem me ensinado a ser mais humana e a reconhecer as minhas fraquezas e limites. Nós não podemos nos exigir demais. Não podemos apontar o dedo para o reflexo do espelho e nos cobrar como se estivéssemos em um quartel. Ele me ensina que gentilezas salvam vidas e que abraços podem restaurar almas. Que quando cuidamos de alguém que amamos cuidamos de nós mesmos. É um bem que nos volta como um bumerangue. 

Ser mais humano, ter ações mais justas, ser honesto são questões que jamais deveriam ser vistas como exceções. Olho para esse rapaz, me emociono em determinados momentos e penso que a ingenuidade não é algo tão ruim assim. Olho para ele e penso em resgatar a inocência que havia em mim. Só que não posso, porque o mundo é impiedoso e tende a espancar os o’ malleys da vida. Entretanto, mesmo diante dessa verdade, eu continuo a acreditar que a nobreza de O’Malley e o seu coração justo e honesto deveria ser regra e nunca exceção. A vida deveria ser mais justa. E nós também deveríamos ser mais nobres.


2 comentários:

  1. <3

    Se ainda na terceira temporada você já consegue filosofar em cima de questões tão bonitas, já fico ansiosa aguardando o que há de vir nas próximas dez.

    Sdds George, que tanto me partiu o coração.

    Eu te digo, amiga, que tenho a sorte de encontrar alguns Georges na vida. E agarro pra levar sempre. Tu é um dos meus Georges.

    Um beijo.

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    1. A série tá resgatando de mim tanta coisa boa, amiga. Que eu fico pensando que todos deveriam assisti-la. A gente se perde demais nessa vida dando valor pra coisa supérflua.

      Tu é um dos meus Georges também. Obrigada por ser quem é!

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