Talvez eu acenda mais um cigarro esta
noite e transborde o cinzeiro que você tanto detesta. Ou talvez eu apenas vire
o rosto para a parede e durma sossegado. As letras não rabiscam mais o
papel com a mesma facilidade e escrever me é, demasiado, doloroso. São
urgências inadiáveis estas que me levam a ti. No pensamento. No peito. É,
Teodora. Ando te adorando em todos os passados e versos indizíveis e tu não
olhas sequer para o telefone que te grita a noite inteira.
Talvez eu beba mais um copo de vodca. É,
eu ando bebendo aquela vodca barata nos copos americanos que peguei no boteco
do meu avô. Quer algo mais decadente? É a decadência que os teus versos me
impõe. É a ausência deles que me suprimem o ar e tudo aquilo que pode gerar
oxigênio ao meu redor. Diziam que poeta era pessoa triste. E eu ando me
vestindo plenamente esse ditado.
Ah, Teodora. Tu não vês que sou eu quem
te adora? É um adorar sem controle, desenfreado e sem porquê. É uma
manifestação involuntária que atravessa o meu interior feito lança rasgando-me
por inteiro. Ah, Teodora! Se eu conjugar o verbo adorar tu estarás
iniciando cada tempo, adornando com tua beleza todos os modos verbais.
Seja-me o verbo, querida.
Ou me dê a oportunidade de tê-la aqui
tão somente. Cale os meus versos tristonhos e sem vida. Tire-me dessa sina de
ser um poeta louco. Rasgue as minhas folhas. Queime os meus cadernos. Me tire
de mim. Roube essas letras que me cortam inteiro. Corte. Recorte.
Tem uns textos, Pam, que eu leio e releio e fico com aquela cara de PUTAQUEPARIUQUETEXTO no final. Me doeu um bom bocado, eis um fato, porque tem uma melancolia palpável nessas linhas. Perfeitas, só para variar um cadin, porque tudo que sai de ti sai perfeito e doce e tocante.
ResponderExcluirMaldita Teodora que não te adora (acho dyvo trocadilhos).
Beijos môrmeu.
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Você é suspeita pra falar, Mafê. Tudo que vem de ti é que tantas vezes me inspira também. Amo você. Com o coração. Com a alma ♥
ExcluirPoesia embriagada que estaciona no coração. Enlevo de sensações que expandem as emoções. Desejo febril do enlaçar, do amor abraçar, ser verbo e encantar. É um chamado voraz de um peito amado, adorado. Ah Teodora... Se for pra vir, que seja agora.
ResponderExcluir;)
Lindo Pam!
Beijo!
É bonito, simples. E parece que foi escrito em outra época. Feito um poeta de antes, dramático e profundo. É realmente um pouco triste, mas um tipo de tristeza “bonita”. No final das contas eu gostei.
ResponderExcluirBoa noite...
"Se eu conjugar o verbo adorar tu estarás iniciando cada tempo, adornando com tua beleza todos os modos verbais"
ResponderExcluirAchei-o tristonho, muito, mas gostei, deixa a gente desassossegado.